Coleção pessoal de anna_flavia_schmitt
Sempre que houver divisionismo
o poeta pelo fato de existir,
alguns com ele irão se incomodar,
sem mesmo por eles procurar.
Ele é quem tem a ousadia de fechar
a porta quando alguém fizer
a cortesia para a guerra entrar,
e muita inspiração para encorajar.
Ciente que a poesia é feita de pausa,
para a cada novo momento respirar,
o poeta quando cala a poesia vira mar.
Com ou sem licença poética,
não receia por nada a palavra partilhar:
como as sementes dos ipês a se espalhar.
De qualquer lado
que abra ou feche
a porta a chave
está nas tuas mãos,
Em qualquer estação,
sem emergência
e de todo o coração.
É sobre ser suave
com quem nasceu
livre tal qual ave,
Que só elege ficar
por saber o quê é
e o quê não é amor
por eleger esperar
sem precisar capturar.
Deste Médio Vale
traz a tranquilidade,
o encanto e o culto
ao paradisíaco em Rodeio,
Para retribuir sempre
o quê for preciso
e inabalável seguir contigo.
Entardecer de vários
tons em Rodeio
no Médio Vale do Itajaí
deslumbram o peito
e encantam o olhar.
Ao ver o céu em pleno
movimento e mistério
na porção Austral onde
o verde é real e etéreo,
entrego e reitero o eterno.
Aqui se encontra achego,
ofereço o meu aconchego
porque lhe tenho apreço.
Nem sempre a verdade
corresponde a realidade,
Nem toda a Taioba foi
feita para se alimentar,
Em tempos de disputas
de narrativas prefira ficar
com a poesia porque
com ela possível conversar,
O tempo é precioso demais
para permitir em vão gastar.
[[[Não insista ter razão;
melhor é parar de guerrear!]]]
Amaranto das Américas
em grãos ou em flor,
Para alimentar com
amor o corpo ou alma
com toda a poesia
que por esta terra há
existirá e não passará,
para você assim sou,
Porque criei raízes,
e de ti jamais eu vou.
Seja enfeitando a visão
ou dando sabor ao prato,
as pupunheiras ocupam
a memória do coração;
Dizer que não importam
para mim é um pecado,
porque é uma preciosa
recordação que faz com
que não nos percamos
do amoroso pertencimento
de quem somos e seremos,
para não permitir que não
nos percamos de nós mesmos.
Daqui a pouco vai começar
o Stamm Tchucalonga
para a gente se esbaldar,
e para a La Sagra
a gente se esquentar,
Muita festa vai rolar,
você vai adorar,
E no ano que vem
com certeza irá voltar
para com a nossa
querida Rodeio festejar.
Não consigo mais olhar
com os mesmos olhos ingênuos
o céu da nossa América Austral,
Não dá para não imaginar
o Deus da Guerra e da consequência
dançando sobre algum
de nós sem tremer inteira,
Seja sob o Sol ou sob a Lua
está difícil de tirar o olhar
do céu sem embalar
o pior no coração e na cabeça,
Não dá nunca mais
para continuar sendo a mesma:
É sobre vulnerabilidade o poema.
Como Guamirim melífera,
fonte de beijos doces,
Essencial e não efêmera,
ofertar a gentil colheita,
Não preciso detalhar
daquilo que o tempo,
e o peito estão a mostrar.
A Muirajuba que floresce
também no meu Brasil,
traz a conexão profunda
com a América do Sul,
em dias alegres ou tristes,
Faz lembrar que no coração
floresce sob o céu perenal
com apego e total devoção
a nossa chama austral.
A herança do Sul do Sul;
o olhar de romance
que continua invicto
com um quê de lirismo,
mesmo diante de tudo
isso o quê se passa lá fora.
Tipo pinha plantada
pela Gralha-Azul na terra
assim sigo porque tenho
poesia que não se encerra
sem clamar por plateia.
História viva nas veias,
amor e ternura na memória,
quero crer que se perpetua
forte ti mais do que nunca.
27/10
Não interfira
no destino
de quem você
não têm condições
de seguir pelo
mesmo caminho.
