Coleção pessoal de AiraObaIte

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A honestidade verdadeira não é aquela que você diz ter aos outros, mas sim aquela que só você mesmo conhece, intimamente dentro do seu ser, é ela que guia as suas atitudes e fortifica (ou não) o seu caráter. E ao mesmo tempo é ela que irá lhe proporcionar (ou não) o prazer de dormir bem e receber a grande paz interior, para acordar, se olhar no espelho a cada dia que Olodumare lhe der, a mais em sua vida terrena, e agradecer por ter sido fiel aos interesses de seu crescimento espiritual" (palavras de um guia amigo)

Vivemos um momento tão difícil, que convém guardar um pouco de indignação para o que for realmente necessário.

O Candomblé não pode virar evento midiático! Orixá se encanta no awo!
Há de se preservar com certa ressalva a divulgação de imagens do nosso culto.

Planeje a sua história! Preocupe-se com o seu mundo!
Não fique atrás da atenção alheia, dê atenção a você mesmo, ao seu Orixá e aos seus projetos.

Faça do Candomblé parte importante da sua fé e da sua vida, mas não o dia todo.
Dedique-se à sua profissão, aos seus estudos e bons momentos com a sua família. E não se preocupe, pois Orixá estará presente com você em todos estes momentos.

A prática de evoluir enquanto religião, é necessária e Vital para a sobrevivência do culto em uma sociedade que galopa no aperfeiçoamento dos seus conceitos e interações sociais. Não podemos sobremaneira exigir os preceitos aplicados no século passado a um iniciado da atualidade.
Porém muito cuidado nessa adequação aos dias de hoje!! Devemos ter muita cautela para não alterar "àwos" que são fundamentais para garantir os laços com o Sagrado. Existem alguns detalhes que são fundamentais para a manutenção destes laços, alicerces e dogmas que são imutáveis para que o segredo não se perca, para que o culto continue digno dos nossos Deuses.
Como diz Bellah, a religião é uma maneira de ser. Nós também podemos encará-la como uma maneira de sentir, uma maneira de sentir juntos. E esse "juntos" se refere diretamente à sociedade atual, onde manter algumas regras e preceitos do passado, pode e vai nos afastar do "todo", do grupo ou comunidade a qual pertencemos. Ou seja, sem evoluir estaremos no caminho contrário ao princípio da propagação da palavra de qualquer culto ou religião que deseja se perpetuar.
Gostaria de citar também o jornalista Ambrosino que fala que importância da experiência religiosa compartilhada não pode ser desconsiderada já que, na história, a evolução da religião humana é inseparável da cada vez maior, evolução da sociabilidade hominídea.
Isso é fato, não são Delírios de um Babalorixá dos Tempos Modernos. São termos que devem ser considerados sim, diante a orientação e o zelo responsável de um Egbé.
O comando e a orientação no passado, digo 50 ou até 100 anos atrás, policiava e tratava preceitos e obrigações inerentes àquela época. Eles se comportavam normativamente no sentido de correção e obediência, ou até mesmo à tentativa de punição aos desvios de um estado ideal e moral pertinentes aos costumes de então. Costumes estes, muitas vezes branco e ainda entrelaçados aos costumes da Senzala.
A pergunta que se estabelece para uma ampla reflexão e debate, é : Qual é o estado ideal e socialmente moral dos tempos atuais?
Que Xangô nos traga caminhos de sabedoria.
Àṣẹ irẹ aos irmãos!

O amor ao Orisá para mim basta. A humildade e a fé, pura e desinteressada já nos permite uma sintonia, uma ligação única com Orisá, que nada nem ninguém pode julgar ou apontar.
Não preciso de escola de samba nem tão pouco de um carro alegórico para ter asé.
Orisá é coração, é amor e jamais será um carimbo de roupa de marca.

