Coleção pessoal de albertoaragao

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PENSO, LOGO ESCREVO
A filosofia de grandes pensadores,
Transmutou-se em livros de cores e
sabores.
Não sou René Descartes iluminista,
Nem místico como os grandes
alquimistas,
Mas já escrevi em prosa e verso
toda uma vida,
Da CAMINHADA a PENSADORES
APOCALÍPTICOS ativistas.
Enquanto a natureza permitir,
Minha caneta artesanal vai
imprimir,
O que eu sou por inteiro,
Integralmente no solo brasileiro.
Julgamentos caem como chuvas do
céu,
Superá-los é meu precioso troféu.
Nos dias de prantos e dores
imensuráveis,
De revolta e frustrações miseráveis,
Quantos te estendem a mão?
Quantos te empurram pro abismo da
solidão?
Você estará sozinho quando mais
precisar de alguém,
Nos momentos de felicidade vai
haver mais de cem,
A vida é desafio que nem nas
paraolímpiadas,
Cada obstáculo é uma lição da vida.
Alberto Ativista, escritor e poeta.
brasilporoutrosolhos.blogspot.com

MATARAM O LORÃO
Eu acordei escutando gemidos, tosses, algo ou alguém estava definhando.
Dormia eu na rede, era noite. Aproximei-me da cama, estava com minha raquete elétrica, pois não conseguia dormir devido a orquestra de muriçocas zunindo incansavelmente no meu ouvido.
Naquela noite me faltara o sono, muito também devido eu ter dormido a tarde... Mas, eu me aproximei da cama, e vi o lorão agonizando, o coitado se cagava de tanta dor.
Se batia em tudo que era móvel, desnorteado parou na sala, e lá deve ter pensado "aqui morrerei, assim como escolho o chão para defecar e marcar território, selecionarei esse pedacinho de chão para o meu óbito iminente".
Ali o bichano caiu depois de tanto sofrer e gemer de dor. Amanheceu só a carcaça dura, oca e sem vida, vitimada pelo desejo incansável e morticida do ser humano.
Mataram o lorão! Envenenado porque cometeu o bárbaro crime de miar no teto alheio, e assim recebeu a pena capital dos seres do topo da cadeia alimentar. Que Deus te receba no céu dos gatos lorão!
Alberto Ativista, escritor e poeta.

COISAS DO PORÃO
O que eu posso fazer um simples
cantador das coisas do porão?
Tipo uma Samara de Oliveira no
ÚLTIMO PERDÃO,
São VÁRIAS FITAS diariamente,
Salve Rajada Nova Mente!
Porque eu sou apenas mais um
rapaz latino americano,
Fazendo poesia pelos cantos,
Fazendo da rima um canto,
Tipo um pássaro numa bela
melodia,
Ao som do vento e dos rios formam
sinfonia.
Devo ter genes de grilos e cigarras,
Um vício pela cantiga e pela fala.
Talvez uma Juliene Manzoli em
transe de inspiração,
Ou uma DISPARADA cantando
coisas do sertão.
Sou um ativista da cidade de Ipu,
Mas, também sou mulher
revolucionária de Maipu.
Pra não dizer que eu não falei das
flores,
No meu quintal plantei uma muda de
amores.
Só quero dizer que foi de coração,
Escreve no meu caixão,
Alberto Ativista autor de COISAS DO
PORÃO!
brasilporoutrosolhos.blogspot.com

ME CHAMO ÁGUA
Eu já fui Nilo, já fui Tigres e
Eufrates, corri pelo Ganges, pelo
Jordão. Era soberano no Amazonas,
no Araras, tempos fartos como
outrora não existe mais...
Quem me dera rebobinar a fita,
voltar a ser livre, auto-
suficiente...Agora não, sou restrita,
exclusa e trancafiada. No mundo
subdesenvolvido, cerca de 50% da
população me consome poluída. A
mesma raça que me extermina é a
que divulga uma nota com uma
previsão de que até 2050,
aproximadamente 45% da população
não terá a quantidade mínima de
minha alma para sobreviver.
Eu já fui o velho Chico, já fui Negro e
Solimões, já fui Paraguai, hoje eu
sou um cadáver na sua torneira, as
pedrinhas nos seus rins e a
desidratação do seu corpo.
Alberto Ativista, escritor e poeta.
brasilporoutrosolhos.blogspot.com

PRIMAVERA DE QUEM AMA
Teus cachos enrolam meu corpo,
Doce armadilha que me tira o sono,
Me dá uma dose a mais de vida,
Uma flor que nasce em meio às ruínas.

Somos dois terroristas num amor fatal,
Contra aqueles que quiseram nosso mal,
Os lírios no campo servem para te dizer,
Nosso amor é dia, primavera e amanhecer.

Somos bregas em meio aos recalcados,
Caretas em meio aos alucinados,
Mas, que se dane a opinião de terceiros,
Porque nosso amor é primeiro.

