Coleção pessoal de FernandoVentura

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Consequência, talvez, desta sociedade individualista e deturpadamente modernizada, estamos cada vez mais perante um novo modelo de Amizade: a Amizade "INTERMITENTE E CONDICIONAL" !

Ser ou não ser imbecil...( that is the question) ?

Com o devido respeito e consideração por outras, na minha opinião a imbecilidade é, numa grande percentagem, resultado da (de)formação escolar mas também sócio-cultural de uma sociedade; e Portugal padece, ainda, as consequências de um tremendo atraso educacional de gerações. Depois, perece-me também que as novas tecnologias, como a Internet, vieram potenciar em alguns casos essa mesma imbecilidade (assistida). Tome-se por exemplo, a Wikipédia, que ao contrário do que seria suposto, presta um serviço deficitário e ás vezes falacioso ao cibernauta. A abundância de coisas que por vezes aqui registamos em rede é muita vezes pior que a falta de informação. Numa Democracia todos, sem excepção, têm ou deviam ter direito a opinar e a participar condignamente, ainda que possam emitir opiniões e sustentar posições pouco abalizadas, consistentes e que venham questionar os cânones jornalísticos mais elaborados. No entanto os mais atentos estão bem preparados para poder separar o trigo do joio. Assim, o único “busílis” dos pretensos “imbecis” será influenciar outros “tantos iguais a eles” e, desta forma apenas poder aspirar a ter um “doutoramento honoris causa” se forem nomeados pelos seus pares. No entanto, como não é expectável que “imbecil” proponha outro “imbecil” para doutor ou prémio Nobel, teremos a questão da dispersão da “idiotice", aparentemente controlada.

O tempo urge ...

Vamos ter tempo para nós enquanto temos tempo, porque se não aproveitarmos esse tempo do tempo que ainda nos resta ... depois, o tempo não volta atrás no tempo para podermos voltar a ter tempo desse tempo que é afinal o nosso tempo.

Despachem-se a ter tempo !!!

Perante as adversidades da vida ...

Escutemos apenas aqueles que nos querem bem, que estão connosco, que nos Amam, que usam a transparência e a lealdade como as grandes armas das pessoas íntegras, que são autênticos no bom e no menos bom, que têm a coragem de ser em vez de parecer, que querem partilhar vida connosco, que nos querem transportar até àquele território onde a felicidade pode ser possível, e que pode ser a felicidade deles também. Essas pessoas são raras, únicas, insubstituíveis, por isso devemos estimá-las e ficar agradecidos por fazerem parte da nossa vida. O tempo, esse, é escasso...a vida vai-se paginando a grande ritmo, sem grandes espaços para grandes demoras ou indecisões prolongadas; o passado ficou lá atrás apenas como referência, o futuro é só amanhã, e o presente não nos pode "fugir"...porque é ele que nos motiva e que nos impele a VIVER e a perceber que afinal a Vida é única e insubstituível ...

A maior parte das pessoas gosta de expressar as suas emoções através das palavras. Por aqui isso é muito frequente! Mas na grande parte das vezes essas emoções expressam-se mais claramente através dos canais não verbais: o tom e o ritmo de voz, o gesto, o olhar, a expressão facial, corporal, a respiração, etc, etc ...

Cada vez me convenço mais que o futuro da medicina vai passar sem quaisquer duvidas pela medicina psicossomática. Aliás, ela já é uma realidade, e assim vai continuando a crescer. Neste mundo cada vez mais atribulado e stressante (asfixiado em preocupações diárias, dilemas árduos e discordâncias crescentes), as pesquisas vêm nos revelando em como o stress, os estados de humor e as suas variações constantes, os transtornos mentais e emocionais podem comprometer em muito a nossa saúde corporal.

Numa época em que todos os valores se questionam e se investe na sua subversão/inversão, numa época em que o vazio ideológico ameaça e a alienação impera...sejamos francos, o que está a fazer falta é alguma reflexão interior, uma introspecção consciente, uma eleição responsável dos valores fundamentais para a vida em sociedade, que saiba privilegiar um pouco mais o "ser" em detrimento do "ter", e não o contrário. Mas para isso é preciso tempo. Tempo no retorno de um dia cansativo de trabalho. Tempo (e coragem) para, entre as mil e uma solicitações da voragem da vida, se poder parar para escutar, e reflectir. Este é seguramente um dos males dos nossos dias, quiçá o pior, a falta de tempo!
Dir-se-á que são lugares comuns! São comuns precisamente porque são sentidos pela generalidade das pessoas que, no entanto, continuam a subir a calçada indiferentes a tudo e a todos! Não temos tempo para nós mesmos, quanto mais para os outros, (dizem alguns)!
Oxalá todos tenhamos algum tempo para, (e filosofando um pouco)) tal como as figuras mitológicas da milenária Índia, no caso, Sidarta e Vasudeva, em "o barqueiro"; e passo a citar; "sentarmo-nos junto das margens do rio, e escutarmos silenciosos o ruído da água, que não é uma água qualquer, mas a voz das coisas vivas, a voz do que é, a voz do eterno Devir".

