Coleção pessoal de CassioCharlesBorges
Cem anos e Cem dias.
É tempo de guerra,
E o mundo diz viver em paz.
Digo que os homens não serão conhecidos
Pelos seus órgãos genitais.
Os seus nomes serão escritos
Com letras formais.
Em seus nascimentos
Terão minutos para serem circuncidados.
Os machos não correm na corrida,
As fêmeas viverão como machos,
No cotidiano da vida.
Os dias não terão noites
Mas as noites serão dias.
A água não apagará o fogo,
E as fumaças não serão nuvens, enxofre.
Os filhos serão como os pais
E os pais viverão como filhos.
Na partida muitos irão se alegrar,
E na chegada todos irão chorar.
Os sonhos não são desejos
E o querer não é vontade.
Quando você acordar,
Diga que o amor de muitos,
Irá esfriar.
Que a leis
Não respeitarão os mandamentos.
Que os corpos
Não terão o espírito.
Que as cicatrizes,
Não serão das feridas.
Pois, por águas viverás em brigas.
E a terra esquentará.
Irmãos não serão amigos.
Famílias não viverão unidas.
Neste tempo.
Vestido de luz,
E acima de uma nuvem,
E como a um relâmpago
O filho do homem chegará.
Quem tem ouvidos ouça.
Quem tem olhos, leia.
Sem anos e sem dias.
Autor: Cássio Charles Borges
TALVEZ.
Talvez o meu melhor,
Talvez seja o teu pior.
Talvez eu não saiba te conhecer,
Talvez tu não saibas me entender.
Talvez a minha dúvida,
Talvez seja a tua certeza.
Talvez a minha alegria,
Talvez seja a tua tristeza.
Talvez a minha ida,
Talvez seja a tua volta.
Talvez um dia eu volte,
Talvez no outro você vá embora.
Talvez eu não consiga sorrir,
Talvez esse seja o meu caminho.
Talvez eu não seja a tua estrada,
Talvez não tenha começo sem fim.
Talvez a mentira tenha uma verdade,
Talvez a verdade tenha uma omissão.
Talvez a solidão seja uma liberdade,
Talvez o sozinho não seja uma solidão.
Talvez o gostar seja como o amor,
Talvez sejamos parecidos.
Talvez sejamos mais que iguais,
Talvez o fingimento esconda a dor.
Talvez os sorrisos não tenham sido de felicidades,
Talvez a felicidade não esteja na alegria.
Talvez a alegria não tenha um sorriso,
Talvez o amanhã, a tarde e a noite não sejam o dia.
Talvez, talvez.
Autor: Cássio Charles Gomes Borges
FILHA.
Naquele dia, não nevava, mas parecia,
O meu coração flutuava na preocupação,
Do tempo, da hora e do dia,
Tinha muito amor, e sentia a vida na multiplicação.
O seu nascimento, o teu nascer,
Me fez caminhar a estrada de filho para pai,
E urgentemente crescer,
E nessa estrada ver a diferença do fica e vai.
Filha! Quando te vi pela primeira vez,
O meu coração que nunca falava falou,
Filha! O pai agradece a Deus pelo que Ele me fez,
Tu és benção, e teu sorriso em mim exalou.
Eu sabia que não mais seria o mesmo,
Que os meus sonhos não serão únicos,
Que minha história não será a esmo,
E que meus dias serão, eu e você, sempre juntos.
Filha, papai te ama sempre e muito.
Autor: Cássio Charles Gomes Borges
DE VOLTA.
Preciso voltar.
Em minha terra
Sou estrangeiro.
Em minha casa
Um forasteiro.
Pai, preciso voltar.
Preciso de fé,
Para um milagre.
E que o seu amor transborde,
E que eu não seja como Tomé.
Pai, preciso de ti.
Pois a minha fé,
O meu viver,
Precisa do teu Espírito,
Do teu Espírito em mim.
E voltar a tua presença, e te ver.
Pai! Me cegaram, amordaçaram,
Me prenderam
Em um calabouço
E lá me deixaram.
Pai, eu só preciso
De um milagre,
Só necessito
Unicamente de um milagre.
E ser cheio do teu amor,
Ter a proteção de tuas mãos.
Pai! Oh! Pai, só quero a tua palavra
Enchendo o meu coração.
E ser protegido pelas tuas asas.
Pai! Preciso voltar,
Para casa.
Autor: Cássio Charles Borges
Caminhamos, caminhamos mesmo que o caminho seja invisível.
Continuamos, continuamos mesmo que sejamos invisíveis.
Autor: Cássio Charles Borges
SIGNIFICADO.
Estes dias estive pensando que poderia,
Que poderia flutuar.
Estes dias estive falando que poderia,
Que poderia sobre as águas andar.
