Coleção pessoal de DiMoura

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A tristeza nunca terá fim
Ela é eterna
Sendo assim
Só nos resta abraça-la.

Tentando caminhar sobre as silenciosas águas de um mar que eu mesmo enchi.

Anseio pelo meu sétimo dia, para eu enfim, poder descansar.

Sigo caminhando por esse mar
De sabor fermentado
Bebendo diariamente de sua água
Me envenenando aos poucos
Para assim tentar matar
Essa parte de mim
Que tanto odeio

As vezes acho que estou indo longe de mais
Dando braçadas mais longas do que devia
Tem dias que vou tão longe
Que nem consigo ver a costa

Conforme caminho
Deixo amigos e familiares pra trás
Deixo sonhos e esperanças também
Mas tudo bem
Em vagarosas noites geladas
Sua água me esquenta

É, talvez eu tenha ido longe de mais
Não sinto mais o chão
Estou me afogando nesse mar

Eu queria que existisse um Deus no céu, assim eu teria a quem direcionar minha raiva.

Se eu partir sem deixar minhas palavras finais, saibam, eu odiava todos vocês.

A dor de uma lâmina na pele é mais agradável que a dor de um coração vazio.

Somente na solidão encontrei a verdadeira companhia.

Somente anestesiado posso suportar as dores causadas por esse mundo.

Lhe desejo o eterno sofrimento, por colorir meu céu azul, em cinza.

A ausência da arte faz crescer o vazio do meu coração.

O medo do futuro é maior que as dores do presente.

Seu singelo sorriso, que antes aquecia meu coração gelado, hoje queima mais que as chamas do inferno.

Profanarei tudo que um dia nos foi sagrado, talvez assim, um dia eu te esqueça.

Aos vazios de arte, desejo-lhes a salvação por meio da expressão.