Coleção pessoal de DiMatheu

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999

Invertido estão os valores humanos,
os meus continuam intactos,
“Dê a César o que é de César!”
mas o que é teu, continua mascarado.

Vejo profetas semeando o ódio,
regando cega obediência,
se rebelando corvos.
Florescendo falsas esperanças,
tons de verde em cores,
pobres frutos doentes,
que já nascem podres.

Talvez não compreendido,
mas nunca conformado.
É sempre tantas guerras,
falta de diálogo.
Pregam paz pelo caos,
que os mesmos criam.
Ceifando cada um,
que entre no meu rastro.

1999, 1 eu, 999 versões,
escolha difícil, “querubins ou cães?” .
Cânticos celestiais, belas orações.
Ego insaciável, não basta um,
deseja multidões.

Quem sou?
O quinto não relatado,
o selo não aberto.
Não sou Peste, Guerra,
Fome e nem Morte.
Sou àquele chamado,
arrematador dos incrédulos.

Nessa fábula ingênua,
não perco e nem ganho.
Acredita no que lê?
prazer, sou eu, seu arcanjo.

Pensamentos

Madrugada sórdida, eólica e pródiga,
que me vejo sem paz.
Canção melancólica, alcoólica,
e sempre tão sem graça,
que cada lembrança traz.

Mas quem pudera um canto garrido,
que traga o sorriso, isento de,
machismo, feminismo, eufemismo,
livre até mesmo do “ismo”,
inventado por idealismo,
tais “sapiens evoluídos”,
que o canto não os toca mais.

Tenho mais perguntas do que respostas,
um questionador repleto de propostas.
Guardando para si, por não haver debate,
apenas lados e falta de honestidade.

É evolução ou retrógrado,
é idiotice ou monólogo,
todos esses pensamentos,
que me privam de sentir do ar.

Apesar de sem sentido,
não deixa de ser eólico,
o vento traz males e bens,
carregando as energias,
no desequilíbrio do vai e vem.