Carta do Marido da Aeromoca Tam

Cerca de 15251 frases e pensamentos: Carta do Marido da Aeromoca Tam

Silêncio perverso

Ações são acontecimentos naturais,
São as previsibilidades conforme as assimetrias
Que quando passados algum tempo
Tornam-se plausíveis.

Quando a fala articula argumentos
Extravasam-se inquietudes perturbadoras
Entra-se ao final em cooperação mental
Num entendimento consensual.

A voz deve dizer o que não se quer escutar
Ao anunciar muitos dissabores
Mas, pior é o mistério e inação,
Que prepara golpes aniquiladores.

Atormenta muito, o mundano silêncio,
Feito, integro por perversão,
Porque quem cala, consente a alguém imaginação,
E nessa calada, escuta-se golfadas de intenção.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Corrupto

No mais nobre terno de linho branco
Caminhando no deserto vazio
Cabeça alucinada
A duna era um palco.
No seu topo e decentemente
A boca seca como depois de um porre
De aguardente
Declamou versos de Bandeira
Às areias infinitas.
Testamento era o poema
Sentimento agonizante da vida
Malfadado, desventurado
Calamitosa sina.
Reina o condenado
Com acabrunhada colheita
Dum monólogo terminado
Sem aclamação.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Espírito Santo

Espírito Santo, Estado da região sudeste,
Que no mapa do Brasil quase não aparece,
E que deve mesmo ter o “espírito santo”
Para não ser engolido pelo Atlântico.
Tem por capital o nome de rainha
Vitória, vulgarmente, Vitorinha,
Menininha lindinha
Misteriosa, uma ilha.
Aqui nascidos, somos tupiniquins,
Capixabas do roçado para milho e mandioca.
Os nativos com os imigrantes se entrelaçaram
Formando uma raça compatriota.
Dos imigrantes, o quê dizer?
Português a procriar
Formando a etnia popular.
Raças puras... Os alemães a labutar
A beleza italiana
Para o mundo se encantar.
Têm as praias, que lindeza!
A Bacutia, com a sua elegância,
É das pessoas belas da nobreza
É de entusiasmar.
Quem aqui vem, nunca mais volta,
Porque aqui, Deus não escreve por linhas tortas,
É o “espírito santo” a comandar.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Arlindo Vida’Boa

Arlindo Vida’Boa fugiu da crise econômica de seu país,
Veio tentar, outra vida boa, aqui pelo Brasil.
Fincou pé numa metrópole, de águas quentes e boa brisa,
Esqueceu-se de se abstrair da realidade convincente, das grandes capitais.
Os arredores são cruéis, não são pintados a pincéis.
Arlindo Vida’Boa!
Não é de brisa que se vive em terras de coronéis.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Monstro

Homem que possui o domínio
Eleva-se de formosa ternura
Com palavras simples e agradáveis
Emana a delicadeza das plumas,
Olhos claros, límpidos,
Que encanta o feminino
Com os louvores da doçura.

Homem que o domínio perde
No cume do ciúme enraivece
Como fera ferida enlouquece.
As paredes ressoam sons monstruosos,
Torna-se pétreo à doçura
E olhos matam as pessoas que mirar.
Mentecapto na humanidade já insana.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Segregada

Por estar sentada, trabalhar, construir e pensar
Escrever e exaltar sentimentos inerentes ao meu ser
Decidir, externar, incomoda?
Sim, torno-me inoportuna.
Sei que sou pouco, quase nada,
Diante de tudo que me circunda.
Mas ser capaz de corroer minha essência
Através da inveja e críticas infundadas
Pela fala que fere mais que bala.
Não, assim não vale nada,
Não poderei tirar proveito desse juízo
É ironia impensada
De quem julga livros pela lombada.
Diante de tão pequeno discernimento
Dou imenso valor em estar segregada.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Verdugo

Foram tantas as injurias
Foram tormentas ensurdecedoras
Que matou o prazer
Em que se deliciava
O imolado morreu,
Gritar, não é mais preciso.
Por certo, sente um vazio,
Escapou entre os seus dedos
A sua sensação mais deleitosa.
Não sofra por essa perda
Novos caminhos sempre se abrem
Para outros desatinados.
Viver de rancor é a sua bravura.
Portanto, não fique abatido,
Sua caça não será debalde.
Para os seus gritos
Outros ouvidos
Entrarão em dissabores.
E como carrasco que é
Deliciar-se-á certamente
Na perversidade que irás causar
No próximo desavisado.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Limitação

Tenho uma coisa assim, sentida,
Que não pode ser entendida
Mas causa desilusão.

É de fato coisa séria
Traz sensação deletéria
Que melhor, não professar.

Caminhando com graça, vou seguindo,
Com diadema ornando a cabeça
E os pés encaixando na estreiteza,
Entre as valas do caminho.

