Carta a um Amigo Especial

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Uma carta para o meu antigo amor

Oi, meu bem, estava aqui jogada pela cama então resolvi fazer o que meu coração pedira há muito tempo, talvez me pergunte o "porque" desta carta, quando se foi, algumas palavras presas na garganta aqui ficaram e eu já não poderia mais continuar com elas aqui, sufocadas, sem ar, isso quase me mata. Então, me desculpe pelo meu jeito tão complexo, por não ter sido fácil, me desculpe pelo meu orgulho que você suportara, me perdoe então, por favor, pelas coisas ou palavras que disse que te fizeram sofrer, perdoe-me pelo meu jeito tão difícil, pelas palavras não ditas, pelas brigas tão bobas. Ah meu amor me perdoe, por favor, por tudo, não fui a melhor pessoa que mereceu meu orgulho e minha teimosia te atrapalhava tanto, me desculpe meu amor por ser o motivo de tuas lágrimas, me desculpe. Mas eu espero que você esteja com alguém melhor do que eu, que te faça feliz e te compreenda, alguém que quando estiver com problemas ela esteja lá para sempre te ajudar e consolar, quero que seja muito feliz, que realize todos seus sonhos com uma pessoa ao seu lado que te ame muito. Eu sei que hoje és assim tão nobre por algum motivo, talvez eu mesma tenha tido um papel importante na tua vida, pude ter ajudar a crescer e ser essa pessoa que hoje é, tão gentil, tão feliz. Deus cuide desse meu antigo amor, guie os passos dele, não o abandone, fortaleça-o, seja com ele sempre, és o meu último pedido, que ele seja muito feliz, por favor, Deus.

Vou te amar para sempre!

Depois da carta, frases decoradas
meio estagnado fiquei só.
Na solidão, indo em contramão,
tentando esconder a dor, lembrando o que poderia ser
Um amor.
Só de pensar em teu sorriso lindo;
no brilho dos teus olhos.
Meu coração gritou esta canção:

Vou te amar para sempre
Vou te ter para sempre
Em meu coração
Dúvidas existem, medos e desilusões
Mas o amor é maior.

Vou pedir a Deus para que te abençoe por onde você for
Vou pedir por nós, mesmo que não haja
lugar para o nosso amor.

E agora você está
tão longe de mim.
Estou tão triste assim.
E agora fiquei sozinho.
Na solidão, por causa de um não.

Carta dum contratado

Eu queria escrever-te uma carta
amor,
uma carta que dissesse
deste anseio
de te ver
deste receio
de te perder
deste mais que bem querer que sinto
deste mal indefinido que me persegue
desta saudade a que vivo todo entregue...

Eu queria escrever-te uma carta
amor,
uma carta de confidências íntimas,
uma carta de lembranças de ti,
de ti
dos teus lábios vermelhos como tacula
dos teus cabelos negros como dilôa
dos teus olhos doces como macongue
dos teus seios duros como maboque
do teu andar de onça
e dos teus carinhos
que maiores não encontrei por aí...

Eu queria escrever-te uma carta
amor,
que recordasse nossos dias na capôpa
nossas noites perdidas no capim
que recordasse a sombra que nos caía dos jambos
o luar que se coava das palmeiras sem fim
que recordasse a loucura
da nossa paixão
e a amargura da nossa separação...

Eu queria escrever-te uma carta
amor,
que a não lesses sem suspirar
que a escondesses de papai Bombo
que a sonegasses a mamãe Kiesa
que a relesses sem a frieza
do esquecimento
uma carta que em todo o Kilombo
outra a ela não tivesse merecimento...

Eu queria escrever-te uma carta
amor,
uma carta que ta levasse o vento que passa
uma carta que os cajus e cafeeiros
que as hienas e palancas
que os jacarés e bagres
pudessem entender
para que se o vento a perdesse no caminho
os bichos e plantas
compadecidos de nosso pungente sofrer
de canto em canto
de lamento em lamento
de farfalhar em farfalhar
te levassem puras e quentes
as palavras ardentes
as palavras magoadas da minha carta
que eu queria escrever-te amor...

Eu queria escrever-te uma carta...

