Coleção pessoal de dryneres

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O segredo...

Baús vivos, esfinges trancadas, vidros trincados e peliculados. Escondemo-nos de nós mesmos a cada segundo de nossa breve existência. Usamos sorrisos, brincos, peles para nos camuflar; mas tem a alma nossa, que faz um barulho ensurdecedor e por alguns instantes, foge desta casca superficial que é o corpo nosso... Deseja nos tocar. Está cheio de vozes, o meu barco!

VERBO ERMO VIL SOLAR AQUI ACOLÁ – O SEGREDO.

Ai que saudade do que ainda não vivi, e como anseio pelo reencontro da história ainda não escrita!

Poetas tinham que saber apagar versos também... Mas só escrevem e escrevem desmedidamente nas calçadas, nas janelas, nos armários que não se mostram. Eu juro que se pudesse, que se permitido fosse pra mim, deletaria da máquina que me fiz, todos os nossos beijos, todas as nossas noites em convulsão do corpo nosso, vermelho, visceral... Porque talvez seja melhor amizade que amor. Quando nos teus olhos procuro alguma resposta, alguma aproximação maior da que já temos, percebo o balbuciar dos lábios seus em ato de reclamar. Sou toda errante, vibrante, quente, quase valente... Sou completa viajante, peregrina, turista no país que nomearam de amor. Não me olha assim com ares de julgamento pelos passos tão infantis do meu coração.

Sinto-me perseguindo o último trem. Sinto-me arquiteto ao tentar reformar cômodos já manchados por tempos alguns, não tão dentro do passado. E como tentar consertar o que nem mesmo sei se quero. Amo-te em demasia, e sei que seu amor aprendeu dormir em meus seios, repousar no meu sorriso, mas não entendo e não alcanço os momentos breves de falta de diálogo no nosso silêncio... Sou apreciadora máxima de sussurros em silêncio, mas não tenho alcançado os teus. De forma ou de outra é fácil perceber que estamos em matrimônio um tanto falhado. São tantas as aproximações, é tanta a afinidade, comodidade... Nos meus sonhos, nos meus anéis é o nome teu que quis decorar, rezar, reger. São tantos os obstáculos que nos ferem e parecem matar pedaço esse, pedaço outro que insiste em ficar em nós, de nós.

Os meus batimentos não sabem mais reagir às tuas ligações como em tempos remotos, nem tão remotos assim. Não aguardo mais teus beijos como quem espera para nascer. Não sei mais fazer tremer minhas mãos quando se unem às tuas. É fato que meu desejo é teu, meu prazer se faz gêmeo com o teu, que nossos corpos são unos em moldurar líquidos nos móveis, nos poros... Mas muito se perdeu, e o tempo é cruel com isso! Não me culpe tanto, amor meu... Eu sempre levantei as mais belas bandeiras de amor, outdoors e poesias do quão grande era o sentimento nobre que eu permiti nutrir em mim. Não sou a mesma de outrora, sou outra, tenho pedaços outros de outras, e isso marca. Sabe meu desejo, minha prece? Queria correr descalça nas areias molhadas pelo derretido e salgado mar que te encanta tanto criança minha. E de lá, despedir-me-ia dos seus dedos, da sua face... E partiria, e me deixaria navegar em outros mares, porque não sei quase nada do mar, nem de tudo aprendi sobre minha existência... E se entrelaçados meus dedos se mantiverem aos seus, eu não conseguirei... Não se eterniza amores, não se encarcera sentimentos. O amor não é nem foragido para que corramos atrás dele, nem presidiário condenado a prisão perpétua... Ele é por si só, livre. E eu não quero tê-lo ao alcance de minhas mãos. Não mais... Agora não!

Tenho-te muito facilmente. E ouso dizer que preferia quando era mais difícil, quando meu corpo tinha que percorrer léguas e léguas em ardor e suor, à sua procura entre os carros, entre as ruas cheias e tão vazias de gentes, presentes! Que contradição, oh deuses do céu!! ... Você não me perde, porque nunca teve. Ninguém perde ninguém, visto que ninguém é propriedade vitalícia do amor do outro.

O amor é dessas loucuras de nos tirar o sono, folêgo, pele. É como acelerar em nitro à 360 graus fora dos Celsius. O tal amor é inseguro, abstrato, indomável... A gente nunca sabe quando ele nos apertará os órgãos e fará chover dentro de nós.

