Coleção pessoal de EnideSantos

101 - 120 do total de 345 pensamentos na coleção de EnideSantos

A última poesia

A última poesia
Dos olhos a correr
Dolorosas lágrimas
Sem nada dizer

Camuflados pensamentos
Largados na algibeira do tempo
Debruçados a sós
Vagam os sentidos
No profundo de nós

Ainda havia tanta coisa a dizer
Tanta poesia à fazer
Ainda havia um mundo inteiro
Dentro do meu ser.

O fim do laço a sua perfeição
O fim dos aplausos a sua entoação
O fim do grito de som aturdido
O final do capitulo do meu destino.

Enide Santos 28/12/14

Foi só o sentimento que vazou

Desculpe-me...
Por este meu suspiro forte...
Por minha voz embargar...
Por meu corpo tremer...
Minha mão transpirar.

Perdoe esta minha saudade,
Que tanta força faz pra te chamar.
Banha-me de silêncio
Para apenas o pensamento exaltar.

Absolva este meu desejo veemente
Que por vezes, é vil e imprudente.
Que rasga as paredes de o meu ser
E o teu corpo, o tempo todo quer ter.

Atenue, alivie, amenize
Não foi por querer
Foi o sentimento que vazou
Procurando por você.

Enide Santos 2712/14

Ter uma alma que quer o tempo todo se mostra
Não é nada fácil
Ainda porque ela nem sabe como se faz isso
e me deixa a mercê deste seu egoismo.

Meu primeiro refúgio


Meu primeiro refúgio
Minha perfeita morada
Diante dos teus olhos
Principiei a caminhada

Sua voz ainda é música
Ecoa dentro de mim
Ah, minha mãe querida!
Não entendo porque cresci
Ainda sinto o murmurar
De a minha infância te chamar
E nas minhas noites de medo...
Sinto os teus passos, sua forma de respirar.
Vestes tu com elegância
O destino que Deus a encarregou
E como mãe és primorosa
Pra cada filho doou seu calor

Por todas as horas de tua vida
Que a minha dedicou
Agradeço-te dama de minha vida
Venero-te com todo meu amor.

Minha doce rainha
Meu templo de perfeição
Ampara-me
Proteja-me
Embala-me
Esconda-me no teu ventre
E nunca...
Nunca me abandone
Mãezinha do meu coração.

Enide Santos 20/12/14

O outro lado de mim

O outro lado de mim
Aquele que tem cobiça
Mas finge não ser assim
Aquele que do nada se irrita
E esconde seu lado ruim

O outro lado de mim
Que gosta da gula
Inveja e usurpa
Mente e insulta
Fuzila fitando
Cospe rosnado
Pisa matando.

O outro lado
Que é prisioneiro
Metido a matreiro
Tenta fugir.

Todos têm seu lado bom
Seu lado ruim
Comigo também é assim
Mas o Deus que há em mim
Sempre me ajuda a resistir.
Ao outro lado de mim.

Enide Santos 10/12/14

Peleja com a saudade

Quase insuportável
Hoje ela esta
Tenta devora-me
Arrisca devorar-se
Ajeita-se
Enfeita-se
E me chama pra peleja.

Ah, como é bom confronta-la!
Fazer pilera
De suas mazelas.
E nessa luta
De rusga tão muda
Seu grito em mim é infinito.

Ah, esta saudade enfim!
Gosta de se manter assim
Intensa e sádica
Aflorando ate na hora
Que teus braços embrulham-se em mim.

Ah, saudade deixa de munganga,
E vai embora daqui.

Enide Santos 03/12/14

Ai, saudade de mim
Ai, que saudades
de ir dentro da minha alma
e arrancar de lá minha poesia!
E rasga-la inteira
vê-la sangrando
derramando de mim.
Ah, não encontro o caminho
me perdi
dentro de mim
me perdi
Há apenas um som
e não são palavras
ou não consigo as interpretar!
Não encontro a minha poesia
me perdi dela
e não sei se saberei viver assim.
Levantando sentimentos
escarafunchando em pensamentos
retorcendo aborrecimentos
em busca de mim.
Ah, minha poesia, volta pra mim?

