Carta de uma Futura Mamae

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Paz e Alegria

Planta, por onde fores,
Uma flor de bondade.

Irradia a esperança
Nas palavras de fé.

Veste de paz e amor
O ambiente em que estejas.

Se algum mal aparece,
Olvida e faze o bem.

Suprime quanto possas
Os problemas que encontres.

Pelo Sol, Deus nos guarda
No esplendor da alegria.

Guitarra

O som de uma guitarra
noite adentro em meus ouvidos
vai ardendo sem sossego
transbordando minha libido...

Quero escutar os segredos
da melodia ensaiada
quero sentir estes dedos
no meio da madrugada...

Quero te ouvir bem baixinho
para em teu corpo sonhar
quero te ouvir na ventania
para contigo me reinventar...

Não sabemos dos mistérios da vida pois a felicidade mesmo é uma surpresa.
Se soubéssemos tudo o que está prestes a acontecer, não existiria o sentimento de esperança e se não precisássemos esperar a vida seria uma corrida sem sentido.
Sofrer não é um castigo, é uma resposta do livre arbítrio. Por isso não temos nada a reclamar e devemos agradecer pela possibilidade de fazermos escolhas.
O bom da vida é aprender por si mesmo e se os obstáculos não existissem não seríamos capazes de diferenciar o que nos faz bem daquilo que nos faz mal.

13 ACRÓSTICO


(F)aço do meu tempo uma longa caminhada em busca do
(A)mor que sempre sonhei e jamais alcancei.
(T)ento cercá-lo, alcança-lo por todos os lados.
(I)lusões são tropeços freqüentes, porém, a
(M)agia que procuro é mais forte e
(A)cabo por tentar novamente.


(D)ivido carinho, amor, ternura, tentando
(U)nir duas almas que acredito gêmeas, sempre juntas
(A)través dos séculos buscando o
(R)umo das estrelas inatingíveis e
(T)endo como meta principal jamais perder a
(E)sperança de para sempre juntas ficarem.

PRECE ÁRABE
Deus não consintas que eu seja o carrasco que sangra as ovelhas,nem uma ovelha nas mãos dos algozes.
Ajuda-me a dizer sempre a verdade na presença dos fortes,e jamais dizer mentiras para ganhar os aplausos dos fracos.
Meu Deus!
Se me deres a fortuna,não me tires a felicidade;
se me deres a força,não me tires a sensatez;
se me for dado prosperar,não permita que eu perca a modéstia,conservando apenas o orgulho da dignidade.
Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas,para não enxergar a traição dos adversários,nem acusá-los com maior severidade do que a mim mesmo.
Não me deixes ser atingido pela ilusão da glória,quando bem sucedido e nem desesperado quando sentir insucesso.
Lembra-me que a experiência do fracasso poderá proporcionar um progresso maior.
Oh!Deus!
Faze-me sentir que o perdão é a maior demonstração de força,e que a vingança é prova de fraqueza.
Se me tirares a fortuna,deixe-me a esperança.
Se me faltar o bem-estar da saúde,conforta-me com a graça da fé.
E quando me ferir a ingratidão e a incompreensão dos meus semelhantes,cria em minha alma a força da desculpa e do perdão.
E,finalmente Senhor,se eu Te esquecer,te rogo mesmo assim,nunca Te esqueças de mim!"

E se, por algum acaso, eu te decepcionar de tal forma que você se sinta vitima de uma cruel traição,
não te peço que me perdoe se não houver motivos para isso,
mas te peço que considere
que apesar de todos os sorrisos que causei em seu rosto,
sou humano,
e é esse detalhe
que me faz,
por mais que eu tente evitar,
ser imperfeito e sujeito à decepcionar...

Apesar da perda

A perda de alguém que amamos é uma ausência sem substituição, mas temos que continuar caminhando para não nos perdermos de nós mesmos, para não nos perdermos dos outros que nos amam e que ainda estão aqui, para não perdermos a oportunidade de conhecer as pessoas que ainda estão por aí e que poderão nos amar também.
Temos que continuar caminhando sem esquecer que não estamos a sós nesse mundo, e que a felicidade está sempre adiante. Devemos continuar caminhando apesar da perda.