Mas, ah, meu amor, eu não sei compreender
por que é, por que é, por que é, meu bem
que tu não sabes ler
e eu - Oh! Desespero - não sei escrever também!

O grito, do Ipiranga ao Santa Rita...
Às Margens do Ipiranga, D. Pedro recebe uma carta vinda de Portugal onde, Segundo ela, as Cortes de Lisboa, baseadas "no despropósito e no despotismo" buscavam impor ao Brasil "um sistema de anarquia e escravidão. No dia sete de setembro, o príncipe recebeu as cartas às margens do Ipiranga e concluiu que era a hora de romper com a metrópole. Depois de ler, amassar e pisotear as cartas, D.Pedro montou "sua bela besta baia", cavalgou até o topo da colina e gritou à guarda de honra:
- Amigos, as cortes de Lisboa nos oprimem e querem nos escravizar... Deste dia em diante, nossas relações estão rompidas.
Após arrancar a insígnia portuguesa de seu uniforme, o príncipe sacou a espada e gritou: - Por meu sangue, por minha honra e por Deus: farei do Brasil um país livre.
Em seguida, erguendo-se nos estribos e alçando a espada, afirmou:
"Brasileiros, de hoje em diante nosso lema será: Independência ou morte". Eram 4 horas da tarde de 7 de setembro de 1822.
Desde esta data, 1822, quando se deu o grito de Independência, nosso país, passo a passo, foi jogado em um lamaçal de erros e podridão. As sentenças proferidas, onde se apoiara, são dignas de nota. POR MEU SANGUE. Nosso pais está hoje submerso num mar de sangue, onde notamos uma completa desvalorização da vida. Pessoas se matam e morrem por absolutamente nada. Numa saída de uma festa, em um jogo de futebol, dentro de um ônibus, no trânsito. Basta uma frase mal posta e, de repente, surge a fúria, a agressão. Nem mesmo a sacracidade familiar escapou desta violência. POR MINHA HONRA. Onde está a honra deste país? A começar pelas nossas autoridades? Onde as pessoas trabalhadoras não conseguem um lugar para descansarem suas cabeças. Quando compram algum bem, à preço de suor, mal conseguem pagar os impostos do que adquiriu. Ligamos a televisão e vemos representante deste mesmo povo morando em um castelo! Os magnatas de colarinho branco tiram dinheiro de velhos e crianças e não vão presos. E quando são aprisionados, contratam um bom psicólogo, psiquiatra, neurologista, e providencia-se um laudo de insanidade mental. Pronto! Estão em seus castelos e com tudo que subtraíram. Há certas castas de políticos e poderosos que compram pessoas ou as pressionam para que se vendam por mil tijolos, um uniforme do time da vila, um piso, uma laje, até mesmo por uma cesta básica.
EU FAREI DO BRASIL UM PAIS LIVRE. Liberdade é uma grande utopia neste país. A cada dia que passa, descubro que somos escravos do analfabetismo, somos escravos da fome e do trabalho explorativo de menores, somos escravos da burocracia do sistema, somos escravos dos traficantes e ladrões, somos escravos de uma minoria que tem dinheiro e poder, somos escravos dos que detém o saber, somos escravos das pseudo-religiões que tentam nos vender um pedacinho do céu, somos escravos de hospitais e postos de saúde que, às vezes, nos tratam como subprodutos, como escória social, que nos consideram como estatística. O último, a quem D. Pedro pediu ajuda foi POR DEUS. Talvez a única frase que podemos ter esperança de D. Pedro, seja esta mesmo! Do jeito que as coisas andam, só mesmo por Deus. Fico preocupado quando vejo um maluco com sua espada desembainhada perto de algum rio montado em seu animal, mesmo que seja às margens do Ribeirão Santa Rita.

