Coleção pessoal de ateodoro72

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Não há Ausência de Paz mais contraditória que sugerir ceder às chantagens a pretexto de Pacificação.

Se os presídios se tornaram poderosas incubadoras de facções, talvez a prisão domiciliar seja só um jeito torto de afastar criminosos da pós-graduação.

No submundo da polarização, só sobem ao pódio duas imprensas: as que retroalimentam nossos vieses e as que ostentam a própria parcialidade.


A imprensa sempre foi opinativa e parcial; com o surgimento das redes sociais e a fragmentação do cenário midiático, ela apenas se reinventou.


Algumas tentam manter a sutileza, confiando na distração — ou na confusão — dos que se perdem na enxurrada simultânea de informações.

No submundo da polarização, só sobem ao pódio duas imprensas: as que retroalimentam nossos vieses e as que ostentam a própria parcialidade.


Elas sempre foram opinativas e parciais; com o surgimento das redes sociais e a fragmentação do cenário midiático, elas apenas se reinventaram.


Algumas tentam manter a sutileza, confiando na distração — ou na confusão — dos que se perdem na enxurrada simultânea de informações.


Resta-nos perceber que o acesso às notícias nuas e cruas deixou de ser direito universal, para se tornar privilégio dos que investigam.

Quanto mais nos julgamos incapazes, mais representados nos sentimos pelos que ousam atravessar os abismos que tememos.

No mundinho onde tudo se polariza, só há pódio para duas imprensas: as que confirmam nossos vieses e as que assumem a parcialidade.

No submundo da polarização, só sobem ao pódio duas imprensas: as que retroalimentam nossos vieses e as que ostentam a própria parcialidade.

Que a alta do café não vire pretexto para torrarmos a paciência dos outros!
Amém igreja?

Brincar de ser cristão também é um direito — acreditar que o encardido faça o mesmo é só outra tolice.

⁠Dele, quase ninguém sabe mais nada… só sabe postar no Pensador.

De repente os Direitos Humanos são necessários, a Saúde Mental importa e a Ciência deixa de ser negada…


Há uma irrisória esperança nisso…


Quando a palavra de Deus deixar de ser usada para se Esconder, Aparecer e se Promover e voltar ao propósito original — acender luzes, não ofuscar e confundir mentes e espíritos descuidados ou mal intencionados — talvez o mundo se reencontre.

⁠Ninguém consegue ser mais respeitoso do que aqueles que respeitam até os que não se respeitam.

Onde quer que estejas, só vale a pena se estás livre.⁠

⁠Quem se empanturra com cortes e recortes de conteúdos para matar a fome apressada de informação pode acreditar em qualquer coisa, menos estar alimentado o bastante para sair arrotando verdades fabricadas por aí.

O político influencer tem o direito de considerar idiotas seus asseclas apaixonados, mas não mais que ele.⁠

Com tanto humano latindo, muito em breve, dialogar será privilégio dos cães.




Há uma medonha cacofonia tomando conta do mundo.




Fala-se muito — mas ouve-se quase nada.




As palavras, outrora pontes entre consciências, hoje se erguem como muros de pura vaidade.




Infelizmente, o verbo já está perdendo o dom de unir.




Transformando-se em arma, em ruído, em reflexo de uma humanidade que insiste em confundir — por maldade, descuido ou capricho — tom e volume com a razão.




Cada um late a própria certeza, a própria verdade,
defendendo-a como quem protege um osso invisível.




Nos palcos digitais, nas praças e nas conversas de esquina,
o diálogo virou duelo,
a escuta, fraqueza,
e o silêncio — que quase sempre foi sabedoria —
agora é interpretado como rendição.




Latimos para provar que existimos,
mas quanto mais alto gritamos,
menos presença há em nossas vozes.




Perdemos o dom de conversar
porque deixamos de querer compreender.




Estamos quase sempre empenhados em ouvir só para responder.




Talvez, por ironia divina,
os cães — que nunca precisaram de palavras —
sejam hoje os últimos guardiões do diálogo.




Eles não falam, mas entendem.
Não argumentam, mas acolhem.
Escutam o tom, o gesto, o invisível…




Enquanto o homem se afoga em certezas,
o cão permanece fiel à simplicidade da escuta.




