Cecilia Meireles Criancas
O silêncio, às vezes esconde um grito;
Os devaneios escondem uma explosão de negativas emoções;
Os sorrisos, muitas dores...
Outras vezes, as gargalhadas são lamentos, pedidos de socorro.
Se é contraditório, por vergonha.
Se é interpretado no engano.
Celebra-se algumas coisas,
Noutras se está desabando...
Fortes em poucas coisas,
Fracos na maioria.
Falantes no que não convém,
Calados no bem...
Entendendo tudo, não sabendo de nada.
Prometendo o mundo,
Tendo as mãos vazias.
Embriagado sem beber,
Engasgado sem nada na garganta...
Tendo a certeza de tudo,
Morrendo na dúvida.
Vivendo, sobrevivendo...
Respirando.
Régis L. Meireles
O céu parace maciço
O véu translúcido
Ambos me deixa confuso.
O céu quando está azulado
É a imensidão, que desnorteia-me
O véu quarto posto
Esconde em rosto...
Engana-me.
O céu e o véu
Não apenas rima...
Parecem que zomba
E sorrir de mim.
Régis L. Meireles
Nos contos de amor
Realeza e probeza,
Misturam-se.
Escravidão e libertação
Emaranham-se
Na sorte, esfrega-se o chão.
O choro e soluços doloridos
Nos cantos de um palácio
Qualquer...
Comove e cria parceria.
A amizade de seres insignificantes
A afiliação de um ser mágico...
Torna a vida mais fácil.
Muda a sorte:
De sapo a príncipe
De escrava a rainha...
Ah, o amor?
Não se explica...
E diz-se que não se precisa.
Confuso?
Sempre se espera,
Esperando se busca
Encontrando se fica alegre
Demorando se fica triste...
Não se amar sem falar,
Pois o amor não cabe num silêncio.
Traindo-se, cicia-se o nome do amado.
Régis L. Meireles
A relevância dos atos são evidenciadas nos pequenos gestos, sem fotos, só com registro na alma de quem recebe.
Régis L. Meireles
Sempre se deve ficar com a verdade dos fatos, que com a mentira dos contos, ainda que estes sejam cheios de milagres.
DOCE MATURIDADE
Quando a gente amadurece,
Quase nada mais importa...
Quer-se apenas, o ar pra respirar,
O sol pra se aquecer,
O nascer de mais um dia,
A hora pra comer
Um copo d água pra beber...
Quer-se que o dia termine
Quer-se ver o crespuculo vespertino
Deseja -se um bom sono,
Deseja -se ter um bom sonho...
Quer-se que o dia comece.
Almeja-se o sucesso dos filhos
Almeja-se curtir os filhos dos filhos
Almeja-se partir antes de todos...
E despedir-se com legados.
Quando se amadurece,
Sabe-se que nada se leva
E o que se deixa, é treta...
Nas mãos dos outros
Não vale o tanto que se queria.
Quando se amadurece...
Deseja-se descansar
Pensa-se na eternidade
Com uma paz na alma...
Pensa-se com calma.
As horas passam,
E a gente espera...
Espera-se o quê?
Régis L. Meireles
NUNCAS DA SUFICIÊNCIA
Nunca se é suficiente,
Porque, às vezes, as pessoas estão vazias demais!
Nunca se faz o suficiente, quando os outros não fazem nada,
Nem por si mesmo!
Nunca se é suficiente, sempre se quer mais,
De quem sempre se doa!
Nunca se é suficiente, tratando-se de respeito,
Ao espaço alheio!
Nunca se é suficiente, quando você só dar o que tem,
Às vezes, os que te rodeiam querem
Até a última gota de seu sangue!
Nunca se é suficiente, quando você só quer ser você.
Não é fácil ser aceito!
Nunca se é suficiente, quando se discorda e se dar opinião...
Nunca se é suficiente, quando as pessoas são ingratas!
Nunca se é conselheiro eficiente:
Quando o outro tem justificativas pra tudo!
Nunca será insuficiente, ao se calar...
Ao fechar os olhos, ao não entender;
E ao não querer estender às mãos,
Pois, não serás humano e nem terás vida.
Vivo o dia, a noite vem, sem avisar as trevas caem e o que éramos deixamos de ser, e já não somos mais ninguém.
A vida e a morte digladiam diuturnamente, vem a vida vai a morte, segue a sina, para uns azar, para outros sorte.
O show da vida ou tragédia do viver, assim manifesta no universo o ser.
Cada qual em seu proceder, no acaso existencial de cada indivíduo.
O amor, quem pode entender sua profundidade, altura, largura e imensidão?
É tão puro e santo, que não cabe plenamente em nosso coração.
Vou me despedindo, despindo do meu ser
A cada lapso temporal, desprende fragmentos, sem que possa mensurar. Sim, vou me despindo de meu eu, depreendendo da razão, esvaindo a emoção, até que em dado momento, satisfaça a extinção.
Clama a alma em rogos e água flui em rios, lavando às correntes em repuxo, transportando as agruras em seus canais interior.
Palavras, deixa-me exprimir, quero esvaziar meu ser, que saturado em ânsia, roga externar. Sabe o quê? Sei lá.