CARTA PRA SINHAZINHA NININHA

Óia, sinhazinha Nininha! Ocê chegô toda ofericida
Parecênu saquinhu di dôci di São Cosmi e São Damião
Veiu logu si joganu, prus braçu du CaipirInha
Inté me assustô na hora que tava rezânu pra Nossa Sinhora Aparicida

Vois micê toda prendada, cheinha das qualidadi
Intão tenhu qui adimití que mi atiçô as curiosidadi
Já juntei cuns otro currículu qui mi chegô di madrugada
É qui iscrivi nos crassificadu dus jorná lá da cidadi
Que tava precuranu namorada

Intão vô ti mostrá, pra modi ocê mió mi cunhecê
Góstiu di uma boa pinga, pra modi nas tardi pruseá
Puxânu us fole da sanfona ou chorânu as viola
Pra modi a tardi passá, se apreparanu pro jantá
Mais num passa de duas talagada, to jurânu pra sinhá

Intão já tô sabênu, que vâmu formá um belu par
Vâmu levantá puêra, dançanu inté o dia raiá
Mais num si apreocurpe, com o forró Mees
Foi farta di comunicação, o Nérso mi alembrô
Quano hoji mi incontrô

Intão não se apreocurpe cuns tacho da sinhá Martha
Se brigá ou criá confusão, comi diz sê qui neim leôa
Ocê tome cuidadu cum a delegada Genaura
Ela podi ti inquadrá i trancá ocê na jaula

Ocê é donzela prendada. Tá prontinha pra casá
Intendi de tudu que precisu, pra modi nois se ajuntá
Ocê, num pricisa se apreocurpá
U Caipirinha num é homi di chifri nas minina colocá
I pulá as serca, só quanu corta caminhu pros boi fujão pegá

Intão, sinhazinha Nininha!
Num têim nessi mundo mió muié pra modi casá
Tô agora si adeclarânu, cum ocê queru namorá
Ocê, já tá prontinha pra iêu conquistá
Intão vamô tentá si aproximá
Si conhecê mió!

Tô isperânu intão, carta di ocê
E intão nois aus poco si intendê
Um beju respeitosu nas faci di vois micê!
Inté, intão!

A CARTA...

Oi... talvez essa seja a última vez que nós nos falaremos. Talvez minhas últimas palavras direcionadas a ti. Mas não se preocupe irei ficar bem. Irei partir, mas não se preocupe, partirei para não sofremos mais! Mas calme, essa minha partida é simbolicamente. Vou continuar aqui; lutando dia a dia. Em busca de dias melhores. Mas diferentemente, talvez não existirá mais "nós" e sim "eu" com minhas lutas e desafios da vida. E "você" em busca de seus sonhos, de seus desejos.
Uma pena, eu não estar aí para te ver; e você aqui para me assistir.
Mas a vida é assim mesmo... feitas de escolhas; e algumas não temos opção, mas sim a única saída, para acabar um sofrimento definitivamente. Pois amar, não é só estar perto, mas sim fazer escolhas que deixe bem quem amamos.
Talvez te amar seja deixar você partir; ou deixar que você escolha. Existe a emoção (os sentimentos), mas também a razão (que quase sempre é o inverso de nossas emoções).
Nem sempre permanecer é uma prova de amor, talvez partir seja uma forma de amar sem machucar, sem fazer sofrer.
Quem ama faz tudo por amor, inclusive partir... para ver quem amamos bem!
E se a vida cooperar, um dia se reencontrar; mais preparado, capaz de permanecer, amar... sem fazer sofrer.

- JP RODRIGUES

Carta para Dilma

Rio de Janeiro,04 de Novembro de 2013.
Querida Dilma, como vai você? Com certeza bem né? São 09:07 horas da manhã, e eu já estou na escola, sentada em uma carteira quebrada, ao lado de desordeiros que xingam um cara oprimido, que disse ter passado toda a sua madrugada preparando uma aula, onde a vinte minutos ele tenta dar início. Disseram que sairemos cedo hoje, pois a merenda não chegou até aqui. Quando eu for embora, pedirei carona a cada ônibus que passar, tomara que não me joguem lama, até que um pare e me leve ao menos até próximo de minha residência.
Ao chegar terei de fazer almoço, pois minha mãe trabalha até a noite, e meu fica em casa, pois a quatro aos tenta s encostar no INPS, ele tem câncer e não poderá mais trabalhar, mas vem sobrevivendo. A tarde, eu irei trabalhar, leciono em um cursinho de informática de duas da tarde às dez da noite, e lá consigo ganhar um pouquinho mais que o salário mínimo da minha mãe.
Me desculpe por lhe incomodar, mas é que a nossa educação, nossa segurança, nossa saúde, o nosso transporte, nosso lazer e nossos demais direitos estão ruins. Enquanto sua gripe é curada no Sírio Libanês, nossos SUS estão colocando café em nossas veias sanguíneas.
Me desculpe por lhe chatear, mas é que temos muito deveres, e poucos direitos, sinto a ditadura batendo em minha porta, sinto ser arrancado de mim, a cidadania.
Me desculpe por lhe perturbar, eu só queria lhe convidar para a realidade, eu só queria lhe dizer que, enquanto a Globo aliena as nossas "crianças", a vossa senhoria deve beber pró-seco em um jantar muito importante, ou deve estar viajando pelo mundo por distração, ou até mesmo preocupada com os preparativos de nossa copa.
Eu vim através desta, sobretudo, lhe fazer um convite para a realidade!