Enide Santos.07/12/14

Retrato de mamãe

Uma lata ela abria
Retirando toda a tampa
Tão doce parecia
O seu belo semblante.

Criança, eu não entendia.
Que mamãe criara poesia
Cantarolava e a lata abria
Com carinho o vaso surgia.

Sobre a mesa a lata estava
Abarrotada de flor
Toalha de chita
Combinando com louvor

E com um terno sorriso
A casa mamãe enfeitou
E da minha infância, te digo...
Só recordo com amor.

Enide Santos 04/12/14

Agora dói

Agora dói acordar.
A razão pra me vivificar
Já não posso mais alcançar.

Abandono-me ás recordações.
Descuido-me das emoções
Penetro-me em pensamentos.

Agora dói respirar.
O ar que me visita,
Agora sai, como que pra te buscar.

Soluços, lágrimas, gemidos,
nada consome a dor
que me impõe este castigo.

Agora dói continuar.
É mesmo uma penitencia
Tentar deixar de te amar.

Enide Santos 22/06/14

Apenas eu e você.

Apenas eu e você,
Nada mais havia
Exceto esta fotografia...

No escuro seu contorno me dizia:
Olha em torno sinta esta magia!
E quando não mais juntos estivermos
Guarde na lembrança este momento terno.
Ah! Sua voz estava tão doce e macia
E o teu braço com ternura me envolvia
E com o outro apontava a bela fotografia.

Olhe bem para lá,
Lembre-se do brilho de cada lugar
(Piripa, Cordeiro, Condeúba e Jânio)
E quando não for mais este momento
Volte para cá, onde nos dois
Para sempre vamos estar.

Guarde na lembrança
Nunca o deixe se esgotar.
Esta é a maneira
De nunca nos separar.

O melhor momento de minha vida
Faz-me chorar
Ele aponta para onde jamais quero estar.

Enide Santos 26/11/14

A poesia que fala de ti

A poesia que eu teria pra te dizer
dorme dentro de mim
aconchegada a você.

Dela não ouço gritos
sinto alguns toques
pequenos bramidos.

A poesia que fala de ti
que exprime meu amor
que traduz o meu sentir.

Esta sonhando agora
Aperfeiçoando-se por hora
desejando existir.

Enide Santos 26/11/14

Livre arbítrio

Como posso ser o que nunca fui?
Descrever o que sentir, sem ser?

Queria eu ser a sensação
Da folha ao tocar no chão.
Também queria ser o chão
E dar-lhe majestosa recepção.

O som do trovão queria eu ser
E ecoar mostrando poder
E da noite ser a mão
Para a aurora dar proteção.

Tantas e tantas coisas queria eu ser.
Ser o silencio que só no ventre do vento há.
A distância que cada gota na chuva se dá.
Ser o burburinho na vida do ar.

Querendo ser sou.
Sou a musica que invento
E digo que quem gosta é o tempo.
Sou a sede da aurora
E para ela domo minha história.

Sou a morte do grito
O fim de seu rito
Sou a fome a sede da vida
Sou o punho cerrado
Do livre arbítrio.
Eu sou um mito.

Sou poeta
E querendo ser
Eu sou.

Enide Santos 22/11/14

Tô capinando a minha sina

Tô capinando a minha sina,
fazendo nela,
minha obra prima.

Tô derribando aqui e ali
Vou abrindo brechas para sair.

Tô carpindo esta insígnia
levando dela,
tudo que a abomina.

Tô roçando esta ingrata,
ateando fogo nas suas faltas.

Tô abatendo este destino
que não me enobrece
e não me define.

Aceite desígnio
não guerreie enfim
visto que, sou dona de mim.

Enide Santos 08/0/11/14

De qual lembrança?