CUBO REDONDO

A dor é uma constante



A paixão um instante



O sofrimento é uma semente



A felicidade um aguardente



O poema é um espelho



A vida uma ilusão



A mente sempre mente



Disparando meu coração



O amor é joia rara



O prazer é fanstasia



Sacanagem é diária



O poder só contagia



Doença é pensamento



Visão esquizofrenia



O medo é de repente



A morte só alegria

Nada como uma lagrima para evitar a outra.
Vamos sair desse mundo voar para longe, bem longe.
Chorar nem sempre é ruim, as vezes lagrimas são melhores que sorrisos sem sinceridade, filosofar faz parte da vida de pessoas sofredoras e inspiradoras, nem sempre é real, mas é fato, viver é uma fase, e a proxima depende de voce ficar solitário nem sempre é tão ruim, desde de que esteja num canto esquecido, sem ninguem por perto, sem barulho, sem vozes só o silencio e sentir as batidas do coração ficarem estaveis pensando em tudo o que foi feito e lamentando-se pelo que não foi, o acaso é inevitavel o futuro é um caminho escuro que só vai se clareando quando se dar passos rumo a ele.

Escrevivendo

A vida é como a Divina Comédia. Uma ilusão da qual não nos damos conta.
E que sempre tem a razão... Seja qual for.
Talvez, um jogo... Com suas estratégias mais mirabolantes a criar.
Fomos criados com um único objetivo, um teste: nós, humanos, somos capazes de sobreviver às regras do jogo da vida?
Esquecemos para que realmente viemos ao mundo.
Simples... Viver e morrer.
palavras opostas, mas tão interligadas.
Quando tentamos descobrir qual o sentido da vida, quando um dia chegamos a nos pergutnar "O que estou fazendo aqui?", percebemos quão engraçada é a vida, e como é tão difícil entendê-la.
Descobrimos o que esquecemos o que um dia sabia, mas não havia parado para refletir no que vivia.
(Deu pra acompanhar?)
Que sustentamos essa ideia de que a vida é pra ser vivida intensamente.
Sim, talvez.
Mas também para descobrir que o que tiver que acontecer, simplesmente aconteça. Sem ilusão de destino.
Encontrar o "quem sou eu".
Tudo é prova, tudo é desafio, tudo é lição.
Erro ou não, é lição.
Passamos a achar graça quando entendemos um dia que somos meros ratinhos de laboratório.
e logo após, fingir que esquecemos o que um dia descobrimos.
E assim, tocar em frente o caminho onde paramos... no "mundo fantástico" dos desafios.

As vezes é mais interessante e prazeroso apreciar
uma boa música do que ter interação com outras pessoas.
A boa música é algo verdadeiro,que independente do tempo,continuará sendo real e fiel a sua essência.
A boa música sempre estará com você e para você,é necessário apenas que você permita que ela fale com a sua alma.A boa música não fica velha,torna-se um clássico e imortaliza-se.

Enquanto as pessoas,bem,elas são falsas,mudam com o tempo,são superficiais e infiéis.Elas nem sempre estão com você e por mais que algumas não aceitem,ficarão velhas,morrerão e logo serão esquecidas com o tempo.

As mulheres mais incríveis que já conheci podem ser comparadas a uma bebida muito forte e de difícil aquisição, pois este tipo de bebida não se encontra em qualquer bar, não se guarda em qualquer recipiente, e não é qualquer pessoa que é capaz de adquiri-la, por ser algo muito especial.
Você bebe uns goles e o sabor te deixa apaixonado, e o efeito causa um prazer imensurável. A noite você dorme tranquilamente, satisfeito, em paz.
No outro dia vem a ressaca, e é onde você percebe que tudo aquilo que você sentia era apenas um efeito, e que este efeito teria passado, deixando apenas uma dor, um incômodo, e ao mesmo tempo você se sente viciado, querendo mais e mais a cada dia.
A boa notícia, é que essas mulheres incríveis podem ser comparadas a essas bebidas apenas se ELAS quiserem. Não sei se é questão de sorte ou azar, ou de não merecimento... Mas hoje possuo uma pequena coleção de garrafas vazias, e nenhuma companhia de fato.