Saudade...

É a palavra mais portuguesa, cuja noção é muito difícil de traduzir numa língua estrangeira. Quanto a mim o que a saudade transmite vai muito para lá do que outra expressão consegue dizer. Na saudade, exprimem-se sentimentos de nostalgia e tristeza. Emoções, fruto de recordações e memórias, embrulhadas em papel bonito com um laço a condizer. A saudade deixa marcas, tira o fôlego, fruto da insatisfação e angústia. Mas a saudade também suscita alegrias e acelera o ritmo cardíaco, porque nos remete para aquilo que já se assistiu, já se viveu e já se conheceu: tudo o que se quer ter de volta. A saudade será sempre presença.

Em Portugal existem três tipos de leitores: os que não lêem, os que lêem pouco e, os que só lêem Paulo Coelho ou Nicholas Sparks.

A cruz de um casamento pode ser tão pesada, que podem não chegar apenas duas pessoas para a suportar.

Cada vez somos mais descartáveis uns para os outros...parece que estamos formatados só para olhar em frente, sofremos da "síndrome do umbigo" e, só olhamos para o lado por pura distracção. Somos desumanamemto humanos.

Solidão...

Poderá ser um flagelo, uma consequência dos tempos modernos, em que cada vez menos olhamos para o lado. Poderá ser um opção para combater o fardo demasiadamente pesado de uma má companhia. Na solidão, nascem coisas excepcionais ou morrem de uma vez por todas, a solidão não costuma ter meio termo e quanto mais gente tem à sua volta, mas cruel poderá ser. Mas é nela, na boa solidão, que também poderemos aprender muito sobre a vida e, principalmente, sobre nós próprios. Não há como dar a volta, será sempre de duas boas solidões que brotará a melhor das companhias.

No desabafo das minhas palavras, nos pensamentos e emoções que exteriorizo e partilho, no encontro com as pessoas que me lêem, no seu feedback, eu vou percorrendo o mundo e revigorando o meu vinculo com a Vida.

Se a ignorância e a estupidez fossem tributadas pelo estado, havia por aí pessoas que já estariam na mais extrema mendicância.

Não sigo dogmas nem me revejo em conceitos pré-concebidos. O politicamente correcto afecta-me o sistema nervoso central e provoca-me espasmos. ;) Prefiro a visionariedade à obtusidade, a loucura ao excesso de racionalismo, o liberalismo ao conservadorismo. Enfim, prefiro mesmo ser teimosamente Eu.
Ah...e a rotina atrofia-me os células nervosas !!!

A tendência que temos para julgar os outros, para os carimbar com o selo da maldade, só é proporcional ao enorme "vazio" interior que vivenciamos no nosso dia a dia.
Por isso, hoje, deixo-vos aqui uma quadra de um grande poeta, (António Aleixo), pouco letrado, mas, que sempre admirei pela sua coragem, poesia em tom dorido, irónico, espontâneo, com que este apreciava os acontecimentos e acções do homem:
"Sei que pareço um ladrão ...
mas há muitos que eu conheço
que não sendo o que são,
são aquilo que eu pareço."
(António Aleixo)

Quero ser o que sou pelo que sou não sendo mais do que não sou.
Apenas EU !!!

Cada vez me convenço mais que em ALGUNS CASOS as ligações de Amizade, quando esta é genuína, têm um vinculo muito mais forte e convincente do que as que são vinculadas pelo sangue. Ou seja, quanto a mim a melhor "família" é aquela que se une através do espírito e não apenas através do sangue.

A vida e a sua respectiva caminhada são um naufrágio de ilusões...resta-nos estar preparados para o retorno à realidade.

Casamento ...
São precisas duas pessoas para que aconteça e também para que termine. Embora eu até costumo dizer que são precisas sempre três pessoas para que o casamento se consolide na verdadeira ascensão daquilo que se espera dele: o Eu, o Tu e o Nós. (que profundo)! Histórias (de)encantadas de promessas nunca cumpridas ou verdadeiros contos de fadas aplicados à vida real. Conselhos e constatações sobre o casamento todos temos sempre algo a dizer, com ou sem experiência na matéria, porque há sempre alguém que já passou por isso, seja isso o que for. O casamento é, normalmente, uma consequência da união de duas pessoas, também a maior razão da sua desunião, ouvi dizer por aí. Também ouvi dizer que a mochila do casamento ás vezes é tão pesada que são necessários dois para a suportar, ás vezes três...ou mais..! A sério! Dizem até que o individuo quando se casa passa a ser o mais paciente dos animais domésticos.
Bem, de qualquer forma deixo-vos aqui uma citação de Henrich Heine, que me parece interessante: "Matrimónio - o alto mar para o qual ainda não foi inventada nenhuma bússola".