Coleção pessoal de elisasallesflor

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NA TUA BOCA, MINHA POESIA...

Beijo tua boca, transcrevo o verso
Numa carícia doce, envolvente
Translado neste toque o universo
Numa paixão nossa. Caliente...

Um momento apenas o nosso beijo
Breve e eterno em minh'alma
És toda paz que anseio e desejo
Atiça-me e, paradoxal. Me acalma!

Quanta agonia há neste mundo, Deus!
Mas esqueço todo o desgosto
Quando toco os lábios teus...

Pois neste toque de carnes sou poesia
Componho no paladar da tua saliva
Meu poema, teu gosto de ambrosia!,

AMOR, ETERNO AMOR...


Ei de adora-lo em todos os momentos
Quando a luz do sol queimar-me o rosto
E nas serras altas uivarem os ventos
E quando das vindimas extrairem o mosto.

Quando os dias forem longos e enfadonhos
E não houver o riso para proclamar a vida
Ainda assim serás meus sonhos risonhos
E a lembrança mais doce e querida...

E ainda quando o mar urger em tempestade
Roubando dos pescadores seu sustento
Até então te aguardarei no fim da tarde.

Pois do meu poema és o verso mais lindo
Visto que o amo sem dor, medo ou lamento
Num tempo chamado nosso. Infindo.

Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)

NUNCA ESCONDAS DE MIM TUA NUCA...

Na tua nuca desvendo os segredos do universo
Na curva sublime do teu pescoço
Na alvura da pele
Nada repele
Tudo me impele à toca-la
À beija-la com ternura ao mesmo tempo que com paixão
Permita-me apenas toca-la
E quando o fizer saberás do meu amor sublime
Que tudo redime
Tudo torna sagrado
No teu pescoço meu agravo
Minha lassidão
Minha doce perdição
Nunca esconda de mim tua nuca
Nunca...!

A VOLTA À TI...

Volto enfim aos teus braços amada
Tantos ventos varreram meu tempo
Mas sempre torno à ti, querida fada
Numa tarde gentil, no bramir do vento...

Sento mais uma vez no teu colo moreno
Fecho meus olhos em sublime ternura
Trago comigo flores e poemas amenos
És a doçura que em mim vive e perdura!

Um homem igual à mim, simples assim
Move-se, comove-se. Meu coração sorri
Faço versos nos teus lábios de carmim!

Portanto serás meu porto ao entardecer
És meu nirvana. Meu mantra. Minha cor...
Volto para ti... Sublime amor do meu viver!

Espero-te nos primeiros raios da manhã...
Se não vieres,
vou espera-lo quando a primeira estrela surgir no céu
Minha alma está à disposição do teu toque e da tua ternura
Não te demores.
Mas se demorar, eu espero.

O MOTIVO DO MEU SORRISO

Ora, sua boba querida amada traquina!
Perguntas porque vivo a sorrir?!
Porque mais sorriria eu senão por ti...?

Sorrio pelo sol que brilha em teus cabelos
Sorrio pelo entreabrir dos teus lábios de flor
Sorrio pela forma como que tocas minha face
E pela displicência com que me juras amor...

Sorrio por que tu és...
És o motivo maior dos meus dias
A razão das minhas alegrias
Os versos da minha poesia
E a ausência de no meu mundo, a melancolia...

... E me inqueres porque vivo a sorrir?
Vivo a sorrir por ti
e por ti
vivo a sorrir! !

Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)

Eu poderia
Juro que poderia
Ter vivido mais intensamente a vida
Se toda minha intensidade
Não tivesse delegado àquela margarida do caminho...

Lembra?
Ela não tinha espinhos
Me encantei
Me entreguei em sangue e vida à doce margarida!

FEITA DE FLORES

Quando nasci numa noitada fria
Uma gardênia brotou em mim
E das agruras em choro e apatia
Plantei poesia no meu jardim!

