Coleção pessoal de analu_2931
Agora as sereias possuem uma arma ainda mais fatal do que seu canto, ou seja, seu silêncio... Talvez fosse possível escapar do seu canto: mas do seu silêncio, por certo, jamais.
SEREIAS
Sereias são belas,
Mas nem sempre são felizes.
Jogam sua rede ao mar .
Conquistam e voltam a pescar
O importante é o seduzir
E nunca o contentar-se.
Sereias é a versão feminina
Dos famosos conquistadores
Do famoso dom Juan.
Auto estima baixa que se eleva
A cada nova conquista e
A abstinência as fazem atravessar vidas.
Quem nunca ouviu
E se surpreendeu e se encantou
Com o canto da Sereia?
Eu destruí minha única chance de felicidade só porque fui teimosa e orgulhosa. Interrompi uma história que poderia ser linda.
Eu nunca me apaixonei. Não só isso. Eu nem acreditava que o amor existisse. Achava ridículo. Eu admito que estava errado. Estou sentindo coisas que nunca senti. E não quero que isso acabe.
A maior motivação das mulheres é sentir-se amada. Elas almejam a atenção e a paixão do início. A dos homens é o conforto. Quando a chama se apaga, em vez de reacenderem-na, eles começam a procurar algo novo.
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Viver e vencer...
Nunca seja como a Gabriela cravo e canela
Que diz que nasceu assim, vai morrer assim
Pois Deus nos criou dotado de inteligências
De princípios e atitudes. Ele sabe de nossas
Possibilidades, conhece o nosso potencial
E quer sempre ver nossa evolução
Nosso sucesso depende de nossas ações
Nossas transformações, então vamos agir
Vamos fazer dos nossos dias uma constante
Cresceremos, venceremos cada segundo
De vida que nos foi dado.
Deus acredita em cada um de nós
Ele nos quer melhor do que viemos ao mundo.
E que assim seja...
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Ou pelo menos o que me faz agir não é o que eu sinto mas o que eu digo. Sinto quem sou e a impressão está alojada na parte alta do cérebro, nos lábios – na língua principalmente –, na superfície dos braços e também correndo dentro, bem dentro do meu corpo, mas onde, onde mesmo, eu não sei dizer. O gosto é cinzento, um pouco avermelhado, nos pedaços velhos um pouco azulado, e move-se como gelatina, vagarosamente. Às vezes torna-se agudo e me fere, chocando-se comigo. Muito bem, agora pensar em céu azul, por exemplo. Mas sobretudo donde vem essa certeza de estar vivendo?
Eu sou a reencarnação
Eu sou a reencarnação daqueles que nunca se foram. Sou a personificação da luta e da guerra,entro na mata e me transformo em fera, tenho em mim a força da terra e tomo a Jurema pra purificar.Não procure minha história em livros, sente-se comigo, um velho ancião, que conta em fala mansa a
história de uma nação. Meu deus não é católico muito menos evangélico, respeito a sua crença mas não acredito no seu inferno, entre na mata de corpo e alma aberto, para que possa compreender a grandeza de Tupã, coloque em seu pescoço um
cordão de Tucumã e adentre comigo pra conhecer o Deus Tupã. Tenho como nome Potiguara comedor
de camarão, trago em minhas mãos a força de um ancião e peço aos encantados paz e proteção. Uso
meu coca e toco meu maracá, pinto o meu corpo sem querer me amostrar, isso tudo faz parte do que eu
sou, e enquanto houver vida eu reencarnarei no meu povo quantas vezes for preciso eu sou o
primogênito da aldeia São Francisco
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.