Cem Sonetos de Amor

Cerca de 640 frases e pensamentos: Cem Sonetos de Amor

⁠DEPOIS QUE TI SENTI

Depois que te senti, só depois, sentimento usual
Notei que o agrado d’alma é bem sem ter preço
A maior felicidade, emoção, singeleza virginal
E, se um dia há igual, eu ainda, não o conheço
Doçura ardente e casta, à Deus, afim, eu peço
Ó sentimental ponto, faz deste poetar divinal
Desejo sem igual, cujo certo e único endereço
É a paixão, que faz da sensação tão especial

Depois que te senti, só depois... vivi a cortesia
O espírito junto da alegria e cheio de ventura
É que a mente me invade uma emotiva poesia
Com versos imersos no prazer, assim, estavas
Cada rima, provando está minha suave ternura
Na entrega do amor rudimentar que me davas!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 janeiro, 2024, 14’53” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Fragilidade

Se o verso bater de novo à minha inspiração
Inquieto, suspirante, para o meu sentimento
Hei de dizer-lhe tudo quanto for duma razão
O meu afastar, como um vingador momento
O que vir de tal gesto, pouco importa a ação
Não se faz árduo e penoso, tão pouco isento
Quando o versejar compõe para uma solidão
Falham com as duras rimas, sofrem fastiento

E, se for irreverência com uma flor, dor causa
E, se for olhar jogado ao vento, disperso olhar
Ah! borrado verso quando o amor, nele pausa
Tudo se faz tão vazio, ao poema tão aturdido
Sem cor, cheiro, colo, e sem um poético lugar
Onde o canto se põe a chorar num tom traído.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15 janeiro, 2024, 04’38” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Sonatina (soneto II)

Não pode ser sempre inquieta poesia
Está morna poética, cheio de torpeza
Os versos tão enevoados de lerdeza
Há de isentar-se desta sensação fria
Num vendaval de solidão e de agonia
O choro apodera da rima em tristeza
Quando a inspiração só quer alegria
E numa sonata vê-se sons da utopia

Hei de subir ao tope da imaginação
Vencer procelas e alaridos, emoção
Ali, triunfante, cheio de doce louvor
Em poema, aclamante, e com intento
O sol da glória há de ornar o momento
E eu, hei de toar: - em versos de amor!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
16 janeiro, 2024, 20’38” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Um amante

Num soneto feliz e ímpar, a ternura
Rimando o prazer com uma lucidez
Num sentimento com doce ventura
Que envolve a alma, com parvulez
Enquanto o canto alastra formosura
Em uma poética que a emoção fez
No âmago, o amor, figura brandura
Enchendo de agrado e de solidez

Pela primeira vez, a poesia amada
Uma rosa, um toque, apaixonada
Sensação. Versado o beijo galante
E, o soneto saciado, rico e querido
Outrora pícaro, agora com sentido
Rascunha versos para um amante.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
17 janeiro, 2024, 18’38” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CONSTRUÇÃO

Dentre tudo eleito, põe-se o devaneio:
Ilusão por ilusão, embora tão recatada
No sentimento só sensação é traçada
Criando uma etérea emoção sem freio
Dentre tudo eleito, põe-se o anseio:
Forte, sussurrante, a ventura alada
Da alma, querendo ser apaixonada
Opondo a pluralidade, forte gorjeio!

E a poética é um versejar ondeado
Variado, tão cheio de rima por rima
Loucura, mas que traz a pura razão
Sobranceiro ao acaso, o amor estima
Lima, fazendo do coração enamorado
Numa terna e embaraçosa construção.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 janeiro, 2024, 18’28” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TENEBROSO CANTO

Meus versos vão seguindo fantasista
Debaixo da poética farta de emoção
A toada de minha sanha cancionista
Compassa a métrica com sensação
Cada sentimento na prosa, conquista
As ideias, tão apaixonada inspiração
E cá dentro do peito o furor bucolista
Expande pelos poemas com ambição

E a aflição, está triste companheira
Levou a dita da poesia quase inteira
Do amor, ó duro fardo e desencanto
E em cada verso que seria contente
O pranto, tal o dia num triste poente
Dando à prosa um tenebroso canto.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23 fevereiro, 2024, 10’05” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A PALAVRA MAIS BELA

Folheei a prosa e o verso pra buscar
A beleza de uma palavra a compor
Sem igual, pude, assim, encontrar
O deleite e a razão de uma: o amor

