Coleção pessoal de DriKzaa

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Quando duas almas amigas encontram-se novamente, logo sabem. Elas sentem, imediatamente, a luz que irradia e comunica a importância do retorno, da passagem, da nova travessia.

E o tempo que fizer-se necessário, uma junto à outra, será cumprido, nem mais, nem menos.

Cada uma traz um presente para o presente. Algo que era seu e de alguma maneira, precisa encontrá-lo.

Quando precisam se despedir novamente, elas sofrem, penam, profundamente. Só duas almas afins, reconhecem-se no caminho e atraem-se para evoluir.
São presentes que chegam, na hora exata.

São presentes que marcam. O corpo, a carcaça, não importa. A vibração, sim. Elas se comunicam sem precisar do corpo, e de alguma maneira, sempre estiveram juntas.

Os animais e a sensciência

O filósofo australiano Peter Singer, em seu livro Libertação Animal, destaca as evidências da sensciência nos animais que são:

A capacidade de sentir dor, medo e ansiedade, frustração, prazer, compreensão de pertencer a grupos sociais, capacidade de interagir natural e socialmente, possuir sentimento de laços familiares, algum tipo de comunicação e preferências. (SINGER, 2004, p. 17)

Singer enfatiza que o estatuto moral de todo e qualquer ser não depende da sua capacidade de raciocinar e falar, mas do fato de ser sensciente ou não.

Se um ser sofre, não pode haver qualquer justificativa moral para deixarmos de levar em conta esse sofrimento. Não importa a natureza do ser, o princípio de igualdade requer que seu sofrimento seja considerado em pé de igualdade com sofrimentos semelhantes – na medida em que comparações aproximadas possam ser feitas – de qualquer outro ser.

Caso um ser não seja capaz de sofrer, de sentir prazer ou felicidade, nada há a ser levado em conta. Portanto o limite da sensciência para a capacidade de sofrer e/ou experimentar prazer é a única fronteira defensável de consideração dos interesses alheios.

Singer propõe o critério "dor/sofrimento" para que o ser seja aceito na comunidade moral.

Com esse critério, não devemos então perguntar se o ser tem ou não a plena posse da razão, mas sim, se ele tem a capacidade de sofrer.

Este é o critério da sensciência.

Estamos num tempo de alterações aceleradas e a mulher contemporânea se transforma na velocidade da luz. Estamos na era da mulher cometa e ela anuncia um rastro de importantes transições semióticas de sua figura.

O símbolo da mulher frágil que caminha docemente até o altar, onde à espera um príncipe idealizado, sinaliza sua reconfiguração. Esta mesma mulher acena que está com um pé no altar e outro no acelerador do carro e do coração.

Luzes, câmera, ação. Travessia. A mulher questionou, tirou o gesso, escafedeu-se do forno e do fogão. Ou não. Não importa. O que importa é a consciência do poder de decidir e transformar.

É jogar pela janela o lema: parar pra pensar, nem pensar, pois é preciso pensar para recriar-se. A mulher comunica através das pontes que ergueu e ainda desenhou um mapa para a interpretação de sua mensagem.

Ei-la: a que conseguiu construir ao longo do tempo um novo significado que atualizou a evocação de sua figura. Recriou a semiose de sua imagem. A mulher de grinalda e guirlanda de flores do mês das noivas dá o tom, acerta o passo e o compasso de sua vida.

Ela comete, descompassa e passa se quiser. Com cor, ação e de coração. Ousa, avança e assusta. E o homem fica sem saber se grita, aplaude ou abre a porta do carro.

Estamos diante da imagem feminina que semióticamente evoca o quê? Flor de laranjeira, macieira e poder de decisão. Que faz eira; inventa beira, de salto alto ou simplesmente descalça de pé no chão.

É a todo instante, o instante que passa e já não me pertence, passou, fugiu.
Com as mãos não o retenho. Nem com os pés.
Eu tento. Apanhar. Guardar, reter.
Segurar no olhar. Na palma da mão.
Mas passa. Ele. O instante.
Sem seguro. Solto e fujão, escorrega.
Mandou-se.

Fiquei. Fui. Arremeto. Arremessada sou, a todo instante.
Deste instante para outro. Logo ali.
Talvez. É a Soma? Somo todos. Indago.
Mas o que resta, é só um. Este.

Somos instantes. E num instante já não somos.
Nem estamos.
Fomos.

No passo a passo do dia a dia, na correria, não nos damos conta de que, todo mínimo gesto encerra em si uma primeira, única e última vez. A vida é uma eterna despedida. Vivemos como se tivesse de sobra.