Coleção pessoal de ELINAIRES

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No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.

O pudor é a mais afrodisíaca das virtudes.

O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da inexperiência.

Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata.

O dinheiro compra até amor verdadeiro.

Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe.

Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos.

Deus está nas coincidências.

Invejo a burrice, porque é eterna.

Só o inimigo não trai nunca.

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

A palavra é meu domínio sobre o mundo.

Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.

Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Se justificam mentindo com pretextos enganosos, e com rodeios fingidos.

Falsa gentileza vã,
A quem segue o teu verdor!
Adverte, que se hoje és flor,
Serás caveira amanhã.
Essa beleza louça
Te está mesmo condenando...
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Se corres, com pano largo,
Trás dos deleites de uma hora,
Vê bem que o que é doce agora
Te há de ser depois amargo.
Desperta desse letargo
Que que os vícios te detêm,
E vive como convém;
Pois se sabes que és mortal,
Olha bem: não morras mal,
Olha bem que vivas bem.

Se a esperar tempo te atreves,
Mal na vida te confias;
Pois são tão curtos os dias,
Quanto as horas são mais breves.
Deixa os gostos vão e leves,
Que tanto estás anelando:
Trata de ir-te aparelhando
Para a morte, e sem demora;
Porque não sabes a hora,
Porque não sabes o quando.

Deixa o mundo os enganos,
Não queiras em tanta lida,
Por breve gostos da vida
Penar por eternos anos.

As Cousas do mundo

Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa,
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.

O honesto é pobre,
o ocioso triunfa,
o incompetente manda.

O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.