Cartas de Amor com Humor
A vida é BELA
Concordo que é a vida é de fato, bela!
Quando me debruço na janela
Da minha alma
E com absoluta calma
Contemplo as maravilhas
E os esplendor que existem
Em todas as criaturas
E revelações da natureza
No ruído do vento
No barulho das águas
No caminhar apressado das nuvens
No gorjeio dos pássaros.
No sol radioso
Na dança da lua: nova, crescente, decrescente, cheia
De amor e beleza
No cheiro da mata
De verde tingida.
Nas cores fulgurantes de um arco-íris.
E tudo tem uma proposta e uma mensagem
De paz e esperança
Pro ser humano que só não os entende
Por que não pára
Pra ouvi-los.
Canção pra Izabella
Interrompida a Ciranda.
Ficou por ser feita uma trança
Na doce adolescência
Das paixões, efervescência.
Desfeita uma esperança
Uma pequena birra por querer
Dormir só mais um pouquinho
E depois correr
Pra ganhar carinho
Da mamãe e de mais doar quiser.
Um desejo que não mais virá.
Um piquenique, um banho de mar.
Um segredo pra melhor amiga
Talvez uma pequenina intriga
Porque seria humana e aprendiz
Nesta grande escola do Universo.
Um desassossego leve
Quando o primeiro amor viesse
Morar no coraçãozinho meigo
Um riso solto
Uma mão na mão
Uma canção
Marcante pra compassar o ritmo da vida
Que não veio
Nem chegou ao meio
Brutalmente ceifada ainda em broto
E o desgosto
Nosso de perdê-la.
E Izabella virando uma Estrela.
A Amada
É tão bom estar aqui.
Passeando pela vida de bem com ela
Com meus amores e celebrando com o Universo
A magnífica permissão de poder sonhar.
E orquestrar todas as músicas que componho na alma.
Minhas melodias transmitem uma paz interior
Pro meu querido ego e desapego
De tudo que me é nocivo e perigoso
Gosto de caminhar por esta estrada
Que me foi oferendada
Para ser simples e feliz dentro do que cabe
No meu coração e quando almejo.
Pego. Requisito todo o meu desejo.
E sou correspondida pelo Criador
Que me ama com imenso amor.
Nesta maravilhosa estada.
Sou a absoluta Amada.
Meu Canarinho
Meu coração ouviu o teu chamado
Nem foi preciso meu nome gritar
Minha mente afetiva leu o teu recado
Nas ondas de amor. Voltei pra te buscar
Já estava em outra estrela distante
Há milhões de anos-luz da terra
Mas regressei no mesmo instante.
Não quis te deixar à minha espera.
Voltei. Estou aqui porque te amo
Voltei. Estou aqui porque te quero
Tenho dentro de mim um oceano
De amor e de carinho. Não exagero
És o meu sol. Voltei pra me aquecer
Longe de ti, minha vida é tão sombria
És meu farol, meu norte, meu bem-querer
Sem ti sou nada, sem nenhuma alegria.
Ah! Meu amor. Não posso mais fingir
Que posso te deixar aqui sozinho
Sou tua gaiola, não podes mais fugir.
Das minhas grades, és meu canarinho.
A Sorte dos Ditongos
Até nos ditongos a sorte passeia
Vejam bem que ele semeia
Observem o ÃO
Produzindo encantamento nas palavras:
Coração
Compaixão
Perdão
Canção.
Todas elas nos remetem à
Emoção.
Agora o mesmo ditongo ÃO, em:
Segregação
Exclusão
Discriminação
Confusão
Estas palavras criam em nós uma baita
Indignação.
Desde sempre te amei
Eu vou te amar pra sempre
Dentro de todos os séculos
No tempo da eternidade
Acima de todas as verdades.
No bojo do infinito.
Na distância da última estrela
Da última constelação.
Eu vou te guardar no coração
Enquanto houver mundo
Até o momento derradeiro
E nesse imenso fogareiro
Do meu desejo intenso
De mais querer ser
Mais que eu posso
Só pra te dar o que jamais foi ofertado
A maior prenda já vista
Eu vou buscar ser
Um tesouro
Daqueles que de tão alto valor
Somente é pago com muito amor.
É certo que eu te ame
Enquanto houver repetições
De vindas nas vidas que virão
No futuro.
Devo ter te amado desde o inicio
De tudo.
Desde o princípio.
Bem antes da primeira oferenda
Da primeira jura
De amor.
O Meu Palácio
Coloco dentro do meu palácio o que e quem eu quero:
O meu amado.