Alberto Ativista, escritor e poeta.
brasilporoutrosolhos.blogspot.com

MAIS UMA TRISTE
PARTIDA
Você quer ir?
Vá!
Mas, leve consigo todos os
desalentos,
Os bons e tristes momentos,
Pois de cada um não quero lembrar
mais,
Nem o doce, nem o beijo, nem a
paz.
Que tu trazias em teu olhar,
Embora o peito sofra, não vou me
desencorajar,
De buscar novos sonhos,
Mesmo sofrendo novos abandonos,
Cansei de ver a solidão como
inimiga,
De agora em diante será fiel amiga,
Friamente ensinando o não valor
das pessoas,
Que só estão contigo em dias atoa,
Mas, nas tempestades alucinantes,
São piores que pisadas de
elefantes.
Uma triste partida,
Tão cruel quanto a do Patativa.
Não, não vou chorar
Não, não vou desistir de amar,
A vida mesmo que suicida,
A natureza mesmo que
autodestrutiva.
As dores das pessoas que partiram,
ou simplesmente me deixaram,
Abandonado na rua, em meio aos
calvários,
Só serviram para me ensinar,
Que meu melhor amigo usa quatro
patas,
Que meu maior inimigo é uma mente
esfacelada.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

Há momentos que o silêncio é a melhor resposta, mas em outros, um belo foda-se resolve tudo.

Escrever tem sido um vício, e a vida tem sido a droga!
Que alimenta esse vício.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

AGRADECIMENTOS E
PESARES
Faz uma garoa no setor norte do
mapa, IPU-CE. Super agradável, os
pingos no telhado e no chão. Clima
serrano.
Eu tenho minha residência, humilde,
mas é minha. Sei o valor da
moradia, até porque no Rio de
Janeiro vivi de aluguel, em bairros
carentes, com habitação precária e
aluguel altíssimo. E nesse
momento, além de agradecer a
Deus, a natureza e a vida por me
dar mais uma chance, um teto sobre
minha cabeça, e alimento no prato.
Também sinto uma mescla de
felicidade e tristeza, sim tristeza,
pelos que partiram (minha mãe
Maria, meu pai Nilton, minha vó
Lucília, meu irmão Sávio, meu primo
Leandro, meus amigos Lucas e
Wellington), a maioria se foi
precocemente.
Ainda tem algo que me bate a
cabeça e o coração pesa... Pensar
que nesse momento existem os não
cidadãos, largados na rua, no frio,
sem amparo de ninguém, e ainda os
bichos, cães, gatos etc. Largados,
sofrendo maus tratos.
Esse é o mundo que vivemos, não
há Alice, nem país das maravilhas.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

MUNDO PÓS-APOCALÍPTICO
Em algum ano e lugar do futuro...
A sociedade se move na luta de
classes, é a pirâmide social. Quem
está em baixo sustenta quem está
em cima.
Não é de se admirar que a água
esteja tão cara, e o ar esteja
dividido entre o puro e o impuro. A
segregação do apartheid sul-
africano foi o embrião para o atual
estágio da humanidade.
Cápsulas, paredes, nem sei como
chamar, são limites impostos pelos
poderosos para decidir quem
respira o ar tóxico e o não tóxico.
Não é de se admirar que existam
tantas doenças, e a constante
mutação da pele humana. Não
existem animais, nem rios, só
máquinas, Chaplin estava certo
quando nos alertou que as máquinas
dominariam os postos de trabalho.
Maquina não pensa, não come, não
desobedece, não faz revolução. Com
exceção da inteligência artificial
que adquiriu um nível altíssimo de
controle sobre a humanidade,
Stephen Hawking estava certo...
Quem viveu nos séculos passado
jamais imaginaria o caos
contemporâneo. Seria esse o
apocalipse?
Estamos em guerra! Homem versus
máquina, homem versus
inteligencia artificial, homem
versus homem. Homem versus
natureza já não existe, o homem
venceu.
Espero que alguém um dia leia este
manuscrito, é sinal que nossa
espécie sobreviveu.
Alberto Ativista, escritor e poeta.
brasilporoutrosolhos.blogspot.com

Os seres humanos, estão em extinção, assim como todo o resto da natureza.
O quê você faz para amenizar essa tragédia?
Eu planto poesia, e colho flores.

O NORDESTE NÃO SE CALA
O nordeste nao se cala
A ideia é a prova de bala
Representando nossa origem
Honrando nossas raízes
Pro opressor sou bem pior que varizes
Porque sou FÊNIX NO APOCALIPSE.

Embora alguém nao entenda
É renascer das cinzas a cada problema.

Faço poesia por amor
E da minha poesia faço louvor!

Exaltando o caráter
Exultando a liberdade
Nos versos controversos
De um Ativista chamado Alberto.