Não quero ouro, não quero luxo... desempenho o o principal,
o fundamental, nascer o asé Orisà no Ori de um filho
Não quero um paramento de 800,00,
não quero um tecido de 200,00 por metro.
Não quero festa de carnaval para Orixá. Nem tenho
sala para isso, aqui é roncó, folhas e aprendizado em
seu tempo certo! Kelè de 3 meses aos yawós e 21 dias
aos ogans e ekedjis.
Eu quero yawo de tecido algodão branco para
a saida osaàlá e para dar o Morunkò o bom e velho
CHITÃO, eu quero simplicidade. No alomoço ou
jantar aois familiares e amigos, arroz, macarrão,
maionese e os frangos dos oros.
Foi assim comigo e será sempre com meus filhos.
Quem se foca apenas no fundamento das folhas,
adurás, orikis e oròs internos, será sempre bem
vindo, quem quer escola de samba para se
mostrar ao outros, procure outra casa.
No meu Ilé eu dou valor e pratico apenas o
maravilhoso Ojo Ibi de um Orisá, o nascimento,
nas folhas e na humildade.
Preceito levado a sério e com respeito ao igbá,
à sua egbé e ao orisá.
Folclore só em ocasiões que eu considere necessárias!
Estandartes e desfile de moda deixo ao candomblé
elite, ao candomblé de grife cara.

Orixá não quer luxo, não quer adé de ouro e muito menos tafetá de show. Orixá não quer apenas receber o seu asé, ele quer principalmente dar o asé que seu filho necessita para ser feliz. Orixá não é iniciado para trazer riquezas e sim trazer a felicidade, saúde, amor e trabalho, se assim seu omò (filho) souber receber este asé que lhe é ofertado com tanto amor.
Orixá é simplicidade, pé no chão e acima de tudo Humildade.
Não se inicie ao Orixá por vaidade e sim por amor.

O processo de transição de abian para um yawò possui um ponto de partida muito evidente. Este ponto de partida não é nenhum fundamento e nem tão pouco um awò (segredo) recheado com mistério. Para mim ele é simplesmente a tarefa do Babàlórìsà em observar o amor que o abian demonstra ao Orisà e à religião, o quanto ele está disposto a se sacrificar e se dedicar ao posto de Yawò, chamo isso de iyàsímímo, que significa nada mais nada menos que absoluta entrega e dedicação.
O respeito ao seu futuro Babàlórìsà e às regras do seu Ilè deve ser demonstrado antes mesmo de sua entrada. Estes pontos são observados em pequenos detalhes do cotidiano de cada um, e obviamente varia de um abian para outro, pois cada um possui o seu arà (modo de ser). Contudo o abian deve estar ciente de não estar momentaneamente empolgado com a iniciação e sim sentir dentro de si mesmo o seu okan sórò (a fala do seu coração) pois é através de seu okan que seu orisà lhe fala. E nesta íntima ligação entre abian e Orisà é que vai ser revelada a hora certa da entrega total.

Tudo começa por nós mesmo, de dentro para fora.
Se não estivermos satisfeitos nós com nós mesmos, com nosso orgulho e amor próprio, de nada vai adiantar tentar enxergar a felicidade que existe lá fora.
E o amor, zelo e respeito ao nosso Orixà é um dos parâmetros principais para tal discernimento.

A busca é infinita, o conhecimento não difere as pessoas umas das outras nem torna uma melhor que a outra. Pois todas estão aprendendo, e vão continuar assim. Quem para, morre espiritualmente.
Ressalto que nesta busca, o certo e o errado não existem e se torna extremamente relativo única e exclusivamente ao coração, olhos e mente de quem busca o conhecimento e o coloca em prática no decorrer de seu caminho. É uma particularidade muito peculiar. E sendo assim não se cabe neste caminho, tronos ou coroas, em fim, reis e rainhas não estão caminhando. Estão parados!