Alguns amigos.
Muita música
Muito riso
Muita dança
Uns bons filmes na minha cinemateca
Boas peças teatrais.
Uma excelente biblioteca
Muita paz
Algumas garrafas de Château de Beaucastel Châteauneuf-du-Pape
Alex Atala
E viva a minha fabulosa capacidade imaginativa.
Um grito pela humanidade
Oh! Deus! Economizai os raios do vosso sol, que ele seja fraco como a estrela mais distante do nosso universo e deixai a terra sem a luz que vivifica e restaura, mas poupai a humanidade das guerras.
Economizai nos mares e oceanos, que eles não passem de riachos transitórios que secam até a sua última gota quando os verões tingem de sangue as pastagens secas e quebram em torrões a terra ressentida, mas por caridade, poupai a humanidade do desamor.
Que a primavera não chegue mais florescendo a serra e deixando um halo de divindade nas árvores grávidas de amor, mas poupai a humanidade da fome.
Que tenha no céu um único tipo de ave. Não precisais povoar as florestas e as matas de uma biodiversidade magnífica para encantar o homem, ele não precisará perder o seu tempo, assim, catalogando e estudando a enorme variedade de seres. Podeis, também, deixar que cresçam uma só qualidade de flor. Talvez a rosa que por sua simplicidade transmite humildade diante da imponência da Titan Arum.
Ou, ainda, podeis deixar uma bem pequena que dezenas delas caberiam na cabeça de um alfinete, a wolfia angusta.
Não retoqueis em demasia as vossas criações de flora e fauna.
Construi a natureza pobre e escassa de seres complexos deixando, então, o homem com parcos recursos de sobrevivência, mas poupai a humanidade das drogas.
Eu troco Senhor, o azul que se estende no horizonte e deixa a alma embriagada de esperança pela paz mundial.
Quando o sol nasce e espalha raios coloridos enfeitando todo o nascente e revigorando as forças, podeis trocar pelo opaco anoitecer sem noites de luar.
E que as trevas cubram toda a terra para todo o sempre, mas não percais a vossa misericórdia na desorientada humanidade.
Que o dilúvio lave e leve a vida que brota em cada broto e flores que forram de amarelo as passadeiras dos vales sombrosos repletos de ipês.
Que a vida seja tão breve que não se possa sentir saudade e não se tenha lembranças boas que povoem nossas mentes crentes de que tivemos um dia anos dourados.
Mas, Senhor, perdoai em vosso Santo nome a humanidade toda sem que se tenha que judiar e matar de marte trágica, dolorosa, sequer um de meus irmãos.
Deixai Senhor, que eu ouça sempre o som do seu Grandioso Coração.
Cata-vento
Cata-vento ao relento
Teu destino é girar
Cata-vento um pé de vento
Está chegando pra aumentar
Teu movimento giratório
Rodopia sem parar.
Vem daí a tua força
Teu poder transformador
De energia em trabalho
E não foges do labor.
Quero seguir teu exemplo
E jamais querer parar
Nos meus giros pela vida
Com o intuito de alcançar
Meu amado, pois cansada
As forças minhas exauridas
Estanquei a caminhada
E sangrei minhas feridas.
Vivo aos prantos, pura dor
Estou enferma de amor.
Melanina Carioca
Minha cor é de canela
Meu palácio é na favela
E meu cheiro é de Brasil
Minha luz é de estrela
Vidigal é o meu país.
Minha voz é afinada
Minha dança ritmada
O meu hino é de amor.
Sou cantor, sou professor
Sou aluno e aprendiz
Sou do povo, gente simples
Vidigal é o meu país.
Sou o verso, o estribilho,
Sou o brilho
Sou o fuso e sou a roca
Sou melanina carioca.
Sou a pena, sou o giz
E Vidigal é o meu país.
Sou o bicho, sou a toca.
Sou melanina carioca.
Sou a derme, a epiderme.
Sou o olho, sou a boca.
Sou melanina carioca.
Capital mais que INICIAL
Sou homem já feito
Do Brasil eleito
Cantador maior.
Mas já fui pequeno
Pelejei
Vaguei de porta em porta.
Hoje sou "palqueiro"
Mas já fui terreiro
Jogando gude
Peteca
Um guri sapeca
Levado da breca.
Já bati com a cara no muro
Do mercado exigente
Hoje os holofotes me iluminam
Sorridente
Com os dentes tratados
Mas já fui telhado
De vidro partido
Hoje sou fluído.
De luzes coloridas.
