Coleção pessoal de BRUXXA

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Eu te dei abrigo quando a chuva chegou
Eu te dei beleza quando você só via dor.
Eu te amei quando ninguém mais te amou.
Eu fui paz quando a guerra te alcançou.
Eu fui proteção quando o mundo te atacou.
E quando eu mais precisei,
Você me desabrigou
Você me deu dor
Você não me amou
Você infernizou
Você me atacou.
Você acabou com o amor que eu te dei,
Com a confiança que em ti depositei.
Mas a errada foi eu
Por achar que existia gratidão em quem gosta de destruição.

Já não mais te jeito...
Fui pega de jeito.
Estou sofrendo de dores no peito.
Sinto calafrios.
Coisas parecem flutuar no meu estômago.
Não consigo mais comer e muito menos dormir.
Algo perturba a minha cabeça,
Todos os dias
Todas as noites.
Não acho que tenha mais remédios que possam resolver...
Aliás...
Até tem.
Esse remédio se chama
Você.
Preciso de doses diárias
de seus sorrisos e beijos.
Preciso que preencham meus desejos.
Preciso que me ame até que eu me cure.
Então,
Me ame diariamente.

Eu te amo cada dia mais,
Construo em minha mente algo que se poderia denominar futuro perfeito.
Mas, não posso amar sozinha.
Não posso sentir sozinha.
Não posso viver um futuro planejado para dois sozinha...
Amor é algo recíproco.
De ponta a ponta deve haver amor,
De ambas as partes deve haver amor.
Se não for assim não é amor.
Se for assim é pedir para sentir dor.

Castanheira Bertholletia excelsa

Há mais de quatrocentos anos germinei este chão
Crescia lentamente de galho em galho,
folha em folha de inverno a verão


No outono usava estratégia derrubando
minhas folhas para suportar manhãs e noites frias
Assim reduzia ao máximo o gasto
da minha energia


Aos poucos fui ganhando espaço e
fortalecendo as minhas raízes com muita dedicação
Enfrentei sol, enfrentei chuva, também
raio e trovão


À medida que ia me desenvolvendo
ia ganhando espaço nas alturas
Já produzia frutos com tamanha
fartura


Ali, alimentava os roedores, os micos e
até mesmo o homem
Com tantos frutos de qualidade
ninguém ficava com fome


Fui condenada à morte sem
ter nenhuma culpa
Na estatística da extinção isso
muito me preocupa

Ao meu redor foram construídas habitações
sem analisar a minha presença
hoje sou uma castanheira idosa
que só me restou uma sentença

Há centenas de anos estive por aqui
mas nunca era notada
Hoje até em forma de poema estou
sendo citada

Nos meu últimos dias de vida
fiquei famosa com tamanha repercussão
Entrei até pra redes sociais que causou emoção



Sei que viveria ainda cem anos a mais
porque é a idade da minha espécie prevista
No entanto a vinha existência será ceifada
de maneira egoísta

Hoje estou sendo arrancada da minha terra e triste deixo um recado ao homem

Aproveite o que tem de mais belo da natureza
ao seu redor de forma abundante
Não espere o fim das plantas, dos animais e das
pessoas para perceber o quanto somos importantes.


Autor: Jilmar Santos