Coleção pessoal de ConteudoParalelo

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Nosso Lar

Periferia.
Longe do centro das atenções
Lutas, derrotas, vitórias
Histórias, escoriações
Paredes sem reboco, telhas de amianto
Abrigam dádivas, dívidas e dúvidas
Aqui num canto do Espírito Santo
Meu acampamento
Um deserto e seus ensinamentos
Onde a correnteza leva corpos, escolhe negros
Afoga planos e enche os olhos de ouro e pranto
Um prato cheio e um posto vazio
Convite luminoso e um final sombrio
Caminhos que se cruzam
Pessoas que se casam
A esperança morrendo
Gente esperando casa
Burocracia e demora, e a vida vai embora
Pobreza gera lucro e a vida vai embora
A vida vai embora

Memória remanescente
Descaso, Luz incandescente
Ilumina a mesa de tecido verde
Que nos contamina
É a esquina que incrimina
Menina mãe, carregando menina
Pra cada treta que termina
Mais duas se iniciam
Comunidades não se diferenciam
Obras sempre por terminar
Configurações estruturais a se modificar
Cada qual nem sempre no seu lugar
Muitas mãos calejadas
Entre tantas mãos leves
Vidas que muito duram
Outras vidas que são tão breves
Recordações, migrações e enchentes
úais, báhs e óchentes
Genes que se misturam
Pessoas que se devoram
Somos eu, você, nós...
Nosso lar, nossa gente.

Amantes da Vida

Senti um admirável impulso
Tirei o imprestável relógio do pulso
Desliguei o celular com um martelo
Proclamei um verbo avulso pelo universo paralelo
Colhi fruto do luar que é macro encantador
Descartei o gosto do passado e todo seu dissabor
Grande Vitória hoje terá um bonjour
Na escuridão do ES, Rap com o conteúdo é abajur
Iluminando os caminhos errantes
Bombardeio sonoro, palavras traçantes
Reviravolta, mudança...
Da água para o vinho
Dama, me concede esta dança
Não quero viver sozinho
Te ofereço uma música
Pra finalizarmos com chave de ouro
E antes que fechem as cortinas
Estaremos juntos no velho sofá de couro
Eu, você, a espumante e o estouro

Dois amantes da vida
Curtindo bons momentos da vida
Celebrando a vida
Fazendo valer a existência
Existindo e dando sequência na vida

Desde o ventre ansioso por te encontrar
Feliz ao ver brilhar a luz
Simples pra ser feliz, respirar!
Presenteado com a chance
O nascimento indica o início do romance
Nossas pegadas deixadas
No intervalo entre a chegada e a despedida
Passos de um menino tímido
Jogo no time dos que amam a vida
Há algo mágico no ar
Histórias que escrevo desde o parto
Sei que um dia parto antes mesmo de te entender
Nuvens dançantes sob o sol do entardecer
Você passando e eu cantando você
Morro de amor por ti e continuo vivo
Nem penso em divórcio, tem sempre bons motivos
Momentos bons pra dividir
Meu coração para se a gente se separa
Deixo de existir se você desistir de mim

Dois amantes da vida
Curtindo bons momentos da vida
Celebrando a vida
Fazendo valer a existência
Existindo e dando sequência na vida

Último Drink

Dando um rolê pra ver o que acontece
Aos deuses interiores faço uma prece
Sempre há tempo pra um último momento
Eterno enquanto durar
Antes da luz se apagar
Sombrio como corpo vazio
Tão podre que causa arrepio
Mas que mundo vadio
Morte e vida sempre por um fio
Vagando na noite e sentindo frio
Bati na porta, mas ela não abriu...
A porta não se abriu...
Ela não abriu

Último drink, por favor
Enche meu copo ou me dá um soco
Mas cuidado pra não derramar
Saideira, show de horror
Mais um drink, por favor!

