Coleção pessoal de anelimfl

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Há quase um conforto na morte, quando se pensa que ela é sua. E de tão utópica, por vezes parece inalcançável. Há coragem também, em se mostrar disposto ao desconhecido, ou apenas em mais nada. E se a morte é só o recomeço? não o fim.. de uma nova visão de tudo, da revelação da completa consciência. Talvez a morte não fosse tão assustadora, se a vida não fosse também. Talvez fosse só belos passarinhos em grandes jardins.

Eu não sei quando comecei a escrever, nem porque. mas em algum momento foi mais fácil falar pro papel que em voz alta. Na verdade foi como as milhões de vezes que me apaixonei por algo.. De fato, uma jeito interessante de ser, me apaixonei tantas vezes pela mesma música que nem posso contar.. e ouvia com o mesmo entusiasmo da primeira vez. Me apaixonei por variadas paisagens, e me sinto demasiadamente admiradora do mundo quando chove. Já me encantei por ideias, por estações, pelas cores das plantas, de certo, por pessoas também. As vezes um pouco, as vezes demais.. Posso garantir que é sempre a mais maravilhosa sensação, ainda mais quando se está consciente de quando acontece.

Eu preciso escrever, pra lembrar.. que nao suporto erros, e que todos sao previsiveis, decifraveis.. nao conseguir ler o que acontece cmgo nao é perdoavel.. nao aceito me decepcionar mais, nao aceito nao ver o obvio.. nao aceito interferir.. nao vou interferir.. tenho medo disso tudo se tornar algo maior do que eu, que me impessa de correr riscos.. pq correr riscos tem consequências.. nao me arrependo de penaar 100 vezes.. me arrependo de me iludir sem provas.. de ver sentimento em gentileza.. me arrependo de continuar escrevendo pq nao acho justo falar.. pq me deixa vulnerável.. e eu tenho que manter essa imagem intransponível de uma barra de ferro.. desapontada por de tanto sentir, nao sentir nada. Nem raiva, nem dor.. sinto um vazio. Um grande buraco onde devia ter algo. As coisas belas nao nascem na dor.. ela so permite enxergar sem freios. E quem ve beleza apenas enxerga sua própria dor na palavra do outro.

Sabe pq sei que não amei? Pq ainda não perdi o folego... nem desejei ngm só pra mim... não olhei nos olhos, e me imaginei olhando pra eles todos os dias... não quis tomar cafe da manhã.. nem dormir junto no verão... não cheirei a camisa esquecida... nem desejei que a esquecesse como desculpa.. não sorri quietinha lembrando dos versos e das rimas... e do jeito lascivo... não quis dizer eu te amo, nem se quer te quero bem... não senti vontade abraçar seu mundo, nem entender seus gostos, não quis rir de tudo, nem aceitar seus defeitos... o dia que amar saberei. Pq nada que eu disse fara sentido.. pq não tem sentido no amor...

Não há nada mais real que a miragem...

O problema é que quero muitas coisas simples, então pareço exigente.

E não adianta tentar inventar alguém, ou tentar parecer outro ser... o interesse vem pelo cheiro, pelo gosto... pelo jeito de mexer no cabelo, pelo formato das mãos, pelo jeito de olhar... pelo que não se pode imitar.. pelo mais desajeitado, pelo mais insignificante, pelo que a pessoa realmente é. Não tem comparação. Existe compatibilidade. Imediata. Injustificada. Incompreensível.

Odeio sentir um cheiro adoravelmente conhecido!

Não posso dizer o que não sei se sinto. Posso dizer o que si tô agora! Sendo variável quanto aos próximos minutos. Me faço de desejos delirantes e vi redes efêmeras. Me definir o na inconstância de querer e alcançar, e querer novamente. O que torna os momentos mais vividos e cheios de almodóvar.

Um mar de confusões entre uma mente sã, e a agitação incontrolável de pensar.. e não existe uma válvula de escape, só a dívida se a mente consegue manter as paredes em pé. Sobrevivendo as próprias insanidades, mas tentando conter a dos outros, faz sentido?

Na verdade o que me prende é a inconstância das certezas, dos outros e das minhas. Porque é difícil organizar as idéias, e sentimentos.. é um fluxo bombardeado e intenso de mistos de sensações e comparações e conclusões.. em que nada se define, porque é preciso se encontrar pra entender, e aqui dentro é muito grande, grande demais! I cant breath sometimes...

A falta de definição, por si só, define a vida. Tudo é transitório, nossas manias, nossos pensamentos, nossos amores, nossos pontos de vista. Sabemos quem somos e o que sentimos, mas não sabemos até quando. Estamos em trânsito, e a definição só virá quando não estivermos mais aqui para entendê-la.

No silêncio escutamos sons antigos.

A vida é como a maré.. as vezes nos arrasta mesmo contra vontade, e quanto mais resistente somos, mais impotentes nos tornamos.. porque nem sempre as coisas vão correr bem, e nem sempre estaremos em paz. Mas aprendi a chorar sozinha, e guardar meus segredos em uma caixa que não sei se posso decifrar. E enquanto não descubro, cultivo minha alegre solidão.. que mesmo cercada de pessoas se sente só.

É tão relativa a percepção do tempo que nem imaginamos que ele é soberano. Ele é poderoso apenas por existir. Ele cobra, amadurece, cura feridas, e as abre também... o tempo conclui ciclos e esclarece dúvidas, ele pode ser generoso, ou como um pai cruel.. o que fazemos com ele reflete na percepção que temos dele. Qual sua percepção sobre o tempo? Tempo é dinheiro? Que triste. Não tem visto ele passar? Que pena. Sou apaixonada por ele.. por isso o cortejo.. todos os dias, todas as noites..

E as vezes, sinto quase inveja da facilidade de sorrir, e começar um dialogo com um estranho. É que conversas banais são tão sem sentido. Não quero falar da teoria das cordas ou algo assim, mas se for pra saber do tempo, prefiro gastar meu tempo com meus próprios pensamentos. Deveria ser mais fácil, relacionamentos no geral. essa inconstância sentimental e necessidade de proximidade me assusta, porque por mais confortável que eu me sinta sozinha, em alguns momentos não é suficiente. E quando isso acontece parte meu coração!

Só o que ela queria, era alguém que a deixasse tão a vontade.. como quando estava só!

Não lembro quando chamei a solidão para dançar, mas todas as noites ela tira os sapatos e fica bailando no carpete da minha sala. Baila com passos descompassos. Não precisa saber dançar para se ser só. Ser só é uma arte.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

A verdade é que, enquanto você estiver assim, nessa interminável agonia, esperando notícias que nunca chegam, vai deixar passar várias possibilidades interessantes ao seu redor. Claro, ninguém se compara a quem você aguarda, mas quem você aguarda não está disponível no momento. Poderá, inclusive, nunca estar, apesar de tudo o que foi dito naquele dia. Pessoas que somem não são confiáveis.