Sou uma fonte de frases sem fim. tenho o desejo de que ninguém mais se acostume, e quero que esse costume acabe, a vida parece ser mais do que isso, mas você tem esse maldito costume de se acostumar, então já vá se acostumando a se desacostumar comigo. porque eu não me acostumo a isso, mas me acostumei tanto a você, que de costume em costume eu só queria me acostumar com a ideia do pra sempre.

B.

Tigresa

Caetano Veloso

Uma tigresa de unhas
Negras e íris cor de mel.
Uma mulher, uma beleza
Que me aconteceu.
Esfregando a pele de ouro marrom
Do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel.

Enquanto os pelos dessa
Deusa tremem ao vento ateu,
Ela me conta, sem certeza,
Tudo o que viveu:
Que gostava de política em mil
Novecentos e sessenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancin? Days.

Ela me conta que era atriz
E trabalhou no Hair.
Com alguns homens foi feliz,
Com outros foi mulher.
Que tem muito ódio no coração,
Que tem dado muito amor,
Espalhado muito prazer e muita dor.

Mas ela ao mesmo tempo diz
Que tudo vai mudar,
Porque ela vai ser o que quis
Inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz,
Vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão.

As garras da felina
Me marcaram o coração,
Mas as besteiras de menina
Que ela disse, não.
E eu corri pra o violão num lamento
E a manhã nasceu azul.
Como é bom poder tocar um instrumento.

Hoje pela manhã, ao acordar, sentei-me só ao lado de uma xícara de café puro. Vislumbrei meu semblante, cansado, pelo reflexo da janela, despi-me de minhas alegrias, e inventei algum problema, qualquer, para poder viver.
Acendi meu primeiro cigarro do dia. Fumegando, sentia a brasa queimar, além do papel, o meu coração, tão dolorido, tão desesperado. O aroma do café misturou-se com meus devaneios, trazendo um ar de graça a coisas tão torpes que se passam pela minha cabeça.
O sol começava a tomar conta da sala de jantar, sentia tudo esquentar, mas meu coração, oh, o meu coração ficava cada vez mais frio, como se ali dentro só existisse gelo. Nem a angústia da dor me é capaz de fazer soluçar, tudo passa sem som, sem brilho, sem palpe.
Passa a vida, como passa o calor do café. Esfriam os corpos, perfumes se perdem, o sol morre, a noite fria chega, chega numa manhã quente de janeiro. Abre os olhos. O sol brilha lá fora. Aqui dentro a lua gélida se faz luminosa, e tão grandiosa.
Lua que outrora foi sol, que em outros tempos aqueceu o meu amor. Hoje é lua, é dor, é desamor. Loucura. No mar frio das emoções que tenho agora, vejo meu rosto desfigurado, quem sabe cansado, atormentado. Vejo reflexos de dor.

Faça...
Faça caras e bocas, sorria, chore, sorria mais uma vez e não chore nunca mais. Sorrir faz bem para a alma, para o coração, para a vida, para o mundo. Faça acontecer coisas boas na sua vida. Faça a felicidade reinar, faça o amor reinar, faça a paz reinar, faça acontecer e não espere ninguém fazer. Faça sorrisos para alegrar, sem medo, sem dor, sem ardor e sem pudor. Simplesmente FAÇA!

Outra vez..
Sairei eu desta!!
Farta!,de ser sua boneca,seu arlequim.

Para enfeitiça-lo,de uma forma sutil..
Para vê-lo olhar novamente,com olhos de ternura,
Tendo com prontidão um gesto,uma palavra de amor,

Por fim...
Acordei disso tudo..
Quimera,se fosse verdade,
Agora porém,só vejo o brilho de teu sorriso,
Na poeira do tempo.

