Coleção pessoal de Aten

Encontrados 13 pensamentos na coleção de Aten

A morte é a única experiencia por que passamos, que não podemos transmitir a ninguém. Morre connosco.

Quisiera ser tu risa
user tu llanto
llegar cercano a ti
estar contigo
quisiera ser el mar
en que te bañas
ése verde esmeralda
tu amigo
quisiera ser la arena
en que te acuestas
u orilla del mar
en que tú pisas
y del viento caliente
que te besa
quisiera yo
Eneyda
ser la brisa.
Quisiera ser la lluvia
en tus cabellos
suave deslizar
mojar tu cuerpo
abrir para ti mis brazos
y guardarte
y si quisieras tu
quedarte en ellos
del barco de tu vida
ser su puerto
y por toda mi vida
yo amarte

A Fome é um vazio que nem o pensamento consegue preencher

Carta a Israel

Oh Israel!
Quando te respondemos,
com pedras,
às armas dos soldados
que contra nós lançaste,
as pedras que atiramos
eram pedaços pequenos
daquele solo amado
que tu a nós roubaste.
Mas lembra-te, oh Israel,
se porventura um dia
as pedras nos faltarem
na Palestina amada,
não penses, oh Israel,
vencida a Intifada.
Se nada mais houver
nesse impensado dia
para ser arremessado.
Se as nossas mãos vazias
da guerra calejadas,
no nosso chão sagrado
não encontrarem nada
p'ra contra ti lançar,
estremece oh Israel!
Cortaremos as mãos
para te atirar.

A terra castanha
desceu do morro
feita lama,
com ela vinham as tábuas,
castanhas,
outrora casas
plantadas no morro.
Com elas vinham também
Os homens
as mulheres,
as crianças,
o fruto
e as sementes,
que haviam crescido no morro
misturadas com a terra
castanha.
Com a lama,
vinham também os sonhos
das sementes que não vingaram.

MITCH

O mar de lama bailava,
mansamente,
depois da acalmia dos elementos.
Nele,
balouçavam
levemente
numa dança macabra,
homens, mulheres e crianças,
Arvores frutos sementes
e as ondas de lama
eram largas
e mansas.
E tudo era calmo.
Até o canto dos pássaros
era silêncio.
Os pássaros
haviam voado para longe.
Não tinham onde pousar
para chorar os mortos.

Nada do que parece é real. Mas o real não deixa nunca de não ser aparente.

A morte é um traço de união entre um instante, a vida, e a eternidade.

Teus olhos brilham
sorrindo
duas gotas de orvalho
em verdes folhas
ao sol da manhã
e seu sorriso se espalha
em teus lábios
vermelhos
cor de cereja madura.
Como gostaria de lavar
meus lábios
no orvalho dos teus olhos
verdes
morder a cereja madura
dos teus lábios
vermelhos
e meigamente chamar-te
Amor.

Cavalo louco

Como um cavalo louco
percorri livremente
o campo de flores
do verde dos teus anos
e a dor da tua ausência
que só me causou danos
levou-me doidamente
ao cansaço de amores
na minha consciência.
O amor que tu negaste
mudando-me o viver
e o vazio que deixaste
no íntimo do ser
tomou-me pouco a pouco
provocando a demência
que me obriga a correr
como um cavalo louco
o tempo p'ra viver
no campo de flores
da minha existência

Brasil

P'ra mim
és esse rio que te desflora
o povo
de um país desencantado,
povo que canta,
dança,
mas que chora
a terra,
seu país por Deus criado.
P'ra mim,
és Ipanema ensolarada,
és a verde Amazónia
agredida.
És Sampa
acordando de madrugada,
a esperança de mudar
não conseguida.
És a crosta gretada,
sertão sofrido.
És verdesul
nordeste
és a Baía
és Brasília,
futuro não cumprido,
sorriso
carnaval,
triste alegria.
És meu Cruzeiro do Sul
muito querido,
tu és o meu Brasil
minha Utopia.

A cortina da noite escondia
os nossos corpos
dos olhares indiscretos.
Os lençois de areia da nossa cama
eram debruados a espuma
das ondas que nos beijavam.
O manto de estrelas que nos cobria
ocultava do olhar invejoso da Lua
o amor que em nós nascia.
Apenas nós,
perdidos,
estávamos ausentes
passeando que andávamos,
pelo infinito.

AfricaFome

O amanhã era ontem
e os corpos das crianças,
inertes flácidos,
onde o riso era ricto
e a fome
brinquedo para o estomago
diziam-nos,
calados,
o amanhã era ontem.
E nem o sol de África,
aquele sol escaldante
aquecia seus corpos,
frios,
negros,
na sua pele cinzenta
esticada pelo ossos
que lhe davam forma.
Seus olhos,
olhos de criança,
abertos,
excessivamente abertos
pela fome
gritavam-nos,
mudos,
acusativos,
Nós,
somos o ontem de amanhã,
o presente sem futuro,
E lentamente se acabavam.
O amanhã era ontem