Coleção pessoal de AnneDeLarge

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O amor não acaba, porém aos poucos vai enfraquecendo até adormecer.

E quando toca a nossa música eu já não sinto mais nada.

Meus pais odiavam o meu pessimismo, no outro lado da moeda eu detestava o otimismo deles. Sentia repulsa em engolir toda aquela ilusão criada por eles mesmos. No fundo eu já estava desgastada metaforicamente e na prática. Eu não tinha esperanças em nada, muito menos perspectiva de vida. Eu não dava a mínima pra respirar, era inútil e sem sentido. Nada fazia sentido. Vivia intensamente pedindo que meus dias terminassem, nem isso acontecia.

Tenho uma leve impressão que todos os meus dias são iguais e tristes.

Quantas pessoas sentem dor em nome do amor?

Cansei de longas filas de espera. Passam minutos, horas, dias, meses e anos, nada de novo acontece. Estou em um momento da minha vida que não sou mais surpreendida nem pelas decepções.

Eu estava longe de ser uma pessoa útil, eu era completamente desinteressante. Nunca quis forçar ser uma pessoa interessante, parecia cansativo. Eu queria mesmo era um momento de paz, um buraco obscuro pra viver a minha solidão insatisfatória; por outro lado, a depressão atacava, eu começava a distribuir patadas, eu estava desequilibrada, queria tudo, e nunca conseguia nada.

Enquanto a minha boca parecer uma metralhadora na época de guerra, atirando palavras pra tudo que é lado, talvez não tenha com o que se preocupar. Se preocupe mesmo é com o meu silêncio. A minha ausência de palavras é o passaporte pro fim.

Quantas vezes já disse que acabou e fez daquilo um novo recomeço? Quantas vezes disse que cansou e persistiu alí? O segredo está na ausência das palavras.

Sempre detestei caras românticos ou engraçados. Não gostava daqueles que estavam alí pra me fazer rir o tempo inteiro. Gostava daqueles completamente independentes, que não viviam pra suprir as necessidades de alguém. Sempre aplaudia de pé os sérios, durões, aqueles sem a mínima porcentagem de sensibilidade.

A melancolia me deixa cada vez mais patética.

Eu nunca quis deixar que o destino destruísse a ideia de construir uma vida com você, porque você era a minha vida.

Agora sou eu que escolho, eu escolho deixar você partir, eu escolho não ter que toda vez quebrar pedaços de nós, escolho liberá-lo de forçar a ser o que você não é. Chega de fantasiar. Não vou mudar quem eu sou, mas também me nego a te mudar.

‎Porque no final, quando perdemos alguém, cada vela, cada oração, não compensarão o fato de que a única coisa que sobrou é um buraco na sua vida onde aquela pessoa que você gostava costumava estar...

Quando você quebra o joelho a dor é única. Quando você se queima no fogo a dor é única. Quando você quebra um braço a dor é única. Quando você se quebra emocionalmente a dor também é única. Cada dor é única a sua maneira. Não existe dores mais importantes e menos importantes. A dor é uma só, e cada pessoa se fere à sua maneira. A dor é inconsumível pra quem sente.

Querer uma explicação pra tudo acabava comigo. Vivia constantemente no inferno ou na loucura.

Percebi que não dava a mínima pra vida, quando sofri lesões no joelho e a medicina apontava que era possível perder os movimentos da perna. Conviver sabendo que poderia nunca mais por os pés no chão não me assustava. A minha alma estava corrompida por crises existenciais maiores.

Eu disse: ― Que se foda! Ele respondeu: Da última vez que disse isso, também achei que fosse verdade. É isso que o amor faz, acabamos perdendo o senso de perspectiva, engolindo o orgulho e deixando que tomem partes das nossas fraquezas. Isso nunca me pareceu correto.

Quando a gente é criança, somos tão ingênuos a ponto de pensar que envelhecer é uma coisa legal. Fazemos algumas festinhas com brigadeiros, quebramos alguns brinquedos. Os anos passam, papéis se invertem e a única coisa que passamos a quebrar é a cara.

Eu já me apaixonei. O amor me mostrou que é cruel, destrutível e completamente inútil. Nunca gostei de estar apaixonada. Odiava conviver sabendo que minha felicidade dependia de outra pessoa.