Um abraço Daniella Flores.

⁠*lCarta aberta a quem interessar

Nesse mundo tão impessoal e tecnológico onde houve uma imensa banalização da vida, parafraseando Bauman TUDO SE TORNOU LÍQUIDO (e facilmente descartável), me sinto motivado em sentir que a vida é sobre aprender com erros, e a busca pela sua melhoria como pessoa e suas relações.

Cada dia me esforço mais pra ser melhor do que EU fui ontem, sem criar competições com outros, me sinto mais empático (acho um exercício necessário ao ser humano)

Você *NÃO* conhece alguém pelo que ela APARENTA ser, muito menos pelo que *ouviu* dizer, então, muita cautela com a modo de tratar alguém, você também *não* sabe o que ela está passando, isso é um exercício de empatia.

"Carta de interferência de transmissão"

Que essa dor, que por vezes me liberta, seja o motivo da minha ascensão. Espero que essa dor prossiga abafada pelo universo que eu crio. E que a magia, que me ronda, seja como as dos contos de fada, mas que não acabe a meia-noite. Que essa paz que me acolhe em seu seio, esteja eternamente me aconchegando em seu âmago, para que esse universo, aceito e refeito, se torne o único e verdadeiro diante de mim. E que a máscara, a que uso, esteja constantemente sob a minha pele, para que a minha verdadeira face seja engolida pelo bem a que me proponho, pois com ele sou melhor, com ele cresço. E pra finalizar: que todos os meus dias sejam iluminados e sempre que inevitavelmente vier a tempestade, que eu seja dono do arco-íris que a sucederá. E que o vazio, deste que escreve, seja preenchido por mim.

(D'AUMON, Blog Espaço Zero - 2012)

Carta à Minha Doce Humanidade


Linda de riso despretensioso,
E dona do meu coração e das chaves perdidas,
Tua luz é um verso meio torto
Que mesmo assim que és dança na vida.


És "lindona" por ser perfeita,
Porque aceitas até a chuva no piquenique:
Sorri, quando a sopa queima,
Encontras poesia onde ninguém procura. Simplesmente por ser...


Teus olhos guardam histórias não contadas...
Algumas tristes, outras cheias de asa.
E mesmo assim abrem janelas
Para o sol da manhã que te abraça.


Não me dispensas? Nem eu a ti.
Somos dois mapas desenhados à mão:
Às vezes perdemos o caminho,
Mas achamos estrelas no mesmo chão.


Esta paixão não é um conto de fadas,
É terra molhada depois da chuva, rara...
Frágil, real, cheia de raízes,
Onde até as pedras aprendem a amar.


Então segue, minha dona, do abraço apertado, do beijo maravilhoso..
"Linda" que esquece o guarda-chuva no armário,
"Lindona" que conversa com plantas murchas...
Porto seguro de imperfeições ternas...

Carta (não necessariamente urgente) sobre a morte e suas pirraças

Curitiba, essa noite meio sem graça de quinta,
Num tempo que não sei bem se sobra ou se falta.

Prezado amigo (ou quem ler isso, vá lá saber),

Escrevo não porque tenha urgência, que mortais não tem horário marcado, mas porque hoje me deu para pensar nessas coisas que a gente só finge que esquece. Morte, veja só. Tema que dá pano pra manga e silêncios incômodos em conversas de elevador. Mas a verdade é que às vezes não é ela que assusta — é o medo do atraso ou da antecipação.