Onde eu vim parar
Cantando pro mundo eu venci o baixo astral
Já fui quase nada
Hoje sou um Grande Capital
Mais que Inicial.
Voo de classe primeira
Durmo na suite presidencial.
Porque de menino
Virei homem grande
Virei na verdade um grande capital
Mais que Inicial.
O LADO BOM DA VIDA
O lado bom da minha vida?
Segredar-te-ei.
Salto; danço; canto e rio
O meu salto é triplo
No sentido exato da palavra.
Ele tem a altura, a largura e o comprimento
Da minha alma em delírio.
A minha dança é compassada
Ensaiada. Milimetricamente ritmada
Com as batidas do meu coração enamorado.
O meu canto é suave.
Tem a melodia da vida que escorre
E revolve as profundezas do meu ser.
E meu riso é um rio
Caudaloso
Não é temporário não senhores.
É perene.
E ressoa no infinito
Como um grito
De alegria.
E de liberdade
Do pensar
Do viajar nas asas
Dos sonhos
Sou a eterna viajante
Do Universo.
O meu verso
Eu o trouxe das estrelas.
Sou uma intrusa
Não sou daqui.
O lado bom da minha vida?
Ah! Ela é toda boa.
Poemar
Sou um poema
Composição de um tema
Que o Universo teceu e esqueceu
De rimar, ou não o quis
Por pura delicadeza.
Por ser menos rígido
Tem mais leveza.
Com a liberdade de palavras
Que não se casam
Nasci livre como uma deusa
Meus pensamentos voam
E navegam sem serem interceptados
E o tempo tem sabor de eternidade
Minha vida, eu sei, irá se repetir
Indefinidamente
Copiando
O infinito.
Assim, sou no todo um único verbo
Da forma infinitiva
Construído só pra rimar,
Um neologismo:
Poemar
Simbiose
Tem uma menina dentro dos meus olhos.
Metade rosa, metade beija-flor
Ou ora uma, ora o outro dança
A música da vida cheia de fervor.
A menina é risonha e devotada
É uma réstia de luz do pôr-do-sol
Enamorada pelo amor, extasiada.
Baila ao som da flauta em serenata.
É ave, é som, é luz, é flor.
Há muita vida dentro da menina
Que ri e ama em profusão.
No meu olhar vive uma menina
Metade cérebro, metade coração.
Dentro da menina há um sonho
A menina me pede pra sonhar com ela.
O sonho me pede pra viver por ele
A menina e o sonho
Entrelaçam-se e se abraçam
E seguem inseparáveis pela vida.
Anciã adolescente
Amo porque já me não basta não amar.
Não me encontro na idade do tanto faz.
Tanto que corro, corro nada, voo pra alcançar
Algumas sobras que o tempo, à vezes, traz
Plantei gerânios no meu jardim outonal
Pra garantir uma nova primavera e lá vem ela
Carregar de esperanças o meu mundo plural
E difundir a minha arte numa tela em aquarela.
Misturo todas as cores num abusado devaneio
Sem medo do ridículo, sem receio.
E me pego fazendo estripulia, quem diria?
Eu fosse perder a compostura depois da formosura.
E virar uma idosa ateia e inconsequente.
Uma mulher meio anciã, meio adolescente.
E brincar de namorar o menino sol-poente.
Numa ciranda de “ensina-me a viver”.
Flertar com o garoto que trata da outra
Idosa. Quer saber?
Vai cuidar de mim também um dia.
Hei de encontrá-lo ainda assim meigo e
Eu, serena
Pra ouvir meu coração no descompasso batendo
Aflito de amor.
Seja como for.
Irá sorrir pra mim, mesmo que por pena.
A Cotovia
Minha alma se assemelha à cotovia
Que canta prenunciando a esperança
Em tal efeito se derrama em primazia
Do saber ser um Ser cheio de bonança.
De boas novas, anunciadora para todos
Quem tem ouvidos afinados para ouvi-la.
Entretanto está só e em doces modos
Reparte primavera sem sequer usufruí-la
Prossegue seu voo solitário "despareada"
Seu canto inebriante, no entanto, entoa
Derramando sua alegria tão preparada
Pro banquete festivo da vida que povoa
Pradarias repletas de seivas que florescem
Debaixo dos seus olhos. E neles não refletem
Outro servil e companheiro, pois fenecem
Seus amores todos, que nunca se repetem.
Pobre cotovia que cantando implora
Um ser semelhante pra lhe acompanhar.
Irá morrer só a qualquer hora
Sem jamais ter tido um par.
