Coleção pessoal de Adriiil

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Viver para odiar uma pessoa é o mesmo que passar uma vida inteira dedicado à ela.

Saudade é ser, depois de ter.

Não quero nunca renunciar à liberdade deliciosa de me enganar.

Se choras por não teres visto o pôr do sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas.

É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado.

Sonha como se vivesses para sempre; vive como se fosses morrer hoje.

Amar é sofrer. Para evitar sofrer, não se pode amar. Mas, então, sofre-se por não se amar.

O amanhã não é um dia a descobrir: é um dia a inventar, a começar por hoje.

Às vezes, falta apenas uma pessoa e parece que o mundo inteiro está despovoado.

Conformar-se é submeter-se e vencer é conformar-se, ser vencido. Por isso toda a vitória é uma grosseria. Os vencedores perdem sempre todas as qualidades de desalento com o presente que os levaram à luta que lhes deu a vitória. Ficam satisfeitos, e satisfeito só pode estar aquele que se conforma, que não tem a mentalidade do vencedor. Vence só quem nunca consegue.

Alguns têm na vida um grande sonho e faltam a esse sonho. Outros não têm na vida nenhum sonho, e faltam a esse também.

Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer.

A maioria pensa com a sensibilidade, e eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.

Tudo o que dorme é criança de novo. Talvez porque no sono não se possa fazer mal, e se não se dá conta da vida, o maior criminoso, o mais fechado egoísta, é sagrado, por uma magia natural, enquanto dorme. Entre matar quem dorme e matar uma criança não conheço diferença que se sinta.

O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.

O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.

Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: viver não é necessário, o que é necessário é criar.

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.

Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.

O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.