Coleção pessoal de FlaviaAndradeOficial

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Ele ainda é a pessoa mais bonita do local, ainda tem a voz que mais chama sua atenção e ainda diz coisas que te fazem rir. Mas não é nele que você vai pensar quando voltar para casa e se deitar na cama. Você tem mais o que fazer, tem alguns problemas, umas coisas da vida que não adianta adiar por causa de amor.

Qualquer lugar, à beira do abismo ou na única cadeira vazia do boteco, é melhor quando você está. Ainda que eu fique muda sem saber o que dizer, ainda que você dê risada do meu jeito quase-sem-nenhum-jeito de dizer que foi até bom ter me convidado para estar ali porque eu não tinha mesmo mais nada para fazer em um sábado à noite. Digo isso porque não quero que se preocupe se a bebida está quente, nem com minha melancolia sempre estampada na cara e principalmente nos lábios, porque você está fazendo isso aqui ser melhor que uma semana inteira de chuva. Eu sei, faz tempo que não chove. Mas chovia dentro de mim, dos olhos pra dentro, eu estava cheia de choros contidos. Você vem me salvando e nem sabe, vem me causando umas coisas estranhas que talvez alguém se arrisque a chamar de felicidade, mas que só digo ser efeito seu.

O amor começa a ser sentido, eu finjo que é sono e tento dormir. Mas amor é dos insones. Começo a sentir uma saudade enorme por vinte minutos de ausência e finjo que é fome. Mas saudade é para toques, corpo a corpo. Sinto uma vontade danada de dizer exageros gritantes sobre o quanto um pouquinho de você já me faz um bem maravilhoso, e depois tento disfarçar que é só animação e me arrumo para uma festa. Mas cada coisa que eu não digo aparece nas músicas que tocam lá fora e preciso voltar correndo para o silêncio da casa. Acontece que já gosto um tanto de você e isso me segue até que eu possa te encontrar e fingir que é só mais uma coisa banal. Mas o amor já pede espaço e tenta entrar na nossa conversa também. Daqui a pouco digo tudo, te assusto, tento acalmar, paro de fingir e espero que você fique.

Pra te esquecer seria necessário encontrar outras pessoas, mas estou preenchida de detalhes seus e não cabe nada novo nesse coração estragado. E só de pensar na burocracia tamanha, eu te ligo e digo que prefiro lembrar.

Mesmo que não sejamos nada ou que sejamos apenas dois errantes, de alguma forma a gente se encontrou no melhor de nós.

A gente é vida real de segunda a sábado, e no domingo vira filme.

Eles são dois.
Dois corpos, duas bocas. Eles e suas mãos, pés, cabelos, olhos.
Eles e seus olhos, é aí que tudo muda.
Ela o olha tão sincera. Consegue transmitir um abraço, um afago, um cafuné só por olhar.
Mas ele, bem ali na frente dela - justo dela, não significa nada de olhos abertos; e quando os fecha: vê outra.
Eles são vários.
Ela é quem sente e quem finge não sentir. Ele é quem não sabe quem é e quem finge ser outro alguém um tanto bem melhor. Ela sente tanto e ele sente diferente.
Conforme as horas passam, os dias voam e as semanas mudam, tudo é (re)descoberto.
Eles são vagos.
Não são um para o outro (e ele até pensa que não é pra ninguém).
Aonde os dois vão? Porque andando assim ninguém enxerga os tumultos internos, e para o mundo são só dois que se combinam.
Ela até se pergunta:
Se eles se jogassem no mundo sem mais nada, o que poderiam ser?

Em um dia a gente é feliz pelo resto da vida, em outro a gente nem quer viver.

Desculpa por ter te deixado para trás, é que a liberdade é tão boa! Mas eu volto logo, volto para contar as minhas histórias, volto para agradecer. Afinal, a vida não é tão ruim como eu achava enquanto ainda estava do seu lado.