Nos dias de turbulências não chove,
Não chore, minhas lágrimas
Não são como as águas das chuvas,
São desertos, são areias, são meus
Sonhos indo para o vão do meu
Eu em mim, em algum lugar,
Em lugares fechados, desencontros
Encontrados em um único local,
Vazio sem espaços, sem moradas,
Perdido no meio do fim, escondido
Em lugar nenhum, em lugares
Sem destino, sem sombras e águas.
Águas para beber, tirar a sede da alma,
Lavar o corpo atingido pelos ventos quentes,
E o tempo da vida, a ida, a volta.
Perder quem amamos, ganhar quem amamos
Entender que não somos o único, nem o primeiro
E nunca seremos o último guerreiro.
Vai passar, tudo é uma passagem, e os dias nos fará
Conhecer o bem e o mau, o mal e o bom.
Como a idade nos ensina a caminhar
Em estradas sem caminhos, direção, e a ter a tristeza
Com o um sorriso, sentir o sentimento
Em palavras ditas ou não ditas,
Ser o que não quer, e querer o que não poder ter,
Conquistar o que não sonhamos,
Enxergar um mundo e nunca se ver.
Eu sonhava, não sonho mais, eu queria, não quero mais.
Estes dias estive pensando que poderia,
Que poderia…
Ter um significado.
Autor: Cássio Charles Borges
ÚNICOS.
Não é o fim,
Ainda existe o começo,
O eu em ti, o tu em mim,
E o início eu ainda vejo.
Os nossos pés estão em um jardim,
Eu sei que sou o alvo,
E você, minha bala de festim,
Mas sei que por ti serei salvo.
Não é assim,
Pois o amor nasce e cresce,
E o término nunca será o fim
Porque o amor floresce.
Os nossos pés estão ligados
As nossas flores juntas,
Cravo e rosa agarrados,
E nossas frases conjuntas.
Não é o fim
Somos iguais no amanhecer,
Não é assim,
Somos iguais no entardecer,
Enfim,
Somos únicos no anoitecer.
Autor: Cássio Charles Borges
RETICÊNCIA...
Reticência...
Na minha incerteza
Não me interrogue
Tenho dúvidas sobre nós,
Tenho rugas dos anos,
E medo de nesse amor
Eu ser o algoz.
Em todas as nossas maravilhas
O amor não foi o primeiro
E nunca esteve em nossas palavras escritas
Nos cartões e cartas trazidas pelo carteiro.
Reticência...
A última frase era única e no singular
E os lábios em tudo falaram
O que o coração jamais pedia,
E nos três pontos sempre tinham
Uma continuação do que não se queria.
Pede para a voz ser maior que as palavras,
E que o infinito seja tão raso no início
E que o impossível não demore a chegar
Mesmo com toda reticência...
Que o teu amor possa o meu encontrar.
Autor: Cássio Charles Borges
SEU ALGUÉM.
Vamos caminhar meu bem
E sentir as brisas do amanhecer
Vamos conversar vem,
E sentir os raios no entardecer.
Quero ser seu passageiro
Quero que seja a minha fonte
A minha bebida, meu candeeiro,
Minha estrada, minha ponte.
Vem meu bem
Viver comigo esse amor.
Tem aqui também
Alegria, sorriso e humor.
Vai chover forte,
Vamos correr meu bem,
E eu serei o teu guarda-chuva
O teu cobertor e o seu alguém.
Autor: Cássio Charles Borges
TÃO QUANTO.
Naquele tempo o amor era inocente,
As chuvas pareciam que choravam,
O e inverno era tão quente.
Eu vejo que de dia, a única estrela continua linda,
Diga-me, quantos passados você já passou?
E o que escrever sem rima?
Fica uma dica do meu coração,
Pois continuo escrevendo no papel rascunho,
E a minha mente, mente para minha solidão.
Não sou a dor, mas o amor,
Quanto mais perto estou, mas longe me sinto,
Tipo um beija-flor,
Voando, parado no ar, procurando seu ninho.
As minhas palavras não soam em minha voz,
Os meus pensamentos geram ilusões,
Sou como um rio, grande, mas sem foz.
Percorro, percorro pelas águas profundas,
Tipo um peixe, mas na direção do anzol,
E arremesso, arremesso o meu coração de uma funda.
Só para dizer o que nunca disse,
Que meu amor não durma,
Sou o rascunho, mas te digo,
Tão quanto o meu sangue será sangrado,
Tão quanto meu amor por ti será sagrado.
Autor: Cássio Charles Borges
Quando se sentir sozinho,
Não chores, tu, pois, ores a Deus
Que passará.
Quando se sentir na solidão,
Não somente ores,
Mas clame, clame a Deus
Que Ele te encontrará,
Ajudará.
O dia,
Não importa o tempo,
Não importa a hora,
Não importa os acontecimentos,
Não importa as circunstâncias,
Tudo passa.
E aquele momento tão esperado
Que nunca chega,
Chegará.
As derrotas não tem como sinônimo o desistir, mas tem como antônimos, vitória, triunfo, sucesso, acerto e conquista. Então, lute e não desista jamais das suas conquistas.