Hora do Show

Sente-se que é hora do show
Plugue seus fones de ouvido
Seja atencioso, mantendo-se envolvido
E ao ficar sem reação escute seu coração, pulsar
Conforme a música tocar
Note, seu sangue circulando melhor pelas veias
Arejando seu o corpo humano
Seu conhecimento ficando maior
Assim a música rapta a mente do ouvinte
Que rapidamente capita a primeira frase da rima
Que se completa com a frase seguinte
Cheio de requinte
O som te torna um espectador
Que cria imagens quando escuta
A vida e uma disputa por espaço no seu crânio
E assim proclamo, total independência com um rap subterrâneo
Fazendo planos em minha residência
Onde bons instrumentais me levam pra longe da terra
Onde a poesia simboliza o ouro existente aqui na serra

Plugados! O céu é o limite
O barulho do vento forma a métrica dos beats
Que me faz flutuar, tirar meus pés do chão
Me leva pra outro lugar, em meio à constelação
De estrelas que brilham de modo diferente
Com magia contagia toda minha gente
Que atenciosamente navega em todas as viagens
Viradas, rabiscos, frases e colagens
Terra que vocês nunca foram
Indiferente da minha Serra banhada de ouro
Onde que sua mente ocupa cada espaço
Possuindo ritmo que torna em compasso
Pés batem no chão
Decibéis balançam minha mão
O grave forte faz pulsar meu coração
Sinto a pulsação de um modo nunca igual
Uma sensação que me tira do normal

O Silêncio

A dor reinava enquanto o lamento ecoava
Na calada da noite barulhenta
É o silêncio que canta
A lei afronta
A lua se levanta e sua luz nos aponta
Nos dando o ar da graça
E clima para o movimento na praça
Footwork! Na correria pra ver o dia
Ninguém tem pressa
Alarme, luzes coloridas
Cidadão noturno se apressa
Predador não quer virar presa
Com uma carta na manga pra virar a mesa
Álcool pra quem tem sede
Meretriz pra quem tem fome
Na rua que é só o breu
Alerta sonoro que indica o céu
E preenche um vazio profundo
Regendo o submundo até o raiar do sol

Quando o sol nasce a melodia muda de tom
O silêncio que prevalece
A vida amanhece
E só escuta quem tem o dom

De um lado, cães rangendo dentes, buzinas
Do outro um breu
Regendo uma orquestra em cada esquina
Festa e cama na mesma calçada
Por ali caminha-se ofegante
Alguém filmando da sacada. Flagrante!
Frenagem de carro. Alguém correu
Por um instante, um insigth, um start
Passagem secreta pra um planeta inimigo meu
Paladar, tato, visão, olfato e audição
De fato se embaralham perdendo a função
Ora a escuridão tentando nos confundir
outrora alguém gritando: encosta aí!
Giroflex, luz na cara
Impediu José de se encontrar com aurora

Quando o sol nasce a melodia muda de tom
O silêncio que prevalece
A vida amanhece
E só escuta quem tem o dom

SK8

Sinais de vela nos bancos da praça
Debaixo do sol enquanto o povo passa
Na city, street, fifith, nollie, nose slide
180 backside, Smith grind
Se equilibrado sobre o carrinho
Mapeando com cautela o caminho
Desvio da pedra, que pode conduzir a queda
Insatisfação e comemoração quando o shape quebra
Rodas e pés deixando rastros por onde passam
Streeteiros caçam, obstáculos naturais que o satisfaçam
E ultrapassam as leis da gravidade
Pra vencer cada degrau dessa cidade
A receita a palavra chave é a descoberta do segredo
Treino e autoconfiança pra vencer o medo

As ruas aguardam manobras
Transições, escadas, corrimões, calçadas
Skate debaixo dos pés
Dirigido por mim, guiado por Deus

As ruas aguardam manobras
Transições, escadas, corrimões, calçadas
Skate debaixo dos pés

Convicção pra executar a manobra com perfeição
Exatidão, calculando salto e a rotação
Suor escorrendo do rosto
Vou ali tomar água no posto
Joelho machucado mas sempre disposto
Diversidade
Esporte e diversão pra toda idade
O lance é dominar o pico
Sem completar a manobra eu que não fico
Por que skatista é sempre um vencedor mesmo sem patrô
Feminino mirim iniciante amador
Trajeto pra que um dia torne-se Profissional
Ser for fun é opcional
Tentativas e mais tentativas
Mentes criativas
Rodas em atrito com o piso
Manobra concluída e um sorriso

As ruas aguardam manobras
Transições, escadas, corrimões, calçadas
Skate debaixo dos pés
Dirigido por mim, guiado por Deus

Ofício

Tão Renegrado quanto Jorge
Selvagem quanto Dudu
Sem cerimônia tipo Adikto
Convicto que o céu é mais que um infinito azul
Reflito sobre humanos
Infinitos planos
Quando eu e Jota trocamos ideia
Ou com microfone cuspimos palavras que cativam a plateia
Penso rápido no free
Lembrei do Malcon com consideração
Os toca discos tão em boas mãos
Com Dandão, Jack e LD Fli
Fico feliz quando vejo Diaz cantando
Zumba e Sagaz reivindicando
As letras do Alecs
A dança do FM
Paredes tremem com o instrumental que L.Brau produz
Cada um conduz seu saber com eficiência
Cada um em seu ofício
Em sua função, sua resistência.