A Loba da Estepe
Sabem aquela loba solitária da estepe
Que uiva para a lua em agonia?
Fugiu-lhe o companheiro e recrudesce
A dor. Eis no chão, já morta, sua cria.
Está sozinha na noite densa e tenebrosa.
O vento sopra seu lamento à freguesia.
Que não se importa com aquela desditosa
Por não serem pares, lhes negam companhia.
A loba, leitores, sou eu.
A noite, é a vida, longa e sombria.
O companheiro era meu sonho
Que me abandonou no meio às tempestades
Daí, fiquei vazia.
A esperança jaz morta, era tudo que eu tinha.
Minha irmã, minha mãe, minha filha,
Era a cria.
DESVALIDAS MENINAS DE CHIBOK
Infelizes
Mulheres de Chibok
Que caíram nas mãos do grupo Boko Haram e
Foram
Extorquidas da sua liberdade
De escolha.
Musas de Borno,
Destituídas do direito de ir e vir.
E sonhar com o olhar que cativa e chama
Pra ser feliz
Meninas nigerianas expostas
Como pedaços de carne e viram
Depósitos
De espermas de seus senhores.
Moças que serão transformadas em servis meretrizes
Talvez esposas, mas sem a chama da conquista.
Perdem o desejo e vão caminhar com o coração carregado
De mágoas. Nunca mais o noivo
Esperado e sonhando nas noites molhadas
De sereno.
Vão se tornar nas mãos de algozes vis
Garotas de programas.
Anagramas mal decifrados.
Esfarelados
Seus ideais de mães.
Extremadas.
Despojadas das vestes e ventres
Belos que ansiavam ser
Devorados por querer em cios afoitos.
Desejosas de serem possuídas e possuir
Não celebrarão nunca mais.
O sabor do existir.
No belo formato de princesas.
Extinto
O fogo que se ascende somente no jogo
Das levezas
Jorradas nas fontes de ternuras
E branduras de úteros e ou almas femininas.
E nunca mais serão as mesmas alegres meninas
Triste sina
Agora, apenas serão
Pobres e desvalidas meninas.
Pássaro Migratório
Meu coração é um pássaro migratório
Que quebrou as asas e o bando o abandonou
No meio de um denso e sombrio pantanal
Cá debaixo olhando o festival
De revoadas, chora a solidão num ofertório
Das penas traiçoeiras que castrou
Seu voo. Sua busca de um lugar revigorante
Pro acasalamento de corpos e de almas
Já não basta.
Chorar. A dor é tão pungente
Que se alastra
E ele, se enrodilha e de repente.
Prostrado se despede da vida.
E agradece a tristeza tal qual cobra
Que o devora vivo e o socorre
Do tédio de ser só
A aguda agonia despedaça e o dobra
Ai, ai, e é com prazer que ele expira e enfim, morre.
MEU CORAÇÃO
Olhar com os olhos do coração é permitir que o meu coração seja personificado, ele tem mãos que apertam, tem olhos que acalentam, firmes, mas que acalentam. Existem corações que abraçam a gente com o os olhos. Sentimos seu calor. Certa vez pediu-se para trocar um coração novo por um velho. Ao que tinha o coração novo se gloriava de tê-lo sem marcas, lisinho, vermelho viçoso. O outro coração, com marcas profundas, cicatrizes bem aparentes e que este perdeu até a forma de "coração". Mas qual o melhor? O mais belo coração? O lisinho e viçoso não pode ser este, porque não viveu o bastante, não carrega marcas da vida que o fez fortalecer, ressurgir, que o fez coração de novo. Marcas de um amor que não veio. Marcas de um amor que se foi e que não volta mais. Marcas de um pedaço que foi levado e que ainda sangra. Marcas de um coração que insiste em bater porque dá o prazer e satisfação de trabalhar que embora o amor lhe tenha sido tirado, ele ainda ama seu dono, o dono que sofreu junto com ele, que massageou o peito onde ele vive e que disse muitas palavras de consolo e acalentadora para o acalmar. Esse coração que ainda persiste é o mais belo, por sua lealdade, uma generosidade que poucos vinheram conhecer e que outros não terão essa chance. Um coração que tenta demonstrar um amor desmedido, mas que suas marcas não o permitem, porque dói sofrer e ele não aceita mais entristecer seu dono e não quer que ele leve suas mãos para massagear seu amado peito. Acredito nele, cheio de marcas e cicatrizes que o torna um leal vencedor.
Antonio Marcos De Souza
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