Coleção pessoal de auroralua

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MIL SUSSURROS

Quero cerrar meus olhos
Abrir os braços, e...voar.
Alçar vôo supino, cruzar nuvens
Sentir a brisa em minhas candente faces.
Traspassar o escuro do céu
Com o escuro de seus olhos.
Pousar um pouco na Lua
E sentir o cheiro das estrelas.
Saltar mais alto
E ser perseguida por ventos e pratas
Bailar em asas de um cometa
Desequilibrada e satisfeita.

E dessa vez quero regressar!
Quero buscar meu sonho almejado
Mergulharei nos mares
Vasculhando lugares com calma
Em busca desse amor prometido
Intenso, propenso a acalentar até a alma.
De pele, que zele por mim
Quero receber esse amor de toque
Afeto, sem receio e sem grito
De risos e prantos, anseios tantos!
Depois nadar de volta, escalar uma onda
Tão somente a espera do Sol.

Quero o fogo do sol, a queimar-me a pele.
Sufocar devagarzinho,
Parar de respirar, sentir o tempo parar.
Adivinhar lhe o calor, beber lhe a energia.
Em longos segundos, desvencilhar-me de tudo
Estremecer, de cheiro e paladar.
Te quero sol eterno, em risos e lágrimas
Ardente e inteiro em si, intenso em mim.
Quero incinerar minha pele
Em seus raios me aconchegar
Em suas não palavras vãs,
Em adoráveis mil susurros...

AVOADA...

Porque pés no chão
Se aluar é tão bom?
Jazer nas alturas
Viver de loucuras
Dispensa elucidação.

É aqui que percebo
Onde está o aconchego
Onde busco minha paz
Eis me no alto, a flutuar,
E descer...Talvez jamais.

O chão não mais me quer
Até entendo...tanto faz,
Onde pousaria meu pé?
Os calos doem, melhor assim
Estar aqui é bom para mim.

A razão me repudiou
Desde então, quem sou?
Pensamento em ventos,
Utopias ao relento
Em segredos desatentos!

Ah! Quão bom voar
Nem penso voltar
O chão é frio e duro!
Nos vácuos desvãos
O ar é tão puro.

Alarma-me a idéia
De ter que pousar
Neste mundo louco
Me deixe então aqui ficar...
Ao menos mais um pouco.
(aurora)

ÁGUARELA

Lua vida no ar
Onde está a cantar, sem estar
A subir á noite em fuga ausência
Profundo descuido
Sem cuidado, sem nada.
Vagando em busca de ciência,
De si em essência...

Deseja pintar-se em vidas
Bela em tela
Cores em águarela
Água-íris a escorrer
Fecha os olhos e ainda ouve...
O canto que quer viver!


Pois quando pensa ser Lua
Torna a ser Mar
Entorna-se em mar
Tanta água, quase sem mágoa.
Ofuscada com o canto,
E com esta dor...

Raso descuido
Sem cuidado, sem nado.
Transbordando
Em busca d’outro grito
Sabendo-se mais um rito
Antecipando seu desamor.
(aurora)

Em que Estrela, ou
Dimensão te encontras?

Amigo poético,
Que revela em versos
Que esgoela ventos,
Alimenta pensamentos,
Planeia tempos e arte
Confunde momentos,
Esquiva-se e parte...

Não te prendas a compreender
Quem de válido é essa aurora
Nem te envolvas em saber
Como conspira o Mar
Seria em vão...

Tão pouco ouse desvendar
Em que fase essa Lua
Que brilha no bruno
Encontra-se (ou não).

Onde estás amigo?
Ainda comigo?

CASTELO DE AREIA

Ternura verdadeira,
Estreante e derradeira
Constrói-se
Unindo momentos feitos grão,
E pensamentos feito canção.
Amizade...
Feito castelo de areia,
Amor projetado em ascensão.

Às vezes vem a onda
E esparrama,
Espalha e entorna sonhos.
E eis que grãos vão simbora,
Parecem se dissipar
Desfazendo nossa alegria...
E agora?

Mas, sendo sólido
Não se desfaz por completo.
E de volta se restaura...
Como um abrigo,
Para morarmos
Sempre amigo,
Para amparar-nos.

Que recompensa...
Esse nosso castelo
Feito de grãos de poema
De palavras e temas
Que nos une em frases
Faz que minha Lua de fases
Faz-se inteira (ou quase)
Mas, sobretudo...
Intensa!

(Aurora)

Meu colo é leito mareante
Que afoga sentimentos
Tempestades e ventos
Arrebatam-me
E batem desesperos
E esperas
Me desfaço...liquefaço
Para que me reinventem

És Sol,
E tua luz falta me faz
Transformaste gota de Luar
Em Mar cristalino, desnudo
Me transbordo, escorro
Sem destino, isso é tudo

Vem alumiar
A escuridão desse Mar...
Socorro!