Liberdade

Abra o portão saia da sua casa agora
Grite liberdade do lado de fora
Mobilize a multidão
Organize um mutirão
Espalhe cartazes pela cidade
Saia com spray na mão
Escreva nos muros sem autorização
És livre! Isso é liberdade de expressão
Sem algema, grade ou prisão
Sem opressor, sem opressão
É você quem assina sua própria carta de alforria
Mal contém tanta euforia
É o povo no controle com a chave na mão
Autonomia!
Diria que só preciso do que quero precisar
E por um segundo posso imaginar um lugar
Uma conquista maior, por um mundo melhor
É como dar linha na pipa, deixar ela voar
Descobrir que pra ser livre é preciso libertar

Livre como um poema
Leve como uma pena
Leve consigo apenas o necessário pra missão
Assim começa a revolução

Penso e dispenso o indispensável
Pois sempre penso no impensável
E acredito no inconcebível
Escrevo poesia com tinta indelével
Utilizo as ferramentas disponíveis
Voo livre, passeio por diferentes níveis
Absorvendo conhecimento as grades tornam-se solúveis
E as descobertas incontáveis
O mundo fica pequeno
E os passos largos em qualquer terreno
Conhecer sua história e prosseguir fazendo história
Dou asas a imaginação
Libertário por culpa da situação
Nada me segura com essa gama de cores na mão

Livre como um poema
Leve como uma pena
Leve consigo apenas o necessário pra missão
Assim começa a revolução

Queima de Arquivo

Sonhamos ser como folhas
Se desprendendo das árvores no outono
Ser autônomos. Voar como aves
Traga-me um par de óculos enquanto leio em voz alta
Sinta o cheiro suave te envolvendo
Enquanto o texto ganha corpo
Palavra voa como um sopro
Vira a corrente te prendendo
Mire o olhar na estante
Retire um livro e descubra uma passagem secreta
No mesmo instante
Num ambiente repleto de víboras
Venenos e plantas carnívoras
Nada é tão fácil quanto parece
Só lhe resta o curto espaço pra última prece
Um garoto te apresenta sua nova morada e desaparece
Acena em sinal de adeus e tudo escurece
Tudo escurece

Aqui fora a história continua
Vai lua vem sol, vai sol vem lua
Isso mais parece dança
Divertido enquanto se é criança
Mesmo lugar e seu frequentador assíduo

Inverdades mais sólidas que absolutas verdades
Deixando se levar e acumulando vaidades
Astúcia, casta nobre e sobrenome
Recrutado pelo mal infame
Confundindo os inimigos
Com o mesmo efeito para os amigos
Sentimentos reprimidos ajudam o opressor a oprimir
Corações que se envolvem comprimir
E o impulso de fazer o que é certo reprimir
Nada é o que aparenta ser
Intenção escondida na sombra do ser
O amor é cego, mas não é mudo
E sussurra ao pé do ouvido
Na entrega... Entrega o segredo e o livro
Pronto!
Uma pasta a menos no arquivo
A dança o levou onde não queria estar
Mesmo destino do seu genitor...
Agora não dá mais pra voltar.

Aqui fora a história continua
Vai lua vem sol, vai sol vem lua
Isso mais parece dança
Divertido enquanto se é criança
Mesmo lugar e seu frequentador assíduo

Erro

Na vida tento e erro
Não me contento e erro, até que consiga acertar
Me viro como posso
Só não posso entregar os pontos
Até certo ponto
Me sinto um traidor quando desaponto quem confia em mim
Seja lá quem for
Humano como qualquer um, a vida é assim
Muito trabalho, eu me atrapalho
Sei que sou falho, mesmo quando me esforço pra não ser
Sou mais um ser de carne e osso
Vendendo a janta pra comprar o almoço
Mas luto e torço
Pra superar minhas falhas
E pra que migalhas, jamais consigam me aprisionar
É preciso força
Outra visão pra enxergar
Pois quem erra e admite
Conserta o erro, desliga o repeat
Ganha outra chance pra acertar