Inserida por MariadaPenhaBoina

A qual tribo você pertence?
Deve existir alguma a que pertence...
Mas não consigo decifrar qual...
Não possui habilidade alguma
Não caça, não pesca
Não tem jeito, as mãos não fazem nada
O cérebro não cria
Não tem religião e nenhuma crença
Não entende de política
Não trabalha não se esforça
Não estuda nem pensa
Mas, deve existir uma tribo a que pertence...
Qual?
A tribo da ilusão?
Da satisfação sem esforço?
Da opinião sem o fato?
Sem fato não existe conceito...
A tribo dos necessitados?
Dos vampiros?
Dos pés descalços?
Dos afogados em mágoas?
Dos que vivem somente de solicitude?
A qual tribo você pertence?
Dos televisivos?
Dos sem compromissos?
Dos chateadores?
Dos furtivos?
A qual tribo você pertence?
Dos amantes idolatrados
Ou dos sacrificados?
A qual tribo você pertence?
Do uso da muleta humana?
Não, você ainda não possui uma tribo
É Homo neanderthalensis
O que sobrou e se adaptou
Da tribo sem evolução.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Desenganado

Existem em diálogos frases estreitas
- Confia em mim – é uma delas
Pesa demais escutá-la.
É perfeccionismo exacerbado
Idolatrando-se altruísta,
Causa de referência execrável.
No máximo, o aceitável,
Seria alguém que pudesse “acreditar”...
Afugentando um pouco o egoísmo.
Abstrair-se dessa persuasão
É eleger-se convicto,
É não deixar-se iludir
Através do mecanismo doloso
Do anti-herói à conquista do apogeu.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Rugas

Essas linhas que aparecem no rosto e em todo o corpo,
Chegam para todas as etnias e classes sociais e,
Têm o nome de rugas.

E não são rugas de chorar, de sentir e sorrir
São da idade, do tempo que passou e não volta
Então, para que mentir?

Se não sentiu, não chorou e não sorriu
Elas iriam estar aí, do mesmo jeito
Com ou sem esmeros.

Pra que mentir?
Dizer que veem junto a experiência
Fazendo história e blá, blá, blá!

Pra que olhar-se tão vulgarmente,
E desculpar-se das próprias rugas
Provando da baixa autoestima.

Se tens a preocupação de justificar as rugas
Através dos ritos de passagem que envenenou o corpo
Conta outra! É resto, é o espírito que já está morto.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Censor

Pergunta sobre mim
Respondo a sua pergunta
Você matuta, reflete
E diz que é mentira.

Você novamente pergunta
Eu respondo
Você especula, pensa
E diz que é mentira.

E aí vai, e pergunta, pergunta
Eu respondo e respondo
Você cisma, pondera
E não acredita.

E você volta a me perguntar
Eu reconsidero, reflexiono
Respondo filosofando
E não sou compreendida.

Você pergunta mais uma vez
Eu sinto que está a julgar
Refuto a indagação
Silencio.

E você pergunta sobre o meu silêncio
Sinto que é para auferir vantagem
Da sua mais nobre arte
Que é a de censurar.

O silêncio e a minha mais aristocrática retribuição
Assim você elucubra a mentira já posta
Em qualquer das respostas
Que irá me sentenciar.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Pedra profana

Fiz-me a água doce
Fiz-me a brisa mais suave
Fiz-me a temperatura mais amena
Fiz-me a pessoa mais serena
e de nada adiantou.
Hoje sou pedra
Sou muro, onde habitam lamúrias
Das gentes que não aproveitaram da brandura
Que tanto ofertei.
Hoje sou pedra antiga, muda e cega
Onde muita gente se debruça
Cada um com a sua inútil razão.
Ouço o que gritam em silêncio
Vindo de corações ocos
Capazes de cair no buraco negro
Do universo em constante mutação.
Mas sou muralha consistente
E agora só guardo
No meu silêncio profundo
Os sentimentos imundos do mundo.

Inserida por MariadaPenhaBoina

O preço da minha ausência

Quanto vale a minha ausência?
Vale muito com certeza
Vale conluios inquestionáveis
Dos disco voadores a espreita.

Quanto vale a minha ausência?
Vale aos óvnis adiáfanos
Que por entre nuvens escuras
Expõem translúcidos a imprudência.

Quanto vale a minha ausência?
Vale a minha sabedoria no anonimato
De atos e fatos que ressurgem encolerizados
E mitigam a minha dor.

Quanto vale a minha ausência?
Vale saber tão naturalmente
O que floresce da demência,
Entre as estrelas mais brilhantes
Estão os ufos ainda mais reluzentes.