De qual embrança vem este som,
que não consigo reconhecer?
Remete-me a algo,
outro tempo,
outro espaço.
Não sei qual,
não sei onde.
Sei que saiu do meu corpo,
habito outra dimensão.

Lá onde recolho saudades,
e planto gratidão.
Lá posso voar,
dançar como se chuva fosse.
E das lamurias sofridas que ouço,
Faço vento, para planar.

Sou pedra,
montanha,
encostas do mar.
Sou lua
Estrada,
E a força de um cantar
Aquele que ouço
Mas não consigo identificar.

Enide Santos 07/11/14

Razão de meu silêncio

Há momentos que as palavras preferem não ser ditas.
Então...
Perceba o ardor que há em meu peito,
Sem que seja preciso soar um único verbo.
Sem que seja necessário ecoar um único som.

Há tantas palavras que precisam ser entendidas
Mas que não querem ser ditas.
São intensamente mais plenas
Quando traduzidas sem pronuncias.

Entenda o fragor que só o meu corpo pode dispor.
Ouça o retumbar que rasga o meu silêncio.
Alcance o som em mim que fala de ti.
Desbrave meu olhar, encontre-se lá.

Enide Santos 21/10/14

Chove por mim os teus olhos

Chove por mim os teus olhos
Abusando do instante que te dou
Retrata o teu espírito
E com ele todo teu amor

Delineando tua face
Expõe-se a gota da dor
Entoando com arte
Reverencia-se ao observador.

O cheiro do teu sentimento
Exibe-se todo enfim
E o gosto de teu pensamento
Impregna-se em mim.

Chove pôr mim os teus olhos
Furtando-me o mundo em que estou
Deixa-me repleto da culpa
Pôr por ti não ter amor.

Enide Santos 21/10/14

Houve uma noite

Houve uma noite
em que toda a coragem
de mim se apossou.
E em minhas retinas
podia se ver
o mais puro furor.

Em mim bradavam-se gritos e gemidos
como os que bradam numa flor.
Vestidos de silencio
mas que o eterno alcançou.

E das veias desta minha existência
Recolhidas nas essências
o meu ego brotou.
Emergiu-se em fim
Se rasgando de mim
O profundo deixou.

Houve uma noite
Que não mais vou esquecer
Rompeu-se o enigma
De o meu inteiro poder.

Houve a noite em que pude me ver.

Enide Santos 07/10/14

Quero poder amar alguém
Que não tenha medo de ser amado.
Pois minha capacidade de amar
É intensa e imensurável.

Sou portadora da mais insana das almas

E nos jardins da vida
Onde o tempo faz morada
Caminha minha alma
Insana e ousada

Debochada aventureira
Sobre as horas se escancara
Perfuma seus encantos
Com orvalhos da madrugada.

Do espírito das coisas
Alimenta seu destino
E se suja dos beijos
Dos pecados clandestinos

Dorme com a dor
Com a saudade tem um caso.
Veste-se a rigor
E com a luz da seu recado.

Insana pela vida
É a minha alma
Esgarçada ferida
Feliz por ser culpada.

Enide Santos 27/09/14

Não consigo voltar a dormir.
Fico preocupada em acordar e deixar as coisas sem solução em meus sonhos.
Ainda em outra noite havia um papel pegando fogo eu estava tentando apaga-lo, mas já em meu sonho eu tinha toda convicção que o fogo iria retornar.
Na ânsia de salvar os meus sonhos, os que tive e os que ainda vou ter, eu acordei.
Não consegui voltar a dormir...
Fico muito apreensiva por não saber o que se passa por lá.
Lá estava também meu amado ou alguém que ainda vou amar, mas não me foi possível ter com ele. Sei que acordei com o peito repleto de um amor intacto e perfeito.
Tentei incansavelmente voltar a dormir, não consegui.
Não sei o que se passou por lá, apenas sei que meu amado não consigo encontrar.

Enide Santos 26/09/14