Sim, tenho medo. Mas mais ainda de morrer na hora errada. Daquele falecimento inconveniente, tipo deixar o feijão no fogo e não voltar mais. Ou então ficar tempo demais, feito parente de festa que não entendeu que acabou. O sujeito vira ruído de fundo, se arrasta pelas tardes, ocupa espaço que já devia estar livre para outra coisa — talvez uma planta ornamental ou um cachorro esperançoso.

Quero ir quando ainda restar alguém que feche os olhos por um segundo ao lembrar de mim. Mas não tantos que respirem aliviados. Aquela linha tênue entre o “já vai tarde” e o “que falta faz” é difícil de mirar, mas tento, com a pontaria do coração — que sempre foi míope, convenhamos.

E torço pra que sobrem uns poucos desafetos. Não por maldade, veja bem. Mas porque quem nunca odiou também nunca amou com força. Os mornos não deixam rastro nem queimam as pontas dos dedos.

No fim — e essa é a esperança que abraço com certo sarcasmo — talvez restem algumas linhas. Frases ditas sem urgência, guardadas num papel, esquecidas numa nuvem digital com nome de bom tempo. Coisas minhas, soltas no mundo, sobrevivendo a mim.

Se alguém ler, que sorria. E se puder, que imagine que eu ainda estou por aí, rindo também, com aquele jeito de quem sabe que o último a rir, às vezes, nem precisa estar vivo.

Roberval Pedro Culpi

Carta ao Tempo

Meu caro Tempo,

Confesso que não sei se te temo ou te desafio. A morte? Ora, a morte é só um ponto final mal colocado, e eu, como bom desleixado, sempre preferi as reticências... O que me assusta mesmo é a tua ironia: morrer cedo demais, deixando a mesa posta e o vinho por abrir, ou tarde demais, quando já não há convivas, só pratos vazios e um relógio a tocar no vácuo.

Quero ir-me na hora certa — nem tão cedo que os meus ainda chorem de verdade, nem tão tarde que disfarcem o suspiro de alívio com flores murchas. E que sobrevivam alguns dos que desprezo, porque um homem sem rancores é como um mar sem maré: plano, previsível, incapaz daquela fúria que também ergue barcos.

E quando enfim me dobrares a página, que fiquem umas poucas linhas minhas, rabiscadas num canto qualquer — num caderno esquecido, num email perdido na nuvem. Coisas que um dia alguém possa ler e pensar: *"Este aqui ainda respirava quando escreveu."*

E aí, meu velho Tempo, terás cumprido teu ofício sem me fazer covarde ou caricatura.

Assinado,
Um que ainda não acabou de chegar

Roberval Pedro Culpi

CARTA DE SOCORRO




A quem ainda pode me ouvir,
Aos que ainda sentem a terra sob os pés,
Aos que ainda se lembram que sem natureza não há futuro:


Socorro!


Eu sou a Caatinga.
Sou o único bioma exclusivamente brasileiro.
Nasci do calor, cresci na escassez, floresci na resistência.
Durante séculos, abriguei povos inteiros, curei feridas com minhas raízes, alimentei famílias com meus frutos, e dancei com o vento seco sob o sol ardente.
Mas hoje, estou morrendo.


Tenho sido queimada, arrancada, esquecida.
Espécies que guardava como tesouros — como o pau-ferro, a baraúna, o umbuzeiro, o mororó, o juazeiro e o mandacaru estão sendo levadas embora, uma a uma.
Meus filhos verdes, meus espinhos de proteção, meus galhos retorcidos de luta, estão sendo transformados em cinzas, carvão e silêncio.


Me chamaram de pobre, de seca, de lugar sem vida.
Mas nunca perguntaram o quanto dei de mim para que a vida sobrevivesse aqui.
Nunca olharam com carinho para o que fui capaz de sustentar, mesmo com tão pouco.


Eu sangro em silêncio, mas agora grito: me recatinguem!
Me curem.
Me deixem respirar de novo.


Não quero virar lembrança em livros didáticos.
Não quero ser só nome em relatório de extinção.
Quero ver de novo as folhas do umbu se abrindo depois da chuva.
Quero ouvir o barulho das ararinhas-azuis que quase não existem mais.
Quero acolher de novo o vaqueiro, o sertanejo, o viajante.