Admitir que tá errado já é o começo
Tudo tem seu preço, pago tenho o que mereço

E se os erros são meus preciso corrigir sozinho
Colocar o orgulho numa caixa
E abandoná-la no caminho
Não cometer erros iguais
Seguir sem olhar pra trás
Tem muita estrada pela frente
E uma falha não me torna incompetente
Sim! Acreditar que posso mudar, ou pelo menos tentar
Sim! Os tombos da vida nos fazem crescer
E que os meus sirvam também pra você
E vice-versa
Por que agente não escolhe em quem tropeça
Levanta sacode a poeira e recomeça
Perdoar é gentileza é um ato sublime
É viver e permitir que a vida nos ensine
E ela há de ensinar a viver
É minha escola onde não posso faltar
Tenho direito e dever
Por isso uso minha chance pra aprender

Admitir que tá errado já é o começo
Tudo tem seu preço, pago tenho o que mereço

Mundo da Criação

Então aceite o convite, faça um check list
Reorganize o kit
Diz o que te mantém mais puro de agora em diante
Siga as instruções do comandante
O instrumental e a rima em acasalamento
Nervos a flor da pele velejando rumo ao conhecimento
Os pés tocam o céu infinito
Sobre as nuvens eu medito
Acalmo quando tô aflito
Esqueça do peso desfrute da plenitude
Construa com suas próprias mãos
Abuse da sua virtude
Descubra o inexplicável processo
Progresso no habitat natural
Do urbano ao rural pro universo
Não deu certo?
Não me apego, apago. Deleto!
O projeto tem que ser perfect
Testo rigth e left
Faço súplicas por inspiração
Espalho rubricas em vias públicas
Seja bem vindo ao mundo da criação
Meu mundo da criação

Seja bem vindo ao mundo da criação viaje nesta canção
Aperte o cinto e boa diversão!
Imagine, crie, recrie, construa ou destrua
A opção é sua então usufrua

Segure firme o manche como já é de praxe relaxe
Cheque os instrumentos e liberte seus pensamentos
A frente enfrentará tormentos
Teste seu talento, aquela habilidade que vêm de dentro
Que deixa o clima suave como o vento
Transformando e co-criando ao seu redor
Aprofunde-se no silêncio do seu interior
Saboreando um estado sublime e superior
E retire a poesia mais pura que trás a cura
A luz a quem procura
Com sabedoria de monge
Fazer do caos um ambiente longe
Use a imaginação pra ir mais longe
Quando toca o beat não tem limite
É hora de criar, vê se não hesite
Anima-te! Faça algo que goste
Modifique esse mundo lost
Não viva em vão
Criação faz parte da evolução
Seja bem-vindo ao mundo da criação!

Seja bem vindo ao mundo da criação viaje nesta canção
Aperte o cinto e boa diversão!
Imagine, crie, recrie, construa ou destrua
A opção é sua então usufrua

Combustível

As vezes eu me pergunto o que me motiva a lutar
Continuar a caminhar , sem ao menos imaginar, onde eu possa chegar
Só creio que conquistas virão
E o que já veio, veio pra alimentar a combustão
Sou calmo igual cirurgião
Descubro a importância do som
Ouvindo Elis e Tom
Controlo meu destino, guiando pelo guidom
Por isso é claro que eu me preparo
E já me declaro apaixonado pela caminhada
Nas ruas de Serra Dourada
Sem sorrateiro sem dinheiro curtia na madrugada
Hoje o que me faz continuar andando, mesmo cansando
É te ver balançando a cabeça quando o nosso som tiver tocando
Por isso eu vivo cantando, vivendo, correndo e sonhando

É o que me faz acreditar até o fim
Me dedicar a cada verso
Mais um pedaço de mim
Pra te levar a outro nível
É o combustível...
Que me mantêm vivo e acreditando

Ouço palavras sinceras de um irmão
Vejo que a boca se mexe, mas o que sai vem do coração
Isso utilizo como motivação
Vou vivendo o dia a dia
Tipo um sonho de poesia
A periferia é fonte de inspiração, que ativa a ignição
E acelera as batidas do meu coração
Provocando reação em cadeia
Uma fagulha de sabedoria que minha alma incendeia
Processo químico, físico e espiritual
Resgatando um combustível transcendental
Revelado em palavras de maneira especial
Um MC em ação, situação não acidental
Meu eu interior funciona como propulsor natural

É o que me faz acreditar até o fim
Me dedicar a cada verso
Mais um pedaço de mim
Pra te levar a outro nível
É o combustível...
Que me mantêm vivo e acreditando