Não é tão simples assim...
Meu compromisso não é tão simples como me vestir e cantar aos orixás. Não se resume em uma simples festa e jamais se interrompe além das paredes do axé.
Meu compromisso vai além de iniciar um Yawò, um Ogã ou uma Ekedji.
Meu compromisso é com o Tempo que passa pelos vãos de nossos ouvidos e coração.
Meu compromisso é com a dor de nossos ancestrais envoltos em pesadas correntes, dentro de seus cativeiros.
Meu compromisso é com nossas princesas e príncipes que morreram nos porões dos navios negreiros.
Meu compromisso é com o suor e o sangue das chibatas.
Meu compromisso é com o medo de tantas etnias acorrentadas e massacradas na África.
Meu compromisso é de honrar a coragem dos nossos antepassados em manter viva crença nos Orixás e na força da natureza, mesmo com o laço mortal da forca em seus pescoços.
Meu compromisso é com Zumbi do Palmares e sua incansável luta contra o açoitamento dos seus.
Meu compromisso é de alguma forma valorizar todo sofrimento que deu força para nossa crença resistir até os dias de hoje.
Meu compromisso é na contribuição e na transmissão segura dos adurás e fundamentos tão protegidos com dor e sangue dos nossos Reis e Rainhas do Cativeiro.
Meu compromisso é com a fé inabalável e por consequência da humildade dentro e fora do axé.
Meu compromisso é com Olorum, Orumilá, Oduduà e todos os Orixás.
Meu compromisso não é agradar ninguém e sim manter viva e forte a luz de nossa fé.

O mais doloroso é se sentir sozinho em um caminho que aparenta que só você enxerga o destino. Mas me basta o fato de apenas eu enxergar, pois eu sei que meu Orixá também conhece este destino, e me apoia.

Os Orixás não toleram pedidos materiais, e muito menos contribuem com o mal alheio. Portanto devemos ter muito critério ao bater cabeça aos pés de nosso Orixá e envolvê-lo em um pedido que não é pertinente à sua função. Orixá é luz, natureza e paz.

(Frase de meu finado Babà Lino D'Osumaré)

Nem antes, nem depois. Nosso odù nos reserva uma hora marcada para tudo. Respeitando com todo zelo as determinações de Olorum e de nosso Orixá.

Decepções provenientes de um filho, uma filha ou até mesmo de um Babà são comuns. Não são fatos isolados em nenhuma casa de Axé. Devemos nós sempre utilizar o amor como ferramenta no conserto de tais situações.
Nossa espiritualidade, sensibilidade e amor ao nosso Orixá, serão os parâmetros para saber qual caminho a se seguir para que evitemos os impulsos mais imediatos e com isso pôr fim a uma relação dentro da espiritualidade.

Algumas dificuldades nos desanimam, oque nós não podemos fazer é nos entregar a este desânimo, apenas mudar alguns conceitos e atitudes e a cada dia aprender mais com estas dificuldades para chegar onde queremos! Não desistirei Jamais!!! Não por mim e nem por ninguém... sou assim pelo meu Orixá!

Oxossi é Rei de Ketu e Senhor dos Caçadores. É quem determina a fartura na sua vida e a sorte no seu caminho aqui na Terra.
Os filhos de Osóòsi possuem um dom especial, são observadores, espertos
e agem na hora certa.
Saiba usar este dom. E escapará do inimigo.

Minha fé é limpa.... se veste com panos brancos e simples, meu pé fica ao chao de terra para meu orixa, aos meus filhos vou até a morte. Ao Orixá me entrego de coração e corpo.... não quero luxo nem dinheiro... quero fazer a coisa certa.
Iniciar orixas na humildade e na fé....
Sou filho de Sòngó.... sou filho de Osum e filho querido de Ogyian...
Não temo a vida, apenas os homens.
Minha casa é humilde mas nela reside tudo que sofri e tudo que amei.... com minhas lagrimas se construiu meu asé.... A unica coisa que busquei denro da religiao foi amor e paz.... e só encontrei isso quando decidi trazer meu orixa para minha casa e a partir daqui fincar as raizes de meu pai Sòngó.
Tristesa sempre existe e felicidade também, agradeço aos Orixas pela virtude de sentir estas duas coisas. Uma não vive sem a outro, da mesma forma que o negativo e o positivo.

Que Xango nos abençoe e nos traga muita sorte