Peço socorro aos cientistas, aos agricultores conscientes, às escolas, aos jovens, aos povos originários e tradicionais. Peço socorro a quem ainda me reconhece como vida.


Plantem o que sou.
Ensinem quem fui.
Preservem o que restou.
E devolvam-me o que me tiraram: o direito de continuar existindo.


Eu sou a Caatinga.
E eu ainda resisto — se vocês resistirem comigo.


Com dor e esperança,
Caatinga a voz esquecida do sertão.

Apenas uma carta


Meses se passaram e eu não te vi mais, nossos olhos já não se encontram e tudo o que me resta são memórias. Porém ainda consigo sentir o calor do teu corpo, sua voz me chamando, e seus lindos olhos castanhos que sorriam ao me ver, tudo isso já se tornou passado.


Essas memórias sempre voltam a me assombrar, e essa ausência me devora silenciosamente. Os "e se" me perseguem a todo canto que eu vá mesmo sabendo que não tem como mudar o que já foi, e eu vivo no passado esperando que algum dia se torne o presente.


Essa é apenas uma carta sem intenção de ser entregue, apenas um retrato do que sinto com sua falta. Mesmo distante você me inspira, mas se me perguntarem qual é a minha inspiração jamais direi que é você.

Carta em Versos à querida Inês


Querida Inês, receba estas linhas,
que atravessam distância e solidão,
trazendo-te a nova que ilumina:
erguemos no campo a nossa Revolução.


No Seival, o aço cantou com furor,
entre lanças, clarins e poeira do chão,
mas floresciam também — como em flor —
os corações que sonhavam liberdade e paixão.


Veio Tavares com marcha altaneira,
como quem julga a guerra uma dança,
mas encontrou na pampa inteira
o brio de homens que não perdem a esperança.


Neto, em fulgor, ergueu sua espada,
refletindo o sol nas manhãs da campanha,
e ao brado “À carga!”, a tropa inflamava,
como quem dança na chama que arranha.


O combate oscilou como fogo no vento,
mas o destino soprou-nos vitória:
o cavalo de Tavares quebrou-lhe o alento,
e a coragem dos nossos gravou-se na história.


Depois, sob as estrelas em lume,
quando o silêncio abraçava a planura,
acesa ficou a centelha que resume
o sonho da pátria, tão firme e tão pura.


Neto hesitou, fiel ao Bento
mas o mate aqueceu-lhe a razão,
e a voz firme soou como alarde:
“Sejamos República! Que assim seja a Nação!”


No Jaguarão, rio calmo e estreito,
com matas de um lado, coxilhas além,
ergueu-se aclamado, no brio perfeito,
General de uma causa que a todos convém.


Ah, Inês, não de tinta, mas de sangue e bravura,
se ergueu esta pátria em nascentes auroras,
e entre batalhas, guardo a ternura
de escrever-te meu amor nestas horas.


Sou teu Manoel, fiel combatente,
que no campo e na vida jamais te esqueceu,
pois além da vitória, trago presente:
a República é nossa — e meu coração é teu.


Manoel Lucas de Oliveira, 14 setembro de 1836


POEMA CARTA A INES


Autor - Renato Jaguarão.

Poema - Carta de Carlos Barbosa.


Querido irmão José,


Escrevo-te aqui do solo sagrado da nossa fronteira, onde tiveste o privilégio de nascer — graça que não me foi dada, embora me sinta jaguarense de alma e coração. Hoje recebi, com grande preocupação, a medida tomada por Vargas de dissolver todos os parlamentos; sei da tua atuação como deputado na nossa Capital do Brasil, cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, e imagino o que estás a sentir neste momento.


Somos republicanos, meu caríssimo irmão, e a liberdade nos norteia. Nestes dias lembro tanto da nossa infância nos campos de Jaguarão, quando nossa mãe Maria e nosso pai Antônio contavam as histórias da revolução à beira do fogo de chão, falando do nosso avô Manoel e do nosso tio-avô Bento. Lembro que todas essas histórias mais tarde vim a dividir com meu mestre José Francisco Diana.