Porque sou feita de mil flores
Alma, corpo, cerne e coração
Como pétalas de doces amores
Translado a dor_ sublimação.

Me doo em cheiro de hortências
E quando o medo aflora n'alma
Colho copos de leite... acalma
O pavor do ser_ ambivalência!

E um dia quando eu daqui voar
Espalhe sobre mim cheiros e cores
De todas as eras que encontrar
Porque sou feita de mil flores!

Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)

ENCANTO

Passarinhos pousam no pé de acerola
Vejo-os em frente à minha janela
Alforriados de grades de gaiolas
Cantam alegremente
Conversam entre si
Porque cantam eles?
Sobre o que gorjeiam tanto?
Possuem alguma percepção de mim?
Eu que paro para ouvir os seus cantos
Que me aquieto em meu canto
E do meu canto me encanto com tanto encanto!

... Ah, se não fosse tanto pranto
eu poderia ficar todo o dia
com os sabiás e as andorinhas,
brincando de viver e fazendo poesia.

Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)

NEM SAUDADES DE TI...

Deixo-me arrastar pelas águas
Sinto o vento me acariciar o rosto
Sou parte de toda a vida que me cerca
E nem saudades de ti, meu bem, eu sinto...

Sou completude de mim mesma
Tuas longetudes não me afetam
Tuas ausências já não podem me ferir
Porque estou sendo arrastada pelas águas
Águas azuis de um córrego manso.

Deixo-me embalar pela aragem fresca
Um cheiro de paz chega-me às narinas
A vida, por hora me fascina
Sou satisfação, assim, arrastada pelas águas
E nem saudades de ti eu sinto meu amor
Nem saudades...

Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)

Vida em versos

Transladando nos verbos
Gritando nos substantivos
Vivendo nas palavras.

Se escondendo
enquanto se revela
na poesia.

Que toda tristeza seja breve
Que toda saudade seja leve
Que toda solidão seja para encontrar-se consigo mesmo
E que toda alegria permaneça à fim de trazer
gosto ao viver!

Que nunca haja o dia do qual se possa
dizer que não valeu ser vivido!

Que possamos ser companhia agradável
o suficiente para que todos aqueles
que chegarem perto de nós não queiram
partir sem o desejo de permanecer
um pouco mais.

Que as noites escuras nunca me roubem
o desejo de contemplar um novo nascer do sol.

Que a rudeza da vida não endureça meu coração
Que as batalhas não me enfraqueçam, mas que criem
em mim resiliência e que os momentos de tristeza
não me roubem a esperança de dias felizes!

Geralmente chegamos às campinas verdejantes
após passar pelos caminhos de pedras; isso ocorre
para que possamos nos regozijar nas paragens
verdejantes, usufruindo com prazer e gratidão
o novo caminho.

Não são os espinhos das flores que lhes rouba
a pureza e a beleza; assim como não são os momentos
difíceis que passamos que irá roubar de nós a capacidade
de contemplar o espetáculo da vida.

A palavra dita com precisão e em momentos
de dificuldade é o mesmo que um cantil
de água fresca na hora mais caudalosa do deserto.
Dessendenta a sede e satisfaz.

LIBERDADE PARA A MULHER!

Soltem as amarras
Desfaçam a carranca
Deixem-na livre tal qual colibri
Ela tem o direito de ir e vir
Não interessa prá onde
Nem mesmo porquê!
A beleza de ser mulher ninguém esconde
Na força do ser
No poder de parir
Na ternura do sentir
Na ânsia de amar...

Soltem as amarras
Desfaçam a carranca
Deem espaço
Dessamarrem o laço
Desatem os nós
Não interessa o seu pensar
Liberdade à mulher de hoje
À mulher de sempre
A mulher mãe
A mulher trans
A mulher bandida
À mulher
Liberdade à mulher da vida
A mulher da lida
A mulher que tem o direito de ser quem quiser
O que quiser
Na hora que quiser!

Soltem as amarras
Desfaçam as carrancas
Liberdade para a mulher!

Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)