Coleção pessoal de cristinalemos

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E se eu não fizer sentido, que venha o sentido e me faça.

A cada dia que passa eu me importo um pouco menos, eu me dou um pouco menos, eu respiro um pouco menos, a dor diminui um pouco e eu morro um pouco mais.

Sinto o tempo a correr, a vida a passar, sinto que o meu corpo se move, «sempre em frente» eu oiço-me dizer, e eu obedeço, uma parte de mim levanta-se e anda.
Parece que estou sendo deixada para tras por mim mesma. Estou me vendo lá longe a sorrir, mas estou aqui, vejo-me bem longe a correr, e eu choro. Vejo-me a fugir de mim mesma e de repente...
Onde estou?
Eu fugi? Fiquei aqui?
Será que morri?

Dói, e já não há ninguém para beijar a ferida, dizer que é dói-dói ou que eu devo ter cuidado. Dói, e já ninguém se importa com o joelho esfolado, com o orgulho ferido. Mamãe já não manda lavar, papai já não fica preocupado, vovó já nem está cá. E dói… Porque agora o mano é grande e já brinca sozinho, porque a mana cresceu e já não brinca. Mamãe esqueceu de avisar que crescer também magoa, que não só os ossos partem, que o coração também chora…

Não.
Eu não morri.
Apenas vivo dos trapos.
Dos que se desfizeram de mim.

Tenho fome.
Da dor desse teu louco amor.
Do sangue que já não escorre.
Do medo que me fazia gritar.
Dos gritos que dava sem falar.
Das palavras que agora me inundam.
Da água que me lavava por dentro.
Tenho fome.
De ti amor.
Da dor.
Do sabor.
Da bebida sem cor.
De sentir calor.
E ainda mais desse mundo de cor.
Que me abraçava e me rendia.
Agora vivo presa na fome da cobardia.

É... Eu não fui capaz de manter minha promessa.

Ela é um veneno doce. E eu arrependo-me de toda a vez que me deixo envenenar, mas simplesmente não consigo parar.

Tudo tão vazio e tão cheio
sem sentimentos que não o receio.
Tudo o que escrevo é nada.
Palavras? Uma multidão negada.
Tanto sentimento que tem vezes
que nem eu sinto… esqueço por meros meses.

Palavras ocas e o ar carrega o sentir
letras e frases soltas que escrevo sem mentir
as dúvidas são o que me move?
A dúvida para-me, ela não se comove
com as batalhas em que batalho todos os dias
ou com as guerras que guerreio por entre fantasias.

Escrevo tudo o que quero quando o tempo desaparece
Atrevo-me a dizer que o lápis faz tudo o que me apetece.
Escrevo sem cérebro ou coração
comigo levo apenas a alma e o coração na mão.
Escrevo sem realmente o fazer…
Pensamentos. Nunca paro de os tecer.

Ler é um estado crónico de depressão.

Borboleta sem vento
Voa no ar sonolento
E traz nas asas do tempo
Quem me deixou ao relento

Do céu nem a chuva, se em ti é só deserto.

A vida não muda, a vida existe e é uma merda, cabe-nos melhorá-la.

Nem louca, nem bipolar. Eu sou assim, faço o que quero, quando quero e se quiser, digo o que quero e o que penso quando quero e quando minha língua se soltar. Escrevo sobre quem quero, dou-me com quem quero, não falo com todos, não me dou com muitos, chamam-me louca sem conhecer a loucura, chamaram-me de louca quando falei da vida com amargura. Não sou isso, nem sou livre, não me entrego e não há quem de mim se livre.
Loucura, gente louca, é a de quem se prende pela boca.

O tempo não passa, somos nós que passamos por ele.

Tem dias que eu olho-me ao espelho e não me reconheço.