Antes que me esqueça: sinto saudades da cunhada Arlinda e da bela Maria. Não pude ir ao casamento dela com o Luiz, e sempre me cobro por esse impedimento — coisas de política e compromissos que, ao colocarmos à frente de tudo, muitas vezes nos causam remorso. Mas, como estava a escrever, são muitas recordações. Ainda me lembro de ti pequenote, guri tentando montar nas ovelhas, e eu naquela época com as malas prontas para cumprir a vontade dos nossos pais e ir estudar no Rio de Janeiro. Não foi fácil, meu querido irmão: o Colégio Dom Pedro II era enorme, mas não maior que a faculdade de Medicina. Lembra-te que foram quase dez anos na capital da nossa República Federativa para finalmente realizar meu sonho de conhecer Paris — e lá passei longos quatro anos.


Como bem sabes, também era um sonho voltar para nossa Jaguarão e aqui exercer tudo o que aprendera. A sorte me sorriu quando tive o privilégio de conhecer meu grande amor, Carolina. Tivemos uma vida repleta de aventuras e, naturalmente, momentos de sofrimento com a perda de alguns de nossos amados filhos — dor amenizada pelo amor de Euribíades, Eudóxia e Branca.


Querido irmão, ao leres esta carta deves perguntar-te por que hoje me mostro tão narrativo e saudosista: a vida passou tão rápido. A política, depois de 1882, quando fundei o partido republicano em Jaguarão, nunca mais se apartou de mim. Veio o mandato na Câmara — onde jamais se pensara em um republicano — depois fui deputado da província e, para completar, participei como constituinte naquele ano de 1891. Depois veio o Júlio, como primeiro presidente constitucional do Rio Grande; quase me obrigou a aceitar sua imposição para eu ser seu vice-presidente. Tu conheceste o Júlio: não aceitava recusas e era deveras convincente. E assim tive de me desdobrar entre a Vice-Presidência e a presidência da Assembleia dos Representantes do Estado. Lembra-te que, em virtude disso, recusei disputar uma vaga ao Senado — por nossos ideais republicanos, meu querido irmão.


O que parecia inimaginável aconteceu: tu muitas vezes me disseste que era um caminho natural — e lá estava eu, presidente do Estado do Rio Grande do Sul, com larga margem de vantagem, três vezes mais votos que o meu oponente. E olha que sequer andei pelas outras querências de São Pedro; fiz-me vitorioso sem sair da nossa fronteira.


Por fim, acho que tudo valeu a pena, e consegui fazer muitas coisas. Tu, que por muitas vezes estiveste à frente de governos, sabes que os desafios eram grandes. Dei início à obra do Palácio Piratini; pude homenagear meu amigo Júlio erguendo-lhe um monumento; realizei a obra do cais do porto em Porto Alegre; ajudei a nossa Faculdade de Medicina; criei a colônia de Erechim e finalmente elevei a vila de Caxias à categoria de cidade; ratifiquei as questões da fronteira com o Uruguai; fui incansável nas questões agrícolas e pecuárias e tratei da saúde com todo o meu conhecimento.


Mas, depois de tantos feitos, meu irmão, precisava voltar para a minha terra de coração, e entreguei o governo ao Borges e vim para a fronteira. Lembras quando te disse que iria descansar e voltar ao meu ofício de medicina? Tu duvidaste — e hoje sabemos que tinhas razão: não deram nem seis anos de descanso e a política me reencontrou, para cumprir aquilo de que havia declinado anteriormente por motivos republicanos. Lá fui eu para o Senado Federal. Foram dez anos na Câmara Alta, mas minha saúde convenceu-me, mais uma vez, a voltar para nossa terra.


Depois de todas estas linhas, saberás a razão da minha carta repleta de saudades e lembranças: tua querida cunhada, que tanto te admirava, fez sua passagem, deixando meu coração com um vazio enorme — foi-se minha Carolina. E eu estou aqui, na terra onde tu nasceste, à espera da minha vez para ir ao encontro dela.


Abraços do teu querido irmão,
Carlos.


Autor Renato Jaguarão.

Carta de despedida

Meu coração já te tem como dono.
E eu sei.
Você o quer como seu.

Ah!
Mas esse meu coração teimoso
Não entende
Meu ser é livre e ilimitado
Não quero mudar meu jeito de viver.
Não se apegue em mim
Pois eu sou assim!