Quando toquei novamente seus lábios...
Algo recomeçou..
Uma contagem incansável... de um antigo amor.
Uma pausa para confições... disse que eu deixei-me levar pra longe de ti, por algumas poucas razões..
Você com os olhos cheios ( de alegria por me ter de novo ) falou : eu esperarei você, sempre e sempre.. por que eu te amo.
Aquilo acalentou toda onda furiosa que tinha dentro de mim.. aquilo foi o porto seguro que eu precisava.. a página estava contigo..
só contigo eu vou escrever nessa página em branco o nosso fim..
Juntos.. perto.. sempre.
E se der errado, eu irei retentar e retentar.. de vc eu não desisto.. eu não paro.. eu insisto.
Por que eu não quero perder um amor.. doeu perder todas as ilusões..
imagina o estrago que faria perder o amor real.. os que eu sempre citei em versos e canções ?
me nego.. me proíbo.. não posso perder você..
Portanto é um pedido.. Não tenha medo de deixar tudo por que eu cuidarei de todos os detalhes (futeis e não futeis) pra te ter.
E se eu errar, me perdoa.. não quero que espere de mim a perfeição..
Mas mesmo com nossas diferenças, quero ser o encaixe perfeito sdo seu coração..
To esperando o dia.. pra fazer acontecer..
E quando quero algo..
Nada me para.. é um sonho.. que quero viver com você.
Vem cá e me ajuda a esquecer toda a dor que um dia deixei em seu coração..
Vem cá.. eu sigo todos os caminhos.. suporto todos os espinhos..
Só me dá a mão.!
Vem cá !!

POIS É

A verdade pode durar uma vida inteira, perseguir uma mulher madura, assaltada de lembranças provocadas por uma amiga que mexe com uma varinha "o fundo lodoso da memória". E, de repente, a avó percebe uma convulsão na sua realidade, porque de repente outra verdade se sobrepõe. Explica. Reduz. E ao mesmo tempo amplia. Pois é. A verdade, em Lygia Fagundes Telles, é tão crua quanto esclarecedora. O que está em seus contos é a vida, sua própria e de outros, tão real e tátil como o chão áspero de cimento.
Reli, com assombro renovado, seu Papoulas em feltro negro, que ela incluiu no livro "Meus contos preferidos". Em onze páginas, Lygia roteiriza, organiza, sumariza, romantiza, anarquiza e enfim suaviza e cicatriza uma vida inteira.
Ojeriza.
Fuga.
Medo.
Ansiedade.
Mentira.
Não foi sem intenção que a narrativa das memórias suscitadas por um telefonema se concentre na latrina do colégio. Era o ponto da tangência. O ponto da fuga. A casinha fedorenta era melhor do que a sala de aula, com aquela presença esmagadora, opressora da professora castradora. Mentira! Tão bem dissimulada que pareceu verdade, por cinqüenta anos. E a verdade, um dia, lhe atinge a face como a aba de um chapéu de feltro, ornado de papoulas desmaiadas.
A memória é sinestésica. E os elementos formais estão ali, polvilhados no conto de Lygia, a declarar a ação dos sentidos. O tato da memória traz a aspereza do giz, o suor das mãos, o pé que esfrega a mancha queimada de cigarro no tapete. A audição da memória pede que se repita a Valsa dos Patinadores, como se repetiu a lembrança pela voz da companheira sessenta e oito, da escola primária. Mas o cheiro da memória remete, primeiro, a urina. A latrina escura. E eis a visão da memória a denunciar a obliteração. Negro quadro-negro. Trança negra. Saia negra. Feltro negro.
No meio do negrume, o sol reflete o seu fulgor majestoso na vidraça. É o esplendor do flagrante descobrimento. "O sol incendiava os vidros e ainda assim adivinhei em meio do fogaréu da vidraça a sombra cravada em mim." Dissimulação - mesmo em meio a tanta luz, há uma sombra. É uma sombra que persegue a personagem até o reencontro com a professora. Sombra, por definição, é uma imagem sem contornos nítidos, sem clareza. Como a professora, morta-viva, "invadindo os outros, todos transparentes, meu Deus!" E Deus, que sombra é esta a que chamamos Deus?
Pois é. Neste conto de Lygia, o gosto da memória, ou a memória do gosto, está ausente. Não se manifesta o sabor. Por que não se manifestou o saber, é por isso?
O conto é partícula de vida. É meio primo da História. Mais do que eventos, registra caráter, caracteres, costumes, clima, ambiente, formas, cores, preferências, gostos. O conto é uma das modalidades da história feita arquivo. Por isso conto, contas, contamos. O conto oral é o livro em potência, a história em potência. Ambos pertencem a quem os usa, e a quem de seus exemplos faz uso.
A escola deve ensinar a ler. Mas também deve ensinar a ouvir. Por isso, também na escola, que é um complemento da família, é preciso haver quem conte histórias. Como Lygia, que nos faz lembrar que é preciso haver a lembrança de uma infância vivida, o acalanto de uma voz querida, contando histórias, ilustrando a vida.
Lygia é de uma franqueza pontiaguda.
Este conto, em especial, é uma escancarada confissão de humanidade. A personagem é Lygia, ou qualquer um de nós. A personagem é frágil. Conquanto pensasse, a vida inteira, que era forte. Imaginava-se executora. Conquanto pensasse, a vida inteira, que era executada. Humana, enfim. Eis a verdade. Eis Lygia. Pois é.