Sou o mesmo sonhador de outrora, embora cada dia mais firme como uma pedra rochosa.

As águas lapidam as rochas, as
cicatrizes o corpo, as mágoas o coração.

Juntando os pedaços e... Tentando me reinventar. Tipo uma escultura quebrada que o escultor busca um novo formato, um novo ângulo, dentro de um mesmo desenho.

Sou o mesmo sonhador de outrora,
embora, cada dia mais cicatrizado
pelos pesadelos que precedem os
sonhos.

TODO DIA É NATAL
Ontem eu tive um sonho estranho...
Daqueles mais insanos e irreais que o ser humano pode ter. Sonhei que todo dia era natal... Mas, era um natal diferente. As pessoas se cumprimentavam nas esquinas, trocavam presentes e flores, desejavam coisas edificadoras. O trânsito corria fluentemente como nos feriados, e a cidade estava sempre colorida.
Um pouco depois notei que existia uma palavra de ordem, uma sentença espiritual e moral. As pessoas quando se congratulavam diziam "UM FELIZ TODO DIA É NATAL".
Quando acordei e observei o meu mundo cinza, imediatamente cai em prantos. Ao contrário do meu sonho, aqui até o natal é dia de ter ódio, com palavras falsas de "feliz natal", e produtos capitalizados que ditam a nossa felicidade.
Lembro do homenzinho gordo, de barba branca e roupa vermelha. Lembro do Cristo europeu, loiro de
olhos azuis. E concluo: natal é tão falso quanto os produtos da indústria que o impulsiona.

ANO NOVO
Não acredito em ano novo, mas
acredito em dias novos.
A mudança começa num milésimo
de segundo que entendemos que o
atual caminho não nos leva a nada,
sendo assim temos a certeza de
uma mudança comportamental,
psicológica e social.
Eu não sou o dono da razão, nem
conheço o dono dela. Se você
acredita no ano novo, abrace-o com
fé. Abrace o que você acredita, o
que você sente com amor e
sinceridade, não estou aqui para
questionar a sua fé.
Eu não acredito que o ano novo
mudará ninguém, mas acredito que
podemos fazer um novo ano em
nossas vidas.
Como disse o magnífico Thiago de
Mello "eu não tenho um novo
caminho, o que eu tenho de novo é o
jeito de caminhar".
FELIZ DOIS MIL E SEMPRE!

NÃO - CIDADÃO
Acorda vagabundo!
Mais uma vez ouvi,
O dono da mercearia,
Pedindo para eu sair.
Acordo e te apresento o mundo dos
sem nação,
Mendigando arroz, feijão e um prato
de atenção!
No país da extrema exclusão,
Onde tacam fogo em mendigo no
chão!
O atentado de Paris fez me por no
lugar,
Não das vítimas, mas dos
terroristas!
Me imaginei arquitetando um
atentado,
Contra jornal que só explora meu
caso!
Faz a matéria digna de prêmio,
Eu continuo na rua, sofrendo!
Os sumérios criaram escrita e
cerveja,
O Brasil criou a ditadura do capeta!
Que desmembra os não-cidadãos,
Cuspe na cara, tapa, palavrão!
As infrações no trânsito geraram 11
milhões no Ceará,
Mas, não existe via expressa para
mendigo andar!
Atropelam na rua, na calçada
Atropelam e ainda dão risada!
Do que adianta o restaurante
popular,
Se me falta moeda para ingressar!
Você que passa na rua e tem nojo de
mim,
É o mesmo que depois reclama de
uma vida ruim!
Vai no Castelão vibrar pelo time do
coração,
Eu na rua mendigando uma dose da
sua atenção!
Sou a escória esquecida da pátria de
chuteiras,
Ó pátria amada, idolatrada, de
tamanha grandeza!
Vos apresento o Brasil dos
esquecidos,
Com nome e sobrenome de
mendigo!

É POR AMOR
Sou como alguém que trabalha no
campo,
De sol a sol, sem descanso.
Basta uma gota de chuva ou
inspiração,
O poema nasce no compasso do
coração.
Cada pingo no telhado,
Dita o compasso.
Cada rima escrita,
Dita a batida.
Sou alucinado que nem Carlos, o
chacal
Transformo a literatura num teatro
musical.
Sem xenofobia, homofobia, ou
Islamofobia
Apenas a poesia que irradia,
Como a luz de uma virgem Maria.
Posso parecer um extremista da
América do sul,
Mas, sou menos terrorista que as
facções políticas do Ipu.
Que nem o orvalho que cai de uma
planta,
Ou uma criança que dança ciranda,
Assim é um poeta escrevendo,
Os traços faciais de quem está
lendo.
Pois poesia é pra mim e você,
Até um E.T. irá entender,
Que faço por amor, FOR EVER!
Canso mais que na maratona de São
Silvestre.
É por amor, é por justiça!
Escreve no meu túmulo,
Alberto Ativista.