Deitado na Grama

Deitado na grama olhando pro sol
O céu azul me cobrindo como um fino lençol
As nuvens se desmancham, migram pr'outro lugar
Deixa o tempo passar, me deixe descansar
Sem barulho de carro, sem aquela correria
Sem fumaça de cigarro
Nossa eu quase morria
A criatura se aproxima do seu criador
A beleza e a obra prima que o bom Deus criou

Me imagino lá em cima me vendo aqui deitado
Tudo verde do lado, descalço e estirado
O vento assoprando, refrescando minha cuca
Me sinto como um pássaro quebrando a arapuca
Mergulhado no sono começo a sonhar
Celular desligado, ninguém vai me encontrar
O vento muda, vem vindo no sentido oposto
Acordo com a chuva caindo, beijando meu rosto

Contando as horas

Eu conto as horas e as horas não contam
Não importa o quanto eu conto
Enquanto conto o tempo
Foco um desejo em pensamento
Assim meu canto vai a seu encontro
Pra fazer sessar seu pranto
Gentileza humana demonstro
Até para o humano monstro
Vamos sessar fogo no confronto
Ganância e ignorância nos levaram a esse ponto
Uns com um grande tanto posando de santo
Outros com nada, só somam desalento
Que venha o fim dos tempos
Por justiça cósmica estou sedento
Tento parar o tempo, inutilmente o relógio desmonto
Recolho meus pedaços de um passado remoto
Soterrado por terremotos
Me remonto, me reencontro e me encanto
Ren! Renascido das cinzas já não me espanto
Alerta, o relógio desperta e me levanto.

Enquanto conto as horas pro final
Me dá um tempo afinal
Desfaço o espaço tempo em tempo real
Sou o senhor do meu próprio tempo
Interferindo no espaço sideral

Sem muito tempo pra perder tempo
Cada momento é impar
E cada avanço uma estampa
Uma camisa limpa
Um palco, um espetáculo à seguir
Relógios e seus ponteiros não para pra assistir
Abandonam atrasados, vão-se embora
Coexistir.
Inicio, meio e fim
Tudo pra agora
Correndo contra o tempo a passos apertados
Contando as horas
Preocupado com a estada
Uma cama nesse universo complicado
E o tempo pavimenta estradas
Abre e fecha portas
Questione o rei e faça suas apostas
Ele impera, guarda e libera todas as respostas
As armas falam
As leis se calam
Arapucas desarmam
E quem se apega a isso tudo não vai sair do lugar
Há tempo de colher
E ele não antecede o tempo de plantar

Enquanto conto as horas pro final
Me dá um tempo afinal
Desfaço o espaço tempo em tempo real
Sou o senhor do meu próprio tempo
Interferindo no espaço sideral

LAB da BSP

Rimas vão rolar
Batidas vão soar
Vou pra BSP, estigado pra rimar
Lá sei que vou encontrar
Microfone ligado e as batidas pra eu flutuar
Na BSP me sinto em casa
O ensaio é as 5 e não se atrasa
Pego o camelo e as chaves do cadeado
Abro o portão vo pedalando que já to atrasado
Na praça do 3 (SDIII) escuto o rap que vem lá de cima
Me puxa que nem imã
Hoje é dia de rima
Laboratório da BSP em SD
DJ, Beat Maker e MC

Tô meio atrasado
Mas já to na laje onde rola o treinamento forçado
Caixas, MK2, tudo ligado
03 Microfones plugados
E os DJs treinam constantemente
Na batalha interna MCs disputam acirradamente
Superar-se pra vencer o oponente
Arte de rua decorando o ambiente
Água gelada e café quente
Uma bela vista de cima da laje
Registro a imagem
Conversas aumentando a bagagem
Uma session após o ensaio
Faço um freestyle depois saio

Outra Dimensão

Levito com os pés no chão
Enxergo na escuridão
Peço sua autorização pra invadir sua audição
Ritmo e poesia formando a composição
Minhas rimas são resultados de minha dedicação
A tinta da caneta aquece alcançando ebulição
São momentos de preparação da boa alimentação
É a dieta pra manter minha nutrição
É o colírio que alivia e purifica minha visão
Me acompanha na viagem é a bagagem que carrego no busão
Dou asas a imaginação
Cumprimento irmã irmão,
Liga o mic passando de mão em mão
Te empresto minha canção mas com uma condição
Que a guarde a 7 chaves no fundo do coração
Então, escute e estude bem lição
Ame sua missão
Mergulhe nas águas divinas e alcance purificação
Nem sempre tem café quente e bolo fofo na recepção
Seja bem vindo a outra dimensão