...
27/11
Conheça a realidade
antes de querer
fazer para dela,
e depois não ter
argumentos
para se justificar.
..
27/12
Se a sua mensagem
não for de paz,
Calar é o melhor
que você faz.
Borboleta Fantasma do Paraíso
etérea voando pela Amazônia,
tentando levar a paz completa
para a guerra depois da guerra,
e para a guerra dentro da guerra,
em nome da sobrevivência.
Porque assim se vê como poeta
na tentativa de resiliência
com asas, olhar para o céu e razão
na Terra para a convivência
na constante persistência.
Carinhosa, sutil e brasileira.
Borboleta Fantasma Azul
que pode ser encontrada
entre a Mata Atlântica
e a Amazônia profunda
desta Pátria romântica.
Absoluta em ti e oceânica
é esta poesia que captura
total o teu peito a distância
trazendo a sutil fragrância.
Devoção, entrega e pendor
em íntima congregação,
querência e plena sedução.
Com desejo e imaginação
sem pausa e com evolução.
Não se esquecer que
um dia já foi criança,
e que dependeu de um adulto
para chegar até aqui,
pode fazer um mundo novo,
Trazer viva essa lembrança
sempre que uma criança
precisar é sinal vivo
que ainda há esperança
de seguir adiante.
Da onde a minha ancestralidade
veio e por onde teve que caminhar,
não troco o meu Brasil Brasileiro
serenamente nenhum outro lugar.
Parte de mim também é indígena
e convicta sob a Timbaúba florida
tenho razões para me inspirar
seja na terra, na água ou no ar.
Não adianta insistir porque
a minha mente não vai mudar,
e o seu tempo comigo irá gastar.
Sei que tudo e todos passam,
e escolhi não deixar me perturbar
porque tudo e todos vão passar.
Encontrar o Vinhático
antigo para curar
por dentro e por fora,
vigiando qual é a hora.
Entrar em acordo
com cada aurora,
enquanto outubro
segue e se desdobra.
Silenciar as armas,
desarmar as bombas,
e mandar cada tropa
voltar para casa agora.
Servir à poesia mais
do que ser servida,
olhos nos olhos dizer:
- A vida merece ser vivida.
Sombras
Efeitos da ofensas
sobre a memória,
e os sentimentos,
silenciosos tormentos.
...
Feitiços
Para o bem ou para o mal,
eles dependem da sua devoção
e são passados
de geração em geração,
Você pode mudar
o seu destino ou não,
tudo dependerá da poção
de encantamento ou maldição.
...
Máscaras
Algumas são invisíveis,
outras não,
Dependen inteiramente
de como você as vê
com a mente ou com o coração.
(O eterno etéreo antifaz)...
Integro-me com as flores
do Jacarandá-mimoso
para o refúgio encontrar
daquilo que não posso mudar
não ter o êxito de me alcançar.
Em nome da poesia como
fragmento da alma que é,
vir com as flores entreter-me
para não me perder da fé
e seguir sem intenção de ré.
Ser o Jacarandá-mimoso
do jeito que ele me é,
amoroso, gentil e poético
e deixar o quê tem de ser
vir por si só a acontecer.
O quê tem que passar
irá passar mesmo que
diferente tentem mostrar,
contra à força o tempo
ninguém pode subjugar.
Não é sobre relógio
que estou falando é sobre
o quê se tem ou não,
é o quê mostra a direção
diante da real amplidão.
O Toropi que floresce
amoroso em Outubro
no Rio Grande do Sul
carrego dele em mim,
como se fosse preciso
de alguma explicação
para a Primavera ser
entendida para quem
nunca presta atenção.
Do Toropi amoroso
levo o quê é sublime,
o estar sob o glorioso
céu austral que basta
diante do banquete
do ego alheio que passa.
A minha existência não
precisa ser fantástica
como alguns pensam
que morro de desejo,
a convicção enraizada
que levo desde berço
do meu Pampa imenso,
porque sou Chimarrão,
pão com Chimia, poesia
e paz pro nosso coração.
