Coleção pessoal de anamiasuki

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Sou aquém dos padrões aceitaveis, me enquadram em formas que não existem. As normas são mornas e os valores me dão pavores. Vivo em desordem e regresso.

Sinto-me fora de órbita, num planeta distante, num movimento de translação em torno de uma luz para que eu possa ter vida

Não entendo, mas também, pra que entender?

Não quero mais me expressar por palavras. O que eu sinto não se resume a letras que se reagrupam

Não sou passível de entendimento, mas sim de sentimento. Sinta-me

Procuro a loucura por que a razão não é capaz de me entender

Meus paradigmas são paradoxais

Não me julgue pelos espinhos. Se me tocar com delicadeza poderá sentir a suavidade das minhas pétalas e meu doce perfume.

Queria poder partilhar meu silêncio

Você vive e minha vida borboleta

Minha vida é uma dualidade de sentimentos. Vivo num paradoxo constante. O frio me aquece. O vazio me completa. Danço o choro. Rio as lágrimas. Sou o avesso do avesso numa incompleta solidão

"Queria um espelho para alma..."

Você esculpiu no meu coração um oco vazio que transborda e preenche o meu rio de lágrimas escoadas de uma vida de nadas.

É como se todos estivesse numa roda gigante, e eu parada em pé olhando debaixo o mundo girar. Não faz sentido. Imagino que lá em cima tudo é diferente. E de repente eu entro, sento e o mundo gira, gira, gira e nada faz sentido. Quer saber? Parem o mundo que eu quero descer...

Quando se quer voltar no momento da encruzilhada e tomar o outro caminho, aquele que você não escolheu e deveria ter escolhido... na verdade ele também é novo, e se levar ao sofrimento? Aí voltar já não dará mais. Voltar. O mundo dá voltas... eu também. Vou e volto e não saio de lugar nenhum.

Definitivamente não sei conduzir minha vida. É intricado quando não se sabe administrar a própria felicidade. Ou sei e tenho medo? Receio de ser feliz? Não. Temor do novo.

Meu maior medo? Me perder em mim mesmo

Se eu pudesse expor minhas lacunas.
Se eu pudesse apregoar o que sinto.
Se eu pudesse materializar minha emoção.
Se eu pudesse urrar meu grito emudecido.
Não posso, enquanto eu estiver calada, ninguém vai se assombrar.
Não serei submergida pela pressão do ser normal.
Sou covarde, não me arriscaria em solidificar o inconcreto.
Mas oxalá se eu gritasse, quiçá não pararia jamais.

Tenho medo de ser, de viver o que está sendo. Ser é muito desconstituído, o que eu era não sou mais, o que eu era não era bom, mas era desse que eu era, que eu era constituída. Meu maior medo é que o que eu sou não tenha sentido.

Vida abstrusa, caminho ambíguo, mente aturdida, mundo caótico, minha visão está turva, minha mente obscura, perplexa eu sigo perturbada, confusamente confusa.