Coleção pessoal de AndresaSampaio
LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA
Minha memória não obedece a ordens cronológicas vez em quando ela traz a tona pessoas que partiram.
Hoje voltando a infância lembrei daquela que tanto me cativou tinha lá seus 40 e poucos anos, voz branda, terna e bela.
Tinha essência coisa rara de si encontrar e justamente por isso se tornou eterna gizes de cera e livros de colorir sempre me presenteiava, tinha sempre uma palavra de apoio para me oferecer.
Pena que a doença dos glóbulos brancos( leucemia) a levaria para sempre. Chorei copiosamente não era da família , aliás, era muito melhor do que muitos que são. Gratidão por ter tido a chance mesmo que breve de conviver com alguém tão especial.
Sem pesar hoje faço uma vibração positiva para todos que aqui estão e os que se foram que a energia do bem se expanda por todos os lugares.
Recarrego
Certas interações
Quando próximas
Me cansam
Longe
Me recarrego
Não os quero mal
Mas também
Não os quero perto
Alucinações
O cheiro exala
Fixa e projeta em mim
A voz ecoa
Lindamente pelo quarto
Como se ainda estivesse lá
Tudo ainda é tão natural
Cheiro, voz...
Lembranças
Acordo assustada
Tenho que parar
De ficar sonhando acordada
Quietude
Gosto da quietude
De uns dias
E do alvoroço de outros
Não é pessoal
São apenas
Particularidades minhas
Preciso de
Paz e amor
Para me recompor
Querido
Permaneces lindo
A mesma beleza
Que eu vi e vejo há anos
Surgem as rugas
Desabrocham os cabelos brancos
E amo-te
Em demasia
Cheiroso
Sempre afável
Deveras amistoso
Cordial
Esbelto
Beleza satisfaz os olhos
Essência o coração
Tens morada no meu
Resenha do Livro Misto - Quente do Bukowski
Quer começar a ler Bukowski? Sugiro começar com Misto- Quente romance com toques autobiográficos.
O livro narra a história do garoto Henry Chinaski alter ego do autor com um pai beirando a psicopatia e uma mãe passiva e ignorante.
É um livro tenso, gera empatia faz pensar. Emocionante!
Uma realidade infelizmente : lares disfuncionais a que tantas crianças estão expostas.
Andresa Sampaio
Peças empoeiradas
Para alguns olhei
Outros sequer enxerguei
O contabilista
Me ensinou análise
fundamentalista
O poeta que falava de amor
Seria verdadeiro ou fingidor?
O capoerista que gingava
No chão e no ar
Nem sempre é amor
E tão rápido como surge
Breve acaba
Hoje olhando para o nada
Lembrei desses
Que se tornaram
Peças empoeiradas
No palco da memória
Outro plano
Um tiro
Uma bala
E você partiu
Para o outro plano
Cadê, amigo?
Nossos papos amenos
E resenhas divertidas
E teu alto-astral contagiante
Tua mãe chora
Teus amigos choram
Até os que te conheceram
De relance falam bem de ti
Por quê?
Novo,
Tinha esse mundão todo
Para desbravar
Que o espiritual acolha e ampare
A ti e a todos
Àqueles que estão sofrendo
Tua perda
Paz e luz!
Enamorada
Será ele?
Bradei
Tem que ser
Afeiçoada estou
Imaginando
Nós dois
Sentados
Num banquinho de madeira
Fogueira dianteira
Olhando estrelas
Assim tudo começou
Mudança
Girei a chave
Hoje ela esta no não
Onde um dia foi sim
Girei
Um passo atrás
Virei
Reinício
Novos horizontes
Novas percepções
O derradeiro
Tornou-se obsoleto
Na memória não há lugar