Coleção pessoal de AdrianAguiar

Encontrados 17 pensamentos na coleção de AdrianAguiar

Escrevo palavras cabisbaixas, pequenas, curtas, abstratas, sem entendimento – POR QUE NÃO QUERO ME ENTENDER, ENTENDE? Porque estou cansada de ter que me entender, tendo a todo instante um mapa geográfico de meus pontos fracos e altos. Chega! Cansei de saber quem sou. Nem ao menos pedi para que me entendam ou me aceitam como sou com a cegueira que tenho - obstinada e subjetiva - o ócio de meu bom senso.

Meus medos... Meus defeitos tolos, enxertados com falsa ou muita modéstia a ponto de me iludir, brincar que ainda sou criança e consigo sorrir para a vida mesmo quando cai um pedaço do céu em cima dos meus sonhos.

Feridas secas

Folhas de outono

Não há razão para me embriagar

Fugir... Sair da realidade

Se acabou a realidade.

Joguei as palavras no lixo

Não há seu vulto pálido, cálido, angustiado

Eu plantei o chão para pisar

Na ausência de voz, de nós, a sós

Na sua ausência - palavras no lixo.

Acordei cedo, meio tonta, ao olhar no espelho, não me reconheci...

Lembrei-me dos sonhos e de tantos dias passados, quantos sonhos já havia conquistado? Por que demora tanto, e por que a felicidade se faz apenas em tão curtos momentos? Dá uma saudade tão grande de ser feliz!

A todo o momento alguém fala comigo através de algum escrito ou fotografia, porém, a mensagem que mais consegui ler foi quando as olhei nos olhos e pude notá-las longe dos rótulos; vi tantas histórias e compreendi - se me atentar em um dia posso aprender tantas coisas que jamais imaginária, se não me manter segura meio as almofadas de meu umbigo, perceberei que o outro tem sentimento, e que seus olhos traduzem o que eu estava necessitando para continuar a escrever meus livros. Ah! Esses pequenos detalhes tão santos que me trazem a inspiração... Objetos e coisas, pessoas e sentimentos tão cheio de detalhes... Distraio-me de mim mesma ao observar o mundo, esquecendo-me dos anseios que em muitas vezes me tornam algoz.

Passei os olhos nas páginas de minha vida, tive medo... Poderia escrever minha biografia, daria um livro, no mínimo útil aos julgadores existentes entre o bem e o mal. Desisti. Não seria capaz de ver meus pedaços contados entre os becos e palácios; prefiro dizê-los nas entrelinhas de meus sonhos poéticos ou na brincadeira do inverso ao criar as personagens que realizam o meu sonho de ser o que eu nunca fui.

Penso em minha extensão... Como estou os criando - se já não estão criados, e mesmo assim, olho e vejo-os ainda tão pequeninos, fazendo ninho em meu ventre como se ainda estivessem no útero. Não pude fazer de meus filhos a realização dos meus sonhos perdidos. Dei a eles a escolha em ser aquilo que os fazem felizes. Compreendo isso por amor, pois sei que amar a um filho é não obrigá-lo a viver com as minhas mentiras.

Enfim... Foi uma manhã tremenda... Apenas vinte minutos de reflexão. Voltei ao ofício amado realizado pelo Microsoft Office Word, receptor de minhas barbáries secretas... Renasci... Refiz-me daquilo que meus olhos incrédulos não poderiam acreditar... Amar também deve ser assim - o acalento de uma fagulha capaz de salvar a vida inteira... A isto chamo escrever.

Através da vibração de sua voz, e a pronuncia de suas palavras, capto sílaba por sílaba para criar seu jeito de olhar. Sua respiração gravei na mente, e com o som dela, imagino a forma como mexe os lábios e dou-lhes a forma. O contorno do rosto, eu criei me baseando em todo este conjunto de coisas que fizeram com que me apaixonasse por você. Imagino a maneira como dorme; a forma como abre os olhos quando se levanta; o jeito doce ao se sentar à mesa para tomar o chá, olhando a fumaça saindo da xícara, com o olhar perdido, de olhos contornados por traços escuros.

Lilith, meu amor da escuridão

Se pudesse crer em algo neste momento, talvez não acreditasse em verdades perfeitas, mentiras corretas e coisas como - ah, você nasceu dodói, e se você manca da alma, não andará direito nunca, mas você pode se melhorar, ok? Apenas não há garantias de que, quem você quer mostrar que hoje é diferente, que ele realmente verá o que quer mostrar. Porque a coisa tem de ser de dentro para dentro - de você para você mesmo. E se é pouco ainda, é muito para você e seu momento de solidão enquanto se trabalha para ser melhor. A máscara da perfeição custa muito. Talvez um preço que não consigo suportar.

É enfadonho discutir erros. Ninguém é correto politicamente para se sentir no direito deste papel. Mas na verdade... Quando é necessário assumir seus próprios enganos, é bem mais difícil querer tomar a rédea e controle da discussão para dizer, sim, eu estou errado. Porque... Tem pessoas que já nascem erradas e continuam erradas mesmo quando estão de boca fechada, pois... É o preço e condição. Os erros cometidos não são os que me condenam, e sim, os que me fazem acreditar que não posso ser feliz com o que sou e tenho. É pouco, é nada, é meu.

O mundo se aperta numa caixa de fósforo. A vingança continua sendo vil e insensata. Os espinhos ferem, mas o tempo passa todos os minutos. A verdade faz um BUM bem forte em nossa frente. Não há como lutar contra a verdade. Nem mesmo quando tentamos negá-la ou escondê-la. Um dia ela sempre nos mostrará quem somos.

Nada melhor do que uma dor tão profunda a conceder um desabafo, retirando do ser o que você realmente é com os sentimentos que tem e sabe sentir. Às vezes é necessário sentir para que se tenha a certeza de que sua alma não é feita de letras e papel.

Em meus momentos tão íntimos de mim, tão sem nome, sei quem sou e por onde ando com passos largos ou curtos, pouco me importa agora os nomes que me deram, os adjetivos tão diminutivos e baratos... Eu sei onde acertei e errei, não estou cega, não preciso de um ponteiro crítico que nada sabe de mim, e o que passa por dentro de veias que deveriam escoar somente responsabilidade, mas de vez em quando, também se vê por lá, algo com o nome de sangue.

Tenho meus medos e dramas, tento sempre me dopar de sensatez, mas nos cantos, longe dos olhos dos jurados, sento-me, esparramando-me pelo chão, como a menina que acaba de estragar sua única boneca, e choro sentida, sem holofotes, sem brilho, sem pudor, sem requinte, sem amor.

Estou escandalizada com minha própria faculdade de ira, repulsa, cacos quebrados...

Fará alguns meses, que se agrupados em dias daria o número 365. Ainda choro. Ainda...

Você não voltou, e talvez não precisaria mais, pois ficou, mesmo que eu acredite que nada é para sempre.

Você não me iludiu, eu quis acreditar, e sabia que era sua desde o dia em que nossos olhares se esbarraram com tanta gente ao nosso redor, e nossos braços se abraçaram sem se importar com o que havia de certo ou errado.

O que me fez apaixonar não foi seu talento com o tato, e sim, sua forma elaborada em me conquistar, oferecendo músicas que ninguém mais poderia fazê-lo, então me lembro de...

Caramba! Era tudo tão... desejoso de ser para sempre, e eu me lembro perfeitamente como foi que suas mãos desprovidas de bom senso se atracaram ao meu corpo como se quisessem descobrir tudo antes do mundo acabar.