Coleção pessoal de bruno_ramalho

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em meio aos cacos
de um mundo louco,
os fracos acham
que poesia é pouco.

⁠aqui, eleitor
não é leitor.

⁠o poema lúcido
no espaço cívico
seria lúdico
não fosse trágico.

⁠hoje não vejo
um grande futuro
para a saudade

⁠escrever é entrar em casa.

⁠auge da ansiedade
de hoje, a saber:
já se morre de saudade
do que ainda se quer viver.

⁠é o que é:
a saudade, um deus
que ignora a fé.

⁠seria a desilusão
uma ponte
entre o espanto e o encanto?

⁠arte é tudo o que tenta
repetir o encanto
ou ressentir o espanto
de quem não se aguenta.

⁠às vezes, o poema é sangria evaporada.

⁠dechoro pralamentar⁣
temos sobrando…⁣

⁠cronotopo da pandemia:
hoje e amanhã vivemos ontem
um novo primeiro último dia.

⁠aos brutos, delicadeza.

⁠arrogância roga gentileza.

⁠a poesia nos mostra quantos outros somos nós.

⁠a poesia que transparece é a que, de fato, salta aos olhos.

⁠⁣toda⁣
verdade é⁣
solitária.⁣
quase nenhuma⁣
solidária.⁣

⁠as verdades são sempre solitárias.

⁠é o trágico consumado:
não há bom subversivo
que reverta
um mundo tão subversado.

⁠a poesia
nos mostra
quantos
outros
sou eu.