Coleção pessoal de Chico-Braga

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Título: Religião? Melhor não

De tudo que já li, reli e até ouvi
Nada que antes me trouxesse
Em algum momento, até aqui
Fora significante, perante a tudo que vivi

Burgess, Salinger, e nem Bukowski
Puderam dar significado, distante do errado,
De tudo que aprendi, forçado, até aqui
Sem nada questionar, desde quando nasci.

Se Nietzsche afirma, com fervor e paixão
Que não devemos acreditar, mas sim reprovar
Tudo que provenha da infame religião
Devo apenas concordar, e alegar, então

Que
Não há nada mais proibitivo, limitado e corrosivo
Do que a rede que cerca e degenera o indivíduo
Criada para o controle, desleal e invasivo
De todo povo pobre, carente e iludido.

Seria então a mais engenhosa criação,
De um conto de fadas ilusório, planejado de antemão
Para dar fim ao questionamento, de uma inteira nação
E jogá-los uns aos outros, chamando-os de irmãos

Diga que pequei, quando então percebi
Toda a mentira, que com convicção repeti
Compelido por decrépitos, que nem ao menos conheci
Entretanto acordei, e disso não me arrependi.

Sem ter medo do pecado,
Decidi o que era errado,
Penso agora por mim mesmo,
Finalmente elucidado.

Vi que existe vida, então
Sem privar-se da razão,
Basta apenas que ignore
Toda, e qualquer, religião.

(In)Comodismo Imutável
Importe-se com a ausência
De uma nova experiência

Duvide da ciência
Questione sua inteligência

Desencane da decência
Regida por obediência

(Lute pela sobrevivência
Num mundo que provoca carência)

Exclua a complacência
Por completo, de sua vivência

E com muita, ou pouca, consciência
Busque sempre refinar sua
Essência

Título: Importante é sonhar

Se tudo que quisermos
Conseguirmos alcançar
Perdemo-nos ao certo
A habilidade de sonhar

O sonho é irreal
Ilógico, irracional
Mesmo extraordinário
Sua ausência é natural

Nada que seja prioridade
Um acaso, num dia comum
Como se dormir sem sonhar
Não afetasse qualquer um

O sono limpo, e puro
Sem alucinações, ou desejos
Que não te acorda de madrugada
Que não apresenta seus medos

Classifico-o como inócuo
Irrelevante, nada especial
Dormir sem sonhar se tornou
De certa forma, normal