Somos sedentos desse alimento que só esse verbo oferece. Não sei caminhar com o coração vazio. Não sei me vestir com outras peles que não sejam as tuas, amor.

Esse nosso matrimônio às 'escondidas', as pinturas que a gente insiste em revestir nas paredes, os seus braços e abraços tão nossos.

Já não me percebo como sujeito independente... Você parece ser uma espécie de droga, que vicia, que alimenta, suga, anestesia, vai matando...

Eu não quero aprender a te esquecer... Eu não quero precisar apagar os seus olhos dos meus... Eu não me permito testar minhas fibras, meus poros pra ver se sobrevivo sem os teus beijos.

Sensações não seguem regras cartesianas, não são concatenadas.

Queria não precisar ter pernas trêmulas, mãos em frio, copos vazios, camisas com o cheiro teu... Queria não querer antes, precisar de você, mas meus olhos fitam em roer de unhas o som que faz o aparelho de receber ligações tuas e temo e tremo e finjo estar tudo bem escrevendo assim comendo vírgulas períodos que conto num relógio imaginário me testando te testando somente pra saber até quando meu coração e meus lábios aguentam res(PIRAR) sem os líquidos teus e vendo o vento soprar no meu rosto o riso teu de quando desenhamos estrelas em paredes de quando desenhamos estrelas nos nossos corpos em dimensão sem amplidão e eu preciso dizer que amo você e resolvo pontuar para dar: ênfase para que alguém credite esses devaneios frenéticos!

Delicio-me com nosso gargalhar, com nossa cumplicidade e incluo nas gramáticas a língua que criamos para nós. E acrescento às literaturas todas as falas não ensaiadas no amor nosso; desse amor já adulto que se instalou em cada órgão nosso, em ato de troca sorridente. Sorrio... Sorrio de olhos fechados, respiração leve e sinto sua respiração próxima da minha.
Gosto de forma ímpar das canções que são entoadas para o nosso amor. Aprecio a poesia que se apresenta para o nosso amor. Fico encantada, boba, emocionada com as nossas vidas que escolheram o caminho de passos juntos. Inebriada de amor, sou banhada pela tua presença como o néctar banha os lábios dos famintos. Você me alimenta! Você me faz sentir um pedaço do céu dentro do meu coração.
Esses têm sido dias felizes, dias de sorrisos largos...
Pega minha mão, beija meu sorriso... P-E-R-M-A-N-E-Ç-A!!

Uno os cacos, cactos, casebres, cacofonias, casos e causos, casas e gentes. São elos que invento na utopia de tapar alguns espaços meus. Cato palavras, colho músicas, capturo lágrimas para enfeitar poesias que saibam encher olhos famintos de rios largo-extensos, de líquidos sumos tão necessários ao movimento tão aclamado pelo meu eu, tão já desesperado - Movimento de pisca-abre, pisca fecha, pisca-morre.

N'alguns séculos destes que tenho vivido troco as bermudas por várias cores. Bebo cada cor como se cada uma, de cada qual fosse minha de verdade. Não peço licença ao entrar em orquestras humanas, divinas, insanas. Não tenho coragem, mal tenho coragem, de fitar-me no espelho. Sou outra. Sou várias. Sou o caos mesmo quando tudo é só calmaria.

Tenho a urgência de todas as flores. Tomo conta da doçura que me fora conferida com precisão. Tenho luvas de poesia, tenho os pés não sobre o chão. Entre emails e globanalidades, quero meu sossego, minha rede pra me embalar. Entre os transgênicos e os clones, quero só fotos 3x4, preto e branco pra minha memória desistir de esquecer dos meus sorrisos - Longínquos!

De beijos intermináveis quero encher os meus dias. Desejo vestir-me da sutileza e maciez das mãos de majestade 'Principal' (termo que emprego para dizer de príncipes, princesas, porque nos meus devaneios, posso imitar alguns poetas) - suas. Eu bebo a solidão do mundo e sinto que não pertenço a essa esfera aqui que piso. Já não me sinto de tudo, só nesse mar de braços e pernas... Já me é diferente o viver, porque de alguma forma a tua presença me transmuta.

Sim, não me julgo, nem me mutilarei por gostar de escrever dos amores e das dores, com as mesmas letras, nas mesmas poesias. É uma mistura agradável que me agrada facilmente, visto que sou duas e o ser humano é um-dois eterno (S) dúbio-s. Sou loucura aos meus olhos. Sou um vício saudável se souber se alimentar dos meus sorrisos e frases em construção de Regência reticente.