Cecilia Meireles Poemas Balada do Soldado Batista
Hoje entendo o motivo de não discutir a respeito da existência ou não de um deus arbitrário. Não dá pra provar sua (in)existência e a fé basta para os teístas.
Tanto religião quanto ciência não têm todas as respostas, a diferença crucial, na minha singela opinião, é que os cientistas não mandam pro inferno quem se atreve a questionar.
Todo dia é assim
Ele senta na janela e conversa com o vento
Ninguém sabe do seu pensamento
Já tentei chamar sua atenção
Mas ele nem olha pra mim
Já compus até uma canção
Propus entregar meu coração
Mas ele é indiferente
Sequer me vê na sua frente
Faço desenho na calçada
Com meus sapatos barulhentos
E ele só da atenção para o vento
Finjo ter perdido alguma coisa
Lanço-lhe um olhar pedindo ajuda
Ele olha, mas não enxerga
Sigo caminhando na calçada
Vou pedir ao senhor do tempo
Que por misericórdia venha
Transformar-me em vento
Assim aproximo-me de teu rosto
E beijo os lábios que queria
Ver sorrir para mim
Ao me dizer um simples bom dia!
Quero gritar, mas a minha voz insiste em se calar
Meus poucos instantes de felicidade acabam
Murchos em algum canto da alma
Não sei lidar com esse vazio que cresce
Maltrata e me deixa seca como uma figueira
Que levou do tempo apenas o vento
Soprado nas noites quentes e adormecido
No quase nada de dias partidos
Iludir-me parecia ser a coisa certa a fazer
Mas como um vício, percebi que necessitava
Do estado de alma momentâneo para logo
Em seguida voltar a sofrer o vazio angustiante
Lamber as feridas causadas pelo orgulho e
Arrancar da pele as marcas deixadas por toques
Que dificilmente abandonarão os recônditos da memória
Ver-me sufocar na noite engolindo lágrimas
E acordar para o dia cinza com restos de ontem
Loucas as minhas vontades e absurdamente infeliz
Minha verdade transvestida de nada com luz
Bruxuleante e esmaecida
Pobre vida desperdiçada e esquecida.
Tenho medo...
Medo de acordar e não ter mais
Um sol para iluminar meu dia.
Medo de atravessar a rua
E me desencontrar do outro lado.
Tenho medo...
Medo dos excessos que tumultuam
Meu simples existir.
Medo da jornada longa e,
Em alguns momentos,
Tortuosa e escura do
Meu enorme desejo de evoluir.
Medo de não conseguir sair
Da ilusão criada para a
Realidade povoada.
Tenho medo...
Medo das transformações
Que me acontecem
Independente da minha vontade.
Tenho medo dos olhos se
Fecharem para o azul que
Colore minha vida cinza,
Tão necessitada de um arco-íris.
Tenho medo...
Medo da solidão que
Escraviza e ameaça a
Serenidade dos meus sentidos.
Tenho medo que meus pés criem
Raízes na aridez da terra
Infértil e seca.
Tenho medo...
Medo que as penas
Que sustentam as asas da
Minha liberdade se percam
No caminho e nunca
Mais retornem ao seu estado de origem.
Tenho medo de partir
Em uma tarde de sol e
Não encontrá-lo do outro lado do horizonte.
Tenho medo...
Medo da eternidade
Vazia de sentimento
Medo de nunca mais vê-lo
Nem sentir os calores que
Aquecem a fragilidade do meu corpo.
Tenho medo...
Medo... Medo... Medo...
Todo vício pede um tempo para desintoxicação,
Assim eu também preciso de um tempo
Para poder me livrar de você.
Não é fácil devo dizer.
Quando a saudade vem o corpo sofre,
Sinto dores em lugares que nunca imaginei.
Choro!
O choro lava a alma e ameniza a angústia,
Depois do sofrimento vem a melancolia.
Encolho-me abraçada às pernas
Em um canto qualquer da minha alma.
Ali, sozinha, espero a dor passar
Mais um dia se vai.
Ainda é muito forte o que sinto,
A abstinência de você não é fácil
Mas a amanhã será outro dia.
Um pouco mais de sofrimento
E chegará um dia que meu corpo estará limpo,
E eu poderei caminhar livremente
Sem dor ou sofrimento.
Haverá muito mais luz em meu caminhar
E talvez algum dia reencontre o prazer de amar.