E quando o mundo estiver exausto de tanto barulho,
talvez apenas eles saibam o que significa realmente conversar:
olhar nos olhos, respirar junto,
e compreender o que o outro sente —
antes mesmo de dizer.




Porque, no fim das contas,
o diálogo nunca foi sobre ter razão,
mas sobre ter alma suficiente para ouvir.




E talvez, enquanto o humano retroalimenta o medo do cão chupar manga,
o maior — e único — medo do cão
seja tanto humano latindo.⁠

⁠Para destituir o STF, nem comprando um cabo e um soldado, mas para instituir prisão impressa basta comprar um ferro de solda.

⁠Já não se percebe a dimensão do problema que o mundo enfrenta pelos choros e gemidos, mas pela invalidação da dor do outro.

O Crime Organizado costuma ser mais previsível que muitos Líderes Religiosos que se ajoelham diante da política.


E talvez seja exatamente aí que mora o perigo: na previsibilidade do perverso e na imprevisibilidade dos que deveriam ser farol.


Quando o crime se apresenta, já sabemos o que esperar — sua brutalidade não promete virtudes, nem esconde seus métodos.


Ainda que precipitado nos infortúnios da própria escuridão, ele consegue ser até mais honesto do que quem tem agenda oculta para cumprir.


Mas quando a fé, aquela que deveria ser abrigo, se confunde com palanque;
quando o altar, aquele que deveria ser refúgio, vira plataforma;
quando a palavra sagrada, que deveria orientar consciências, começa a servir a conveniências… passa a ser usada para se esconder, aparecer e se promover,
então a confusão deixa de ser acidente e se torna estratégia.


A fé não é o problema.


O problema é quando ela é sequestrada por ambições.


Quando mãos que deveriam erguer feridos, erguem partidos.


E quando vozes que deveriam consolar, inflamam disputas.


Quando líderes que deveriam curar feridas, as utilizam como moeda política.


E, por ironia muito amarga, enquanto o crime mantém sua lógica previsível — tão trágica quanto constante — a espiritualidade distorcida por interesses se torna um território nebuloso, onde o risco não é apenas o engano, mas a perda do discernimento coletivo.


Porque quando quem deveria apontar o caminho se ajoelha diante do poder, os que com ele caminham é que se perdem.⁠

⁠Aos que brigaram em defesa de políticos-influencers, talvez ainda seja cedo — cedo demais — para fazer as pazes.




Não porque o rancor seja nobre, mas, porque, ainda não reconhecemos a dimensão do estrago causado pelas paixões emprestadas.


O cheiro medonho de enxofre da polarização já volta a subir, reinventando-se com a mesma esperteza de sempre, à espera de corações inflamáveis, mentes exaustas e sequestráveis.


E no ano que se avizinha, quando o espetáculo reabrir suas cortinas, eles vão precisar muito mais da nossa chama do que da nossa lucidez.


Pois, paixão, quando sequestrada, vira munição nas mãos dos que nunca lutaram realmente por nós.


Talvez defender uma ideia — um posicionamento — sem paixão, seja a arte mais rara e mais corajosa do debate.


Porque, é sim, muito fácil incendiar-se; difícil é manter o fogo no tamanho certo.


É fácil berrar certezas; difícil é defendê-las sem ferir.


Mas há uma escolha ainda muito mais sombria:
Desumanizar quem pensa diferente.


Nada inviabiliza o debate com mais perfeição do que transformar pessoas em inimigos, divergências em crimes e opiniões contrárias em afrontas pessoais.


Quando fazemos isso, deixamos de debater com gente — e passamos a lutar contra caricaturas que nós mesmos pintamos.


No fim, talvez a verdadeira paz não seja aquela feita entre lados irreconciliáveis,
Mas a paz que fazemos conosco:
a de não entregar nossa humanidade ao primeiro que exigir fervor,
a de não perder a lucidez para quem vive de paixões alheias,
a de não permitir que o debate morra pela ausência de coragem
ou pelo excesso de convicções.


Porque não há independência mais urgente e necessária do que a da mente que se recusa a ser incendiada — ou sequestrada e desumanizada — em favor ou desfavor de qualquer bandeira que pintem por aí.