Carlos Drumond de Andrade Contagem do Tempo

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Aquele que engole Sapos,
Quase sempre pensa Dragões!⁠

⁠Tenho vários livros dentro de mim,
mas não consigo escrever, uma linha!

⁠Aquele que vai pra Guerra ou pra "Disney", não volta!

⁠Primeiramente faça silêncio.
Depois, faça tudo em silêncio!

⁠Amizade verdadeira, tem sovaco molhado no ombro!

⁠Não saberia dizer qual o meu maior sonho.
Mas você foi o mais próximo que cheguei desse sonho!

⁠Algum dia assim como Chico, também desejo sair à francesa e bem no meio de festa.
Me agrada ainda a ideia de morar no Céu, mas viver no inferno como fazem os anjos.

⁠Um dia você se dá conta de que não está cercado de inimigos mas, de espelhos!

⁠Há momentos que vejo meu Anjo, naquilo que vem de você.
Num gesto, numa fala, ou até mesmo num breve olhar.

Pare antes do saciar ou, odiará um reencontro⁠.

⁠Cidade pequena tem dono!
Quem não é dono, é parente...
Quem não é parente, é compadre...
E todos pescam no mesmo rio.

⁠Você pode sim, ter uma opinião sobre mim.
Só não me fale, a menos que eu peça.

⁠vontade e motivos eu tenho.
Mas, não posso sair por aí
fechando portas.

⁠Tem boca que fala bonito,
Tem boca que beija bem.
Tudo junto, é raro...
Mas porque tens,
Me cala fundo!!

⁠Sem sapatos,
não se pode dar
Lições de vida.

O ano passado

O ano passado não passou,
continua incessantemente.
Em vão marco novos encontros.
Todos são encontros passados.

As ruas, sempre do ano passado,
e as pessoas, também as mesmas,
com iguais gestos e falas.
O céu tem exatamente
sabidos tons de amanhecer,
de sol pleno, de descambar
como no repetidíssimo ano passado.

Embora sepultos, os mortos do ano passado
sepultam-se todos os dias.
Escuto os medos, conto as libélulas,
mastigo o pão do ano passado.

E será sempre assim daqui por diante.
Não consigo evacuar
o ano passado.

Carlos Drummond de Andrade
Poesia Completa, Rio de Janeiro: Nova. Aguilar, 2002.

Há uma hora propícia ao arrependimento: a da morte, quando já não é possível nos arrependermos dele.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas: aforismos. Rio de Janeiro: Record, 1990.

A obra de arte é o resultado feliz de uma angústia contínua.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas: aforismos. Rio de Janeiro: Record, 1990.

O artista plástico violenta a realidade para melhor ou para pior; é um terrorista bem ou malsucedido.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas: aforismos. Rio de Janeiro: Record, 1990.

⁠Se tens algo a dizer, mas que não possa ser inteligível, ainda que importante e necessário, melhor não dizê-lo.