Eu te amo!
Mas não te quero,
Não posso ficar com você.

⁠Uma ⁠carta para a depressão:
Porque a dor nunca passa?
Poxa! eu juro que estou tentando, será que você não pode me deixar ser feliz de novo? Eles dizem que vai passar, mas você já levou meus amigos, meu pai, a mim mesma... e eu continuo aqui, mas dessa vez sem esperanças de que vai passar.
Eu perdi tudo que eu tinha, meu sorriso, minha alegria, minha vontade de viver..
Você continua me tratando tão mal e eu mesmo te odiando tanto, não consigo te deixar. Você me fez acreditar que ninguém me ama e talvez seja verdade... sempre que a tela do celular acende meus olhos brilham juntoesperando uma mensagem ou um ''eu te amo'', mas nunca é. Afinal quando foi a ultima vez que alguém me disse isso sinceramente?
Gostaria de sentir as dores da vida, como uma decepção, um término ou até uma facada, posso parecer cruel, mas talvez doesse menos.
Você é como a morte, sempre está me perseguindo e tentando me pagar, você sussurra como um comentário negativo o tempo todo nos meus ouvidos''desista minha criança, você não aguenta mais essa dor, desista!''você me matou.
Eu gostava tanto de sair, me divertir, pintar ou cantar e você me tirou todos os meus sonhos.
Me fez odiar a vida. E eu nunca irei te perdoar por isso.
Oh céus.. eu tinha tanto sonhos, tinha um brilho único em meus olhos, uma paixão pela vida, como pode ser tão ruim a mim? você chegou em uma noite de fraqueza e se apossou da minha alma e apagou todo o fogo que ela tinha. Como pode? Por que me matou tão cruelmente? por que?
Você me tirou todas as coisas bonitas, minha única vontade era morrer feliz. E agora tudo que tenho é um coração sem cor e completamente quebrado por toda a dor que eu mesma causei a ele.
Onde está o amor? Porque eu não consigo sentir nada? Por favor eu preciso me encontrar! isso é um pedido de socorro.
Estou morrendo, por favor... por que ninguém me ouve? eu imploro por ajuda... mas ninguém aparece.
Ninguém notou, ninguém chorou.. todos se foram e mais uma vez você provou estar certa, ninguém se importa comigo.
O escuro virou minha nova luz, ele está coberto de culpa e pela dor. Peço desculpas por ser assim.
Esse monstro me empurrou de uma ladeira sem volta e nada pode parar a minha queda.
Alguém está vindo me salvar? por favor, me diga que sim, essa é minha única razão de estar respirando agora.
Se apresse se quer me ver,meu amor, eu já estou partindo. adeus.

⁠Carta ao meu passado distante

Debrucei pela tela e revi você, encontrei nas linhas de nossos e-mails a nossa história sem final feliz, as promessas, juras e sonhos que conjugamos um ao outro, e foi então que perguntei ao meu passado: por quê? Se éramos tão jovens, cheios de expectativas, se a cidade era nossa e os sorrisos eram fraternos. Ao reler cada linha, eu voltei e encontrei o menino feliz, o menino encantador, o menino que bateu em minha cara e pediu "acorda", pois ali estava eu e meu passado, afrontando suas linhas e seus desejos, seus pedidos e seu "eu te amo" no final de cada e-mail enviado. Onde erramos? Onde pecamos? A ponto de não perceber que a felicidade vai embora tão logo quanto chega? Hoje, quando os fios brancos aparecem, costuma me cobrar tanta coisa, e talvez reler esses contatos me fizeram perceber o quanto fui omisso, o quanto errei, o quanto não valorizei. A vida cobra por cada detalhe, e o tempo não perdoa nosso passado distante.

⁠ carta aberta para:a-t-i

hoje passei o dia pensando em ti.
pensando em como sera quando tivermos somente nos.
sera que é cedo de mas para pensar nisso?
cada hora que passa,me caio nos meus pensamentos.
sera que el esta bem?
sera que el realmente me ama?
sera que vamos ser feliz?
cada segundo que passa,tenho a certeza de quanto te amo
tenho a certeza do quanto quero estar com voce, e principalmente
tenho a certeza de que voce e a pessoa para mim.