Jornal das Letras, edição de agosto de 2007

PROFESSOR EDUCADOR

É comum, no período que antecede o início das aulas, terem as crianças uma certa expectativa, um certo desejo, antecipando o que será a escola. Têm, as crianças, a tendência de gostar do professor. É o gosto da novidade, do que não conhecem – é a aventura do aprendizado. Começam as aulas e algumas expectativas são superadas, outras frustradas. Alguns encontros se revelam marcantes, outros nem tanto. Há alunos que voltam para casa, dos primeiros dias de aula, desejosos de narrar aos pais cada detalhe de seus professores.
Em uma leve viagem ao passado, todos rapidamente nos lembramos de alguns professores. Por que desses e não de outros? Porque alguns marcam mais. E é desses professores que a pessoa se lembrará ao longo da vida.
Infelizmente, muitos professores se convertem em burocratas da escola. Estão ali exercendo a profissão de estar ali. E nada mais. Sem perfume nem sabor. Sem encontro nem encanto. Apenas ali, munidos de um programa determinado, e sequiosos do fim, já no começo. Tristes mulheres e homens que embarcam na profissão errada e lá permanecem aguardando a miúda aposentadoria. Não são maus. Apenas não são educadores.
Há aqueles que educam desde os primeiros raios da aprendizagem. Preparam-se para a celebração do saber e do sabor – palavras com a mesma origem. Lançam redes em busca de curiosidades, surpreendem e permitem surpreender; ensinam e aprendem com a mesma tenacidade. Estão ali, em uma sala de aula, desnudos de arrogância e ávidos de vida. Não temem a inquietação das crianças e dos jovens. Não negligenciam o conteúdo, mas valorizam os gestos. Gestos – é disso que mais nos lembramos dos nossos mestres que passaram. E que permaneceram.
Lembro-me de alguns, como a Ana Maria, professora de história, que nos instigava a estudar antes da aula o tema que seria trabalhado. Quando chegava a aula, ela propositadamente errava, e nós a corrigíamos. Era um jogo, uma didática simples que empregava. Eu chegava a sonhar com aquelas aulas. Ela despertava o gosto pela pesquisa e destravava os mais tímidos. Todo mundo queria corrigir a professora.
Talvez um exercício interessante para o professor seja o das lembranças. Lembrar-se, de quando era aluno, daqueles professores que eram educadores, e de repente ter a humildade de imitá-los ou até reinventá-los.
E não há tempo nem idade para fazer diferente. É só ter uma característica que Paulo Freire considerava importante para toda a gente mas essencial para quem educava: gostar de viver.
Quem gosta de viver não tem preguiça de reinventar, nem medo de ousar. Quem gosta de viver não tem medo de ternura, da gentileza, do amor.
Quem gosta de viver, educa!