Carlos Drumond de Andrade Contagem do Tempo
Perdido
Pedido, mas aonde? não sei!
Dentro de um local escuro, apertado, sozinho.
Perdido, mas aonde ? não sei!
Dentro da caixola ou dentro da estrutura óssea.
Perdido, mas aonde? não sei!
Dentro do que deveria ser meu lar.
Perdido, mas aonde? não sei!
No que deveria identificar, entretanto não consigo reconhecer.
Perdido, mas aonde ?
No corpo que deveria me pertencer o qual habito sem me encontrar.
A impressão é que estamos sob o efeito colateral da "torre de Babel", mesmo com todas conexões possíveis. Há um constante desalinhamento das semânticas, um frequente desencontro de linguagens. Me perguntam por quê? Nos "acostumamos" a ter pressa.
Sabe quando foi que deixamos de enxergar a alma das pessoas e nos conectar a elas?! Quando passamos a ter medo de encarar nossa própria verdade, profunda e dolorosa.
Ouvi seu toque da espora.
Quando lhe colocou para fora.
Com meus olhos o vi.
E suas marcas não esqueci.
Na rota do denso mato.
Passou um cavalo manchado.
Dos cantos do Sul afastado.
Ouvi do tobiano pintado.
Quando em casa cheguei.
Naquele cavaleiro eu já pensei.
Cavaleiro ao partir trajou a manta.
E montou sua égua pampa.
Lembranças da época de menino.
De pequeno queria um equino.
Seu desejo era visto passageiro.
Mas adulto apaixonou no arreio.
Cresceu sem viver oque amava.
Mas a paixão ele amamentava.
Já velho conheceu um amigo.
Este para ele muito querido.
Empático chamou e lhe ofereceu.
Um cavalo que agora seu.
Disse para que possa começar.
E aquela criança passou a chorar.
O envelhecido voltou ao passado.
A seu amigo disse obrigado.
O desejo de coração ardente.
Agora podia seguir em frente.
Aquela criança eu pude voltar.
E adiante seguirei a sonhar.
Couro que foi preparado com gratidão.
Fibra que foi moldada com harmonização.
Aço que foi transformado com beleza.
Produto esbelto e de digna natureza.
Feita pela mão da maior paixão.
Ele disse ser seleiro por profissão.
Digno o homem que a criou.
Que nas minhas mãos me encantou.
Quando nesta peça decidi me subir.
Meu coração e alma pude sentir.
Bendito seja estes que amados seleiros.
Que nos dão luz como cavaleiros.
Nem a mente, nem o corpo, nem o espírito anseiam por teoria ou conhecimento, mas sim por experiências reais.
- Como um faisão ao voar
Como um faisão ao voar;
Eu levo minha vida;
Bela e Exótica;
Ao me calar;
Faço com que o restante cale-se;
As lágrimas de um faisão;
Onde estou?;
Senão;
no coração.
É muito difícil lutar contra uma má reputação;
Tente ao máximo lutar para não tê-la, faça o que der para obter uma reputação de um tolo, mas a mente de um sábio.
Humano Demasiado Humano
O Humano
Quando é Machucado
Observa com solidão
Que ele é machucado por outro Humano.
É preciso ver além
Outros veem além do além
Mas o verdadeiro além
Está em olhar os verdadeiros pobres
Eles são a fonte de toda a felicidade no céu
Na terra
Nos mares e oceanos.
Os Humanos são demasiadamente Humanos
Pois veem o além na futilidade
Eles veem o forte no fraco
O velho no novo
E o idoso como um tosco.
Eu repito neste verso
Humano
Demasio
Humano.
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