Quando você se sente só
Acreditando que tudo está perdido
Que aquela nuvem cinza sobre sua cabeça
Ficará lá para sempre
Quando você já perdeu a esperança
Que já se esqueceu de como é ser criança
Acreditando que precisa crescer e vencer
Lembre-se que você pode fazer a diferença
Só você pode mudar o seu mundo
Esqueça o cinza das nuvens
Existe um sol depois delas
Se alguém te menospreza, problema dela
Você é o único responsável por você mesmo
E daí para o que os outros pensam
Você é mais importante
Corte a corda, liberte-se
Alce vôos mais promissores
Vá à busca de outros amores
Não se limite a meros instantes
Você é a parte mais importante
Da sua história, é a única coisa que conta
Não se iluda, não espere
Abra os braços vá ao encontro
Do que você acredita e merece
Insônia...
Você chega do nada e toma conta de mim
Me irrito, esbravejo, mas não tem jeito
Quando você vem, vem com determinação
Olho o relógio e os ponteiros parecem preguiçosos
Forço o olhar e um segundo vejo passar
De segundo em segundo o tempo se esvai
Assim como toda minha paciência
Mas já percebi que me irritar com você
De nada adianta ou alivia minha ansiedade
E acabamos travando uma luta
Você com sua sufocante necessidade de me aprisionar
Eu usando de todas as minhas forças para me libertar
Você deixando tudo desperto e alerta
E eu entro no seu jogo...
Se é assim que terminaremos nossa noite
Não importa...
Viva nessa sua ilusão
Hoje você pode me vencer
Mas amanhã...
Amanhã quem lhe vencerá serei eu
E tu, solitária e abandonada
Contará sozinha os segundos do tempo
Pois no sono que me repara
Dormirei na paz que busco e me pertence
Tu és insônia...
E eu...
Eu posso vencer-te no tempo presente.
Prefiro amar a sacrificar
Indentifico-me como a natureza
Praticamente uma solidão
Maltratado, desmatado,
Mas cheio de vida
De amor, amada natureza
Sofremos juntos
Essa ingratidão
Mas continuamos
Lutando para florescer
Recuperamos-nos de cada desmando
Somos terra forte .
Apurando o apurado do amor
Descobri que não tem peso ou medida
Todo amor não sente o peso na vida
A balança não calcula o valor
O olhar de quem ama é sem pudor
Endereço certo pra se entregar
Uma cama pode ser o seu lugar
Ou apenas esta juntos é lugar certo
É por isso que eu amo e detesto
O recorte que me deram para amar
Eu nasci pra sofre por meus sentidos
Meu ouvido só escuta o que não quer
Certa vez eu ouvir de uma mulher
A palavra que levou ao martírio
Meu sentido foi dizendo o que não quis
Esse amor me cegou quando eu a vi
Insisti naquilo que ainda vejo
O desejo agunçando com seu cheiro
Ativou meus sentidos passageiros
Não passou e continuo a sofrer
Talvez fosse o melhor pra eu viver
cego surdo sem sentido e sem desejo
Se você fosse minha eu te juro
Que achava o que busca pra você
Desistia de tentar se esconde
Encontrava o valor do amor puro
Como é duro tu viver sem encontra
O que há que não dar pra ser feliz
Deve ser o que eu digo e sempre quis
Que o segredo esta dentro de você
Pode ser que tentando se esconder
Viva a vida com todas suas vaidade
Seja bem vista em toda cidade
Se enganando a si mesmo sem querer
Mais um dia você pode entender
Que em você esta sua felicidade
Certo tempo, pensei...
Que poderia encontrar a felicidade
Busquei-a.
Andei, vaguei
Logo me deparei com o mundo da razão.
Perguntei onde poderia encontrar a felicidade?
A razão me deu um caminho.
- Dentro de um invólucro de matéria,
tem um algo desconhecido,
Aprofunde sua pergunta.
Sai sem rumo, sem entender a razão.
Parei em uma sombra e vi que, não via mais minha sombra
Foi retida por uma arvore
Vários galhos por cima
Demasiadamente barganharam o caminho que me levaria à felicidade.
Resolvi não mais sair daquela sombra.
Criei raízes e galhos nesta sombra.
Mas algo dentro de mim aguçava a busca á felicidade
Sem compreender, retomei minha busca
Perdi a razão, mas encontrei a alma.
Em um pequeno dialogo, ela me falou:
-o que busca?Respondi. A felicidade.
-Por que a busca? Respondi. Por que a perdi.
-Ela disse: impossível.
Fiquei sem entender a alma!
Por isso jamais encontrarei a felicidade.
