Coleção pessoal de anna_flavia_schmitt

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Divinamente o arquejar
interior na tez,
Com a mesma vibração
da primeira vez
em acordada renovação
diante do altar das blandícias
para uns proibidas,
e por nós todas consentidas.


Deixar que os suspiros
virem orquestra,
E os gemidinhos abafem
toda a guerra
que conspira contra o prazer.


Somos a luxúria e lascívia
educadas, porém indomadas;
Inegavelmente a fome
com a vontade de comer,
o êxtase do anoitecer ao amanhecer.
.

Como quem beija o céu
a Escumilha oriental
revela as suas flores
como quem beija o amado,
Igual à ela os dias
com poesia o tenho beijado.


A sua existência distante
no coração tenho embalado,
O desejo pelo romance
e o inevitável têm capturado
o quê era outrora impensado.


Ainda que de tudo talvez
esteja em algum lugar distraído,
e não tenha me reconhecido:
O tempo tem o próprio laço.

O Hemisfério Celestial Sul
dançando com os deuses
concede a Aurora Austral
à filha das florestas tropicais
que com o encontro total
das águas sobrenaturais
do Pacífico Sul e do Atlântico Sul,
mantém o epílogo de todos
os profundos códigos poéticos
do último enclave que para uns
têm sido dados como perdidos.


Das auroras dos dias e das noites
dos deuses da guerra e os da paz,
para si as consequências ela traz,
por conhecer e ser capaz de ler
os sinais do destino com intimidade.


Por isso nunca se engane,
o quê é de Humanidade, Vida e Morte
a acompanham desde infante;
enquanto impérios se movimentam,
ela não deixa de lado os preceitos
aprendidos nem por um instante.


Nenhum capítulo têm apagamento,
porque foi capaz de construir
o santuário existencial por dentro.

Tudo o quê a dança
do tempo faz em mim,
Tem me preparado
todos os dias para nós,
Canta o Bem-te-vi,
o vento sopra a Licuri,
Se dizem que amar
faz mal que nada de ti
e de mim nos afaste,
Que destino nos aproxime
e a gente se segure,
E que a importância alheia
não nos ocupe e nem capture.

Falar sem pensar
não é necessário,
Provocar também não,
se for flertar com
o quê é arriscado,
Melhor colher Pitombas,
deixar o quê é confuso de lado,
E fazer o caminho com cuidado
tornando cada novo passo
diário seguro e pacificado.

Um refugiado não
escolhe para onde ir,
ele escolhe partir
porque na terra dele
não tem como seguir.


Se você não quer um
refugiado no seu país,
é um direito todo seu
que não vou discutir;
Tu só tens o dever
de não ferir quem não
teve o direito de escolher
da onde veio permanecer.

Se deseja fazer alguma
coisa por um refugiado,
Ajude para que tenha
condições de sobreviver,
ou até ficar, se ele escolher.


Ajudar a resgatar razões
para ao país de origem voltar,
E permanecer para de jeito
nenhum pensar em deixar.

Não mentir para si mesmo
que nutre a expectativa
cinematográfica de viver
um amor com dedicação,
é um excelente começo:
Confesso que exatamente
como você também desejo.


Ocupar a sua mente mais
do que dizem ser só aventura,
e sim ser toda a tua aventura,
a possuidora e garantidora
absoluta da tua plena ventura
em todos os tempos e estações.


Nos teus lábios jamais deixar
faltar a Serikaya que adoce,
quando a rotina não for doce,
Colocar o teu coração batendo
para dançar ritmos de folclore.


Sem pensar duas vezes jogar tudo
para o alto sempre for imperativo,
para que o fogo da paixão não falte,
e nada nem ninguém o amor devore.

Bunga Seribu Bintang
toda em flor,
O nome do amor
já guardei de cor.



...


Bunga Kelawar Putih
em plena floração,
É a minha poesia
no seu coração.


...


Bunga Bangkai Gergasi
misteriosa no jardim,
É para dizer que existe
algo maior para mim.


...


Bunga Tasbih acariciada
pelo vento d'alma,
Não há nada que pare
a caminhada pela estrada,
Não vou mentir o quanto
eu estou apaixonada.

Das heranças vivas
nas minhas veias
sei uma por uma,
O quê é e o quê
não é indígena,
tal qual o quê é
e o quê não é nativa;
Não menos bonita,
e confessamente
encantadora como
a Chuva-de-Ouro
de terras distantes,
que fascina a visão
e inunda o coração
fascinando a estação
com a sua floração.

Com camélias brancas
nas minhas duas mãos,
Levo a fiel convicção
além Médio Vale do Itajaí,
para te dizer que não
existe para a Nação
uma rota de liberação
que não inclua para nós
Zumbi em cada ação,
Porque ainda não foi
cumprida a abolição.


(Nós somos a chama
perpétua de rebelião).