Inserida por MariadaPenhaBoina

À Filha

Sabemos filha, que não nos pertence
Unimo-nos por laço e por nó
O nó é o amor que lhe facultamos naturalmente
O laço permite o desate de sua alma impenetrável
Dos seus pensamentos e sonhos
Que ao se realizarem, farão parte do todo
Na formação singular de sua personalidade.
Nós somos os arqueiros, você a flecha
Nós a direcionamos para o alvo que achamos mais propício
Mas, você é quem conduzirá a trajetória à vida.
Nesse curto caminho que viveu
Mostrou-nos que adquiriu sabedoria
E criou para si valores merecedores de estima
Dos quais nos orgulhamos imensamente
E só temos de agradecê-la, filha.

Te amamos

Inserida por MariadaPenhaBoina

Estado da arte da liberdade

É no isolamento que encontro-me em liberdade
Sem obrigatoriedade
Sem necessidade de amor
De dinheiro
Isenta de curiosidade.

O meu estágio de eremita é o mais aprazível
Liberta-me das penúrias das associações
Desobriga-me do servilismo
Afasto-me das tragédias gregárias
Abasto-me da minha própria nobreza.

No afastamento, no retiro, na solidão,
Encontro-me no meu mais alto voo
E em nada me incomoda os olhos alheios
Que observam a minha ocultação no universo
Pois tenho, o privilégio de pertencer a mim mesma.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Guerrilha da vida

Ei! menino...
Você está aí carcomido?
Está precisado de uma semideusa?
Por afugentar seus pensamentos
Necessita de um Deus para a sua semiologia?
Por que?
Desapegou o seu olhar aflito das estrelas...
Desdenhou da única possível certeza...
Amesquinhou a lógica da natureza...
Abominou o coquetel molotov que criou...
Ei! menino...
Tem de dar conta da rosa
E não esquecer dos espinhos.
O vergel é lindo mas têm daninhas
Pisoteie somente o que for preciso
Mesmo sendo no pomar do agreste
A escolha não pode ser antagônica.
A bomba cai e, muitas vezes acerta o alvo
Nenhum movimento é sempre preciso
Mas não subestime os pressupostos
Que pode ser o míssil direcionado
Ao não contestável.
Ei! menino...
Acertaram precisamente no seu coração?
E nem se importaram?
Sentiu o sangue na garganta?
E você não morreu?
Então, porque não levanta?
Sabe menino...
Não se ergue por não saber que foi atingido
A arma está em sua mão.
Não treinou o suficiente
Seu aprendizado foi apenas disfarçado
A sua escolha é ficar amotinado
Protegendo os que estão em seu patamar ideologizado.
Ei! menino...
Engole esse sangue amargo
Ajude a alguém a carregar as pesadas armas
Mostre o seu ânimo mais aguerrido
Ao menos assim, poderá não ser um alvo surpreendido.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Os poemas não são seus

O meu descuido é um só...
Ao abrir meu correio eletrônico
Deparei-me com dois lindos poemas de amor,
Perdi-me por horas a fio.
Lembro-me a data, recente
20 de junho de 2014.
Foi um deleite e tanto
De minutos em pranto
A satisfação me dominou.
Os minutos pareciam horas
Dada a felicidade que me causou.
Até então, achei que era
Criação do remetente
Do homem que enviou.
Que ingenuidade a minha
De perder tempo nas entrelinhas
Dos poemas de amor.
Senti-me como uma goiaba madura
Que do alto se desprende
E se espatifa ao encontrar o chão.
A queda foi uma surra.
Um dos poemas da Lilian Menale de São Paulo
do Recanto das Letras
O outro da Gisela, dospoemasdagi.
Agradeço a essas senhoras
Que me afagaram por horas.
Portanto, me odeio tanto
De poder pensar um dia
Que pudesse tal criatura
Crocodilo parecendo emocionado
Que derrama lágrimas ao consumir suas presas,
Enviar-me poemas que fossem
De sua autoria.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Momentos

Caminhe pelo vergel
Não escolha a estação.
Ande por todas as trilhas
Irás encontrar maravilhas
De variadas intenções,
É a arte, que beleza!
Subjetividades
Destrezas
Construtos de pensamentos
Pura imaginação.
São muitas vertentes, de certo
Encontrarás ódio e alegria,
A escolha é aleatória,
Verás as mais variadas formas
Dependendo da tua trajetória.
Se mais sisudo, mais rancores
Se mais desnudo, mais flores.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Vanglória

A vaidade é pura soberba
Quando para outros olhos é impelida
Não existirá clemência
Para tamanha arrogância destemida.
A que destino levará tamanha ostentação?
Aos desejos e não para as necessidades
Ao submundo negando a autenticidade
Sem critérios profundos
Perdendo a liberdade.

Inserida por MariadaPenhaBoina

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