Coleção pessoal de crll

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Tudo quanto é paixão eu trato como amor - é pra ver se um dia vira amor mesmo.

Tudo em mim é muito dramático. Não me leve tão a sério.

Tudo tão vago. Não diz que me quer, mas não me solta pra viver em paz. O que você quer?

Meu coração é como as vias públicas: cheio de buracos, todos passam por ele com pressa e no fim do dia fica deserto.

Está faltando homem que se apaixone, sem ligar para o que os outros pensam.

Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração

Para sempre é sempre por um triz.

Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher mil homens sempre tão gentis...

As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem.

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu

Também acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus.

Que saudade é o pior tormento, é pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar...

A felicidade
Morava tão vizinha
Que, de tolo
Até pensei que fosse minha.

Uma casinha bonita. Um emprego que eu adore. Uma pessoa que me entenda. Um par de pés pra me guiar. E um de braços pra dias frios. Um chão pra quando meu mundo desabar. Um colo eterno de mãe. Um lugar pra voltar. Outro pra ficar pra sempre.

Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor. Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre. Quero ser criança, mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura.

Mas chega. Hoje decidi que estou prestes a assumir meu coração vazio. Não decidi isso movida por uma grande coragem ou por um momento de iluminação. Nada grandioso aconteceu. Apenas sinto que dei um pequeno, quase imperceptível, passo para uma vida mais madura. Eu simplesmente não suporto mais pintar o céu de cor-de-rosa para achar que vale a pena sair da cama.

E no meio da noite, quando eu decido que estou ótima afinal de contas tenho uma vida incrível e nem amava mesmo você, eu me lembro de umas coisas de mil anos e começo a amar você de um jeito que, infelizmente, não se parece em nada com pouco amor e não se parece em nada com algo prestes a acabar.

Foi então que eu descobri. Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredon lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito.
A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?

Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito.
Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo de tudo e de todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?

(...) O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele. Até que algo sensacional aconteceu. Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher que eu acabei me tornando mulher demais para ele.(...)