Coleção pessoal de breguedo

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Ao redor de mim tem um cheiro concreto de alguém que pula da ponte e aprende a voar.

As palavras fazem loucuras quando desenham, e quando desenham as palavras fazem poesia.

Qualquer poeta sabe que o que mais importa na vida é aquele tum tum tum, de um trambolho de carne sambando dentro da gente.

Dentro de mim passei por becos assustadores.

Em alguns poemas falei de minha mãe e sei que quando os escrevi ela estava orando.

O mundo vai acabar sim, mas os idiotas vão encontrar um lugar para existir.

Houve um tempo que eu achava que o voto não era importante. Agora eu tenho certeza. O melhor retrato do voto é um caminhão de boias frias.

Que Salvador Dali me perdoe, mas nada é mais surreal que os gabinetes do Congresso Nacional.

Não houve formação de quadrilha, na verdade houve formação de partido. E a cada dia formam mais um e ninguém faz nada.

Na Estrutural uma fumaça negra de pneu desenhou no céu de Brasília a ignorância do povo. Padecem por não saber sequer onde levar seu grito.

Fazer poesia é fazer casulos de cobertores e sofás e brincar dentro deles fazendo comidinha. Ah, é lá dentro que apaixonamos a primeira vez.

Quem não tem a capacidade de apaixonar-se todos os dias ao final da tarde pelas crianças não sabe o que é sonho.

A maioria sempre convence a ela mesma que sua burrice é a melhor opção para a minoria. É assim que é aprovada a grande parte de nossas leis.

Se o mundo te abraça
Não tem nada melhor
Que mergulhar no nada
E ficar só.
Descendo o abismo
Encontramos Deus
E uma flor
E o ar se renova.

Eu não suporto pensar que um dia acreditei que o mundo não fosse perfeito, mas que as pessoas só existiam para melhora-lo. Hoje sei que o mundo é perfeito, e as pessoas só existem para destruí-lo.

Fazendo caras tristes os palhaços conseguem gargalhadas. O povo consegue o mesmo fazendo cara de que está tudo bem, nos dias de eleição.

O tempo é um irresponsável, dirá aquele que se deixou levar. O tempo mata quem não quer viver, destrói quem não abre páginas na história. Mas aos que colaboram com a realidade plastificada atrás da memória o tempo premia com a lembrança do futuro, já concretada nos livros.

Que pena o Brasil ser
Como relógio de mendigo.
Atrasar e parar justo quando
O frio e a desgraça começa
A apertar.

Quando entrei nos eixos do Plano Piloto vi a caixa preta da política brasileira escondida no painel do senado tendo seu selo quebrado.

Quem pode gostar das pessoas quadradas, ela são difíceis até de abraçar.