Carlos Drumond de Andrade Contagem do Tempo

Cerca de 226557 frases e pensamentos: Carlos Drumond de Andrade Contagem do Tempo

⁠SE VOS SENTI...

Ah! Tempos idos! Ah! ido Fado!
Quão duro a sorte por ti decidida
O tempo passa, fugaz, de partida
A candura. Acrescendo o passado

Deixaste-me na ilusão apaixonado
Pranto e choro tu encheste a vida
Então, resta haver a alma garrida
Deixando o êxito, feliz e dobrado

Ah! quanto mais se poetar querer
Se quer mais uma afeição querida
Que fico duvidoso se vos senti...

Então, aquela sensação de perder
Na garganta, na impressão ferida
Lacrimejo o que tolamente pedi!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Araguari, MG - 15/07/2021 - 09'28"

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Página Virada

O tempo é veloz
É folha de outono amassada
É saudade num retrós
Fazendo da alma amarrotada
Ah! Poema de nostalgia
Com rimas em preto e branco
Que dói no peito sem serventia
O fado com crueldade e tão franco
Sim, quer me enganar com ilusão
Escondendo a vil realidade
Do poeta que fantasia a emoção
