Coleção pessoal de davi_martins_2
Formamos a rocha dentro de nós,
Laços que se tornam um verdadeiro nó.
Espinhos que crescem pra nos proteger,
Nosso bom perfume não perder.
Já fomos fracos, hoje não mais,
A forja da vida cruel assim nos faz.
A chama viva que nos conduz
Aquece minh'alma, extrema luz.
Laços de amor não amarram,
Seduz com doçura aos que amaram.
Pétalas de rosas caídas sem valor
São os dias da alma que trazem louvor.
Mero Pensador...
Atrás dos muros, um vazio,
Noites contra o que é sóbrio.
Minha mente me leva a ser assim,
Cada um colhe aquilo que busca em mim.
Meu sorriso não é falso, ele está amarrado,
Eu não sou amargo, apenas me tornei amargurado.
Carrega um peso cruel
não quer viver esse fel
Em silêncio, sempre sorrindo
passo a passo vai seguindo
Lírio do vale, beleza inefável
alma valente, lutas diante o véu.
O charme da vida está no amanhã,
Tal qual pedras e diademas.
Lindo como um desejo no sonho,
Que das diversidades não temas.
Qual o preço do seu ouro? Quanto vale?
Onde você guarda teus tesouros?
Gritos silenciados da dor não fale,
Primavera que enche de rosas sem muros.
Correr em vão ao novo horizonte,
o lutar da alma, pra subir o monte,
Amar em silêncio, que nos consome,
A entrega plena, por um dom sem nome,
Nesta prisão que insiste nos apartar,
com laços nos prendem, sem desatar.
A doce palavra amor,
Suave, linda, bela flor.
Momento bom ao ser humano,
Livre de culpa, dor e engano.
Voar em sonho, desejo de poesia,
É como sentir ao rosto a maresia.
Preso nas grades da mente,
em silêncio sombrio veemente.
Embargado à carreira vivida,
dia após dia incessante lida.
De que me servem os dias de luta?
Dias são apenas dias, assim como lutas.
O amor gera, a morte tira, e o tempo preserva o que resta.
O sonho te faz persistir, ainda que a dor faça querer desistir.
Tudo é fruto de incerteza, a não ser a morte que certo virá.
Sempre viva, sempre faça, nunca deixe o tempo te magoar.
Passar por aqui é para todos, deixar seu legado é para poucos.
Talvez te falte brilho,
ou aconteça fora do trilho.
Ó voz que exala fortemente,
pulsante ao peito veemente.
Sons do amor geram lembranças,
morte leva amados, tempo, heranças.
As palavras vêm a me secar,
O fruto da mente a se encerar.
Vazio é a noite sem fim,
Dias distantes, flor do jardim.
Lições que temos nesse viver,
Ladrilhos na jornada têm que ter.
Amor gera beleza em amor,
Puro, com vento em seu andor.
Saudade, a marca; n'alma, tristeza.
A linha desse tempo tem sua beleza.
Suor que escorre em seu rosto:
Colher uma parte, tempo exposto.
Ato de amar é simples fazer,
o jeito mais gostoso de viver.
Amar é viver o sonho acordado,
linda poesia do passado.
Amor é fogo que arde na alma,
chamas da paixão que me inflama.
As flores murcharam, pétalas caídas,
O orvalho molhando as terras feridas.
Do suor do guerreiro tem-se a vitória,
Lombo surrado, nem se valoriza a memória.
Violão guardado, sem valor, sem sua melodia,
Tal qual, faz falta o brilho do sol no meu dia.
Dos sonhos, a forja, as vitórias,
Com as chamas fortes das memórias.
Noites em claro e intermináveis,
Marcas deixadas em guerras mentais.
Ah, se eu pudesse mesmo falar,
Hoje o amargo é doce ao paladar.
A forja que procura, já reside em você,
De um tempo passado já pronto a florescer.
O vazio da mente onde a dúvida nos invade,
Pois na incerteza mora a pura liberdade.
Respire fundo, sinta a brisa dos mares,
cada sonho inerente como sua voz, de amores.
Entre a dor fui formado,
Com rosas lindas, um legado.
Fonte de luz no meu viver,
Onde o escuro quis me prender.
Coração valente em meio à dor,
Sussurros gritados em meio ao amor.
Na vida, tecemos cada fio,
Alegrias, dores, um desvio.
Memórias pulsam em nosso ser,
O que vivemos, o que é pra valer.
Um riso solto, um abraço forte,
Prendem-se à alma, desafiando a sorte.
Prisão do Tempo
Escravos do tempo, do desejo em nós,
Frágeis alvos, vulneráveis, sós.
Nas ruas desertas da mente, o pranto ecoa,
Labirintos nos prendem, a alma magoa.
Com nós na garganta, a voz ainda ecoa,
Em canto que a prisão da alma assoa.
Com lâmina de verbo, feriram,
Em nome sagrado, maldiziram.
Negando a bondade, a clemência,
Amarram'a alma em sombras densas.
Mas a aurora da graça desata,
As correntes da noite nefasta.