Buquês da Aldrago
dançam sobre nós,
foi há tempos tirado
o eu da escrita
desde o dia que te vi
sem fantasia.


Tudo em poesia
diária foi convertida,
o dia que eu quiser
falar do que é do eu
e do que doeu,
não me encabulo.


Se este assunto
não for tocado,
por ninguém será
nem aventado,
o eu não nasceu
para ser domado.


(O eu de cada não é
campo de batalha,
E sim nasceu para
ser academia nata).

Chovendo lentamente
sobre Camboatá-vermelho,
Com a palavra que me rege
a história no final eu escrevo,
Somente diante do Bom Deus
temo, respeito e me ajoelho.


...


A minha poesia
é Camboatá-branco
nas mãos da ventania
se espalhando toda
pelos campos da vida.


...


Tudo em mim tem
algo de Camboatá
com sementes a se espalhar,
Está para nascer quem
tem a coragem de me dominar.


...


Tapirirá florida
que com amor
concede poesia
à minha vista,
Diante sou
muito pequenina
com a minha escrita.
...


Debaixo da Pombeira
absoluta fiz a jura
de ser somente tua,
Se me amares,
retribuirei em dobro,
Algo diz que o sonho
haverá de ser cumprido logo.


...


Do caminho do tempo
sou nômade devota,
Do meu país por dentro
domino cada rota,
Nos braços de novembro
com fascínio me rendo
a floração das Tapirirás
a espera do momento
que está sendo escrito
com tudo àquilo que hei
de declarar no silêncio
que me permita escutar
o seu peito de amor batendo.

Caminhos do destino
como os do interior
da Sarang Semut,
É algo muito superior
que guardo silenciosa
com todo o meu amor.


...


Se encantar com a poesia
escondida da Bunga Hantu,
É celebrar o dom da vida
que Deus nos concedeu,
Na nossa fragilidade está
a nossa maior fortaleza
porque cultivamos a fé
que nos mantém de pé.

⁠Outubro de Jarandéua
em floração,
De amor sublime
no coração,
Nada mais desvia
a atenção,
A sedução embalada
está ganhando
estrada e tornando
a cada dia mais real
a nossa aproximação.

⁠Floresce outubrina
o amável Cajá-Mirim,
Os frutos que posso
colher este mês
são os teus beijos
reservados para mim,
E tudo aquilo que não
haverá entre nós fim.

⁠Não educaram o suficiente
os olhares para discernir
o quê realmente pertence
à nossa amada Pátria Natal.

A Era da Inteligência Artificial
anda sussurrando que talvez
seja ou não por premeditação,
corremos os risco iminente
de virem nos "tirar até o chão".

Sei como é uma Lanterneira
e não perdi a minha memória,
se sou de fato poeta ou não,
não deixo perder a História.

Se não reconhecermos
a imagem do que é nosso,
não julgue como coisa de loucos:
não vai demorar muito
para esquecer quem somos.

⁠A Flor-de-Outubro
floresceu nas mãos,
Quando existe a ânsia
é o sinal de alguma
entrega mesmo que.
digam que não existe
para nós uma regra;
Retirei o eu e você
da poesia que nasceu,
para tornar em nós
em nome do que ainda
nem mesmo aconteceu:
Na minha cabeça
a gente já se envolveu.

(Permito-me assim decretar).

⁠Tirar a cada dia mais
o eu na escrita para dar
vazão a tudo quê se imagina,
Captar o quê cativa,
tornar-se de fato o quê
fascina e entreter com
o balanço dos buritizais da vida,
Dar nas tuas mãos a chave
oculta da mais profunda fantasia.

⁠A Umbu-cajá bailando
nos braços tão amorosos
da envolvente ventania
até parece que convida
para com ela também dançar;
Vou buscar por frutas doces
como quem busca por beijos,
Pensando mais de mil jeitos
de cativar o seu paladar
para com sedução te alcançar.

Colho o quê tenho que
colher com o maior carinho,
deixo algumas com todo
o amor para os passarinhos,
e a fé no coração eu ponho.

Caem as gotas de chuva
e pelo mesmo caminho
volto com o anseio de ocupar
totalmente o seu fascínio
e como a Umbu-cajá vou
deixar que venha me embalar.

Carinhosamente não vou deixar
facilmente de ser o destino,
porque sei que é recíproco,
a hora certa irá acontecer
quando menos a gente esperar,
como haverá de ser e assim será.

⁠As roupas e as ideias no varal
deixo por conta do Sol, da Lua,
das estrelas e das tempestades,
Esta alma fresca é mantida
por conta absoluta da poesia.

Tudo é cultivado no fino afã
de nada deixar dever a alegria
autêntica de dar graças a vida
até quando a danada desafia
no festival da virada dos instantes.

O pleno caminho de ida e volta
o quê prende somente tem a ver
com a liberdade sem receio,
Acostume-se com este jeito
de quem nasceu selvagem mesmo.