Soneto de Expressão
Foi naquele dia
olhei pra você
e senti alegria
bem naquele dia
Foi naquele dia
que senti algo bom
era coisa estranha
bem naquele dia
Agora, um olhar
me faz suspirar
me faz delirar
Foi naquele dia
senti o destino
vindo a me tocar
Sou viajante da mais linda e pura rosa
Sou irritante da mais louca das auroras
Por isso pego e desprego o meu altar
Pra quer saber se eu não posso falar
Quero que vejam o meu andar em um abrigo
Corro perigo por pensar que nada sei
Onde eu errei, eu queria corrigir
Adquirir o que nunca semeei
Amar o triste é o belo das elites
Amargo e triste fico louco ao perceber
Por conceber o ventre podre da alma
Que acasala com o reino do poder
Em nada ter eu prefiro ter um pouco
De cada louco que resiste ao pensamento
De que o mundo não prediz do grande invento
Do nascimento da doutrina do poder .
A se não existisse o tempo
Mas o tempo é preciso.
Marca acontecimentos, rompem fracassos,
Eleva sentimentos
Se não existisse o tempo
Como éramos? Oh tempo!
Faz seu tempo, mas não destrói.
Só marca só continua
Instruindo inexorável
Aquilo que não é verdadeiro.
Faz tempo, seus estragos
Deixando o passado menstruando o presente
Com as cólicas do futuro.
Eu venci no tempo; certo tempo, no tempo exato.
Mas preciso de ti, tempo.
Como nunca, pra colocar no tempo,
O tempo que me tirastes
A grandeza humana
Penso antes de ver o que me rodeia
Ao entrar em pleno êxtase, da humana vida de rebanhos
Dominados entre fogos e rajadas de poderosos comandantes
De uma manada de idiotas,
Que preferem se regidos a apaziguar o mundo.
Ser movidos pela ordem maior
É o erro que traz toda a seqüela da maior ferida
Já existente no ser humano
Qual o viver em igualdade
Que perpetua ate os dias contemporâneos?
Na priori dos humanos
A regência em conjunto era a formula pré- editada
Para conformar as ânsias
Do ser de todos os homo sapiens
Cada tribo viajava
Em busca do seu sustento
De acordo com suas necessidades
E aos poucos alcançavam o tão sonhado
Desenvolvimento das descobertas.
Sábios poderosos chefes
Com seus pensamentos de dominação
Criam as formulas da obediência
Para manter assim o grupo menor
Demasiados em trabalhos para o grupo maior.
Situante de um caso
Passivo amor que destrói um homem
Aplausível de uma ordem no seu leito
Acamado e aclamador desse nome
Preferindo ser ateu por não ter feito
Um acordo inseguro do pecado
Um olhar além-mar dos seus defeitos
Principia o ator a sua peça
Revivendo sua história no silencio
Na vivência de um caos de amor intenso
Na decência desencanta sua inércia
Induzido pela força de sua mestra
Um teatro que padece sem consenso
A espera deste fato consumar-se
Cada aurora com sua liberticida
Flor que tenta se abrir as escondidas
Numa flora que esconde esse impasse
Machucado mas não deixa pugnasse
Na procura da vida de sua vida
Divididos, corpos ardem de talante
Suas mentes fazem do erro o acerto
Imagina, seu coração tem aperto
Em viver com impostores imigrantes
Suas verdades tentam a vida de amantes
Faz a música, Fidedigna do concerto
Eu em você
És a minha natureza
Rodeada de beleza
Encharcada de tristeza
Retratada como alteza
Conheço sua fraqueza
Não tens a sua certeza
Abalo sua fortaleza
Preciso de sua proeza
Seu falar é importante
Seu calar agonizante
Seu calor exorbitante
Sua frieza é maltratante
Sua voz, amaciante
Seu desprezo horripilante
Teu cheiro emocionante
Para mim és onipresente
Sendo ate onipotente
No momento abstinente
Tenho-te onisciente
De um passado recente
Remontando mentalmente
Essa vontade ardente
De te amar eternamente
Nada
Faço do seu silencio meu desprezo
Como a flor que se abre sem ter sol
Fala coração, motiva o que dói
Faz doer o motivo,
Como um gago nas pronuncias das palavras
Jaz o meu desprezo no teu silencio
Como um preso condenado pela sina
Um contexto de um texto sem sentido
É uma vida que almeja outra vida
Uma árvore arrancada pelo meio
Sacrifício sem valia pra promessa
Quando a flecha perde o rumo
O alvo não tem mais pressa
Para ser alvo.
Ironia
Besta é aquele que olha para o relógio esperando que a hora passe. Enquanto ele poderia estar fazendo algo de interessante como estar lendo está frase agora mesmo sem perceber que já fez algo e já passou o seu minuto tão esperado!
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