Perguntei ao coração, sem receio
A resposta é certa, farta de desejo
De fascínio e paixão, e tão cheio
De emoção, tal um suspirado beijo

Assim, interroguei a mansa sintonia
Com convicção conseguiu me trazer
Muito carinho e a inigualável magia

Então, perguntei ao singular agrado
E o sentimento veio assim me dizer:
Amor, bela palavra, a aquele amado!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12 de outubro de 2021 – Araguari, MG

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⁠UM FADO, POIS ENTÃO

Se, pois, então, és recordação
Uma ilusão que saudade gera
Lá por estar fundo no coração
O silêncio é bem o que ulcera
E essa sensação tão profunda
Não perece com a primavera
Dor que faz a prosa moribunda
Tristura que sempre se espera

E, eu sem amansar essa severa
Angústia, que me faz diminuto
Ao lado onde a sonho degenera
Fico a cada minuto a me abastar
Do teu nome, em um verso bruto
De um fado, pois então, a cantar!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18’08”, 16/10/2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠AMANHÃ

Vou sofrer amanhã. Hoje estou de saída
Já é tarde. Há muita coisa a fazer ainda
E na prosa deixarei a tristura escondida
No verso aquela dura sensação infinda

Hoje eu vou ter a poética descolorida
Sem o amor, a paixão, e a graça linda
Sem suspiro ou aquela ilusão proibida
Entregar-me-ei a solidão na berlinda

O silêncio no momento não importa
A quem está com a tal ventura morta
Talvez eu me arrependa assim estar

Mas, nada consolará minh’alma vazia
Nem mesmo o encanto de uma poesia
Amanhã é outro dia e um outro idear!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
19 outubro, 2021, 18’:23” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CICATRIZES

Muitas dores, por certo, me brotaram
Por certo, em muitas dores eu sangrei
Alguns estrepes, n’alma, me fincaram
Desses o silêncio, o pesar, eu guardei
Das sofrências que dores entrelaçaram
A tua foi a mais acerada, a que chorei
Das tredices que com remorso faltaram
A tua me feriu e o que mais me assustei

De tantas amarguras as juras morreram
O sentimento caído, sensações teceram
Muitas fincaram, doem, e como eu sei!
E se ainda sinto saudades do teu abraço
São suspiros, termo e apenas um pedaço
Do profundo e intenso amor que te dei...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 outubro, 2021, 05’:17” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INVOCAÇÃO

E quando a saudade for um passado
Pra habitar, por fim, a sensação fria
Nesse momento de soltura e valeria
Eu peço que o carinho seja louvado
Não quero ter sentimento neste dia
Pois, nesse afeto fui tão enamorado
Se o ocaso quis ter o revés ao lado
Da agrura, imploro, que seja vazia

Depois que tudo mudar, tudo se for
Não faça do meu olhar abandonado
Quero o surgir de um apego maior
Se já te perdi no desfolhar do fado
Quero noutra vida tê-lo meu amor
Existindo no que nos foi negado...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21, outubro, 2021, 01:50 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ÚLTIMA HOMENAGEM

Este derradeiro soneto te ofereço
Em versos últimos e tão penados
Na rima incerta a dor de adereço
Sufocando os hinos apaixonados

Segui aqui o final de um começo
E os sentimentos tão assustados
E neste cansaço o teu desapreço
Mais as culpas dos meus pecados

Foi um amor, passageiro, pouco
Pois no sonho inventado e louco
Eu e tu caminhamos para o fim

Assim, cada linha um dissabor
E também fica um doce amor
Crer que um dia doou pra mim

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 outubro, 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠⁠AQUELAS MÃOS

Mãos tão gentis, ternas e apaixonadas
Aquelas mãos que tanto agrado faziam
Tão cheias de doçura e tão aveludadas
Pelo atraente amor que as consumiam
O carinho na doce habilidade, candura
Cursos calmos e de uma delicada linha
E que bem raramente tinham a tristura
Ou um avesso agravo no maneio tinha

Eram mãos que se davam com apego
Ameigando o afeto no seu aconchego
Tanto ao atrito quanto a sorte da vida
As mãos daquela afeição, ó saudade!
Suspiros na sensação, pura felicidade
Que hoje é gesto de dorida despedida...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
07/11/2021, 16'58" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CORAÇÃO CAMARADA

Tu sentes meu coração? Está sensação
Num emaranhado de emoção corada
Em meio a felicidade alva e iluminada
Nesta tarde no cerrado cheio de paixão
Festeja-se a vida por estar enamorada
O ardor que aninha, o amor em alusão
Arfa o peito e os lábios em tentação
Delicias tu, meu amigo, e mais nada

Estou feliz, estou acolhido, e achado
Com um perdurável agrado ao lado...
Que vontade de gritar e de compartir
Ó bando sentimento, caro camarada
Contigo quero uma concórdia velada
Protele está ventura no nosso existir!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 novembro 2021, 14'07" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SAUDOSISMO

Do modo em que se vive tão diferente
A emoção em um sentir a todos iguais
Em que o afeto palpita e pouco sente
E a corte, e respeito não se veem mais
E tudo se ressalta num tolo egoísmo
Onde a arrogância corrói tal a traça
E o pudor se acha a beira do abismo
Vai-se o amor em nuvens de fumaça

Hoje que, do poético, a boa sedução
Não se percebe mais numa sensação
É o fugaz olhar e o volúvel presente
E eu, cá ando num espectador à parte
Resguardado na paixão da clássica arte
Doo, prezo e agrado como antigamente

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22, novembro, 2021, 13’24” – Araguari, MG
Aládiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠EXÍLIO

Cobriu-me de tristura o ocaso pardo
Um aperto n’alma fino e sem trelas
A saudade com sensações donzelas
E o silêncio que pesava como fardo
E, cá neste soneto um penar guardo
A tatear as imaginações tão singelas
Arrancando emoções sem ser belas
Pra ferir a poética com duro dardo

E, vai, assim, em um versejar forte
Rogando em vão a esmola da sorte
Tragando a ilusão das covas rasas
Bardo triste afetivo em tuas prosas
Sou choro, sou riso, sou mais rosas
Amargo trovador com exiladas asas...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 dezembro, 2021, 05’40” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ENTÃO SOMENTE

Encontraste-me, e eu um verso triste
Um escrito solitário e amargo estava
Pela minha emoção a aflição passava
Com tristura que na teimosia insiste
Riste, meu semblante dor sussurrava
Como quem só no desengano existe
Sem gozo, e no próprio pesar fruíste
Aonde a minha alma se via escrava

Amei-te mais, quando tu não hesitou
Quando do amor era, então somente
Amor em minha carência, me amou...
Quando me deste presença, veemente
Quando junto a mim agruras suportou
misericordiosissimamente.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04/12/2021, 17’36” – Araguari, MG
paráfrase Guimaraens Passos

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DIÁLOGO

Saudade torturante, é assim que te suponho
Com a sofrência a pisar na emoção sofrida
Nas dores letais dum sentimento de partida
Deixando estar o coração árduo e medonho
Quando tu vens apertando o sentido da vida
Imploro, sussurro, e na tua suplica deponho
Meu silêncio, meu choro, o apagado sonho
Hão de te tocar, sem me espancar, dor doída

Que seja sempre mais, e não apenas externo
O afeto mais profundo a tudo quanto existe
Sem o peso do vazio e do desejo subalterno
Vejo-te sempre passageira, fugaz para o triste
E, como uma emenda no desencontro traidor
Confessor, nesta tão inquieta tortura de amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 dezembro, 2021, 14’44” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠MAIS UM CANTO

Deixa soneto que eu cante mais um canto
encante, tolo ou triste, que poética exista
e que possa cadenciar o cuidado otimista
de sonhos, sorrisos, tão completo de tanto
Não mais que, a característica do carinho
a desejar afinidade encapado de verdade
prosa de esperança, uma parte de saudade
de quem quer ser metade, ser um aninho

Deixa, afinal, soneto que este meu canto
seja um recanto de ternura e de acalanto
prum coração árduo, mas cheio de apego
Que transforme a sensação em sentimento
muito mais que um verso, um sacramento
de amor, de afeição, num doce aconchego!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 dezembro, 2021, 12’04” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠P R E C E

Não te peço uma prosa apaixonada
nem dos amores que a alma gostou
nem o beijo que o coração olvidou
nessas estórias da história passada
O soneto de amor que o fado ousou
não te peço! Ó sensação amargurada
já te nem pede, do sentimental, nada
trova teatrada que o significado virou

Nestes poemas suspirados que sente:
angústia, solidão que o vazio engaste
na rima tem choro, ainda, por alguém
Nada rogo, pouco ou nada, somente
e tão apenas, a poética que roubaste
deixando está saudade ir tão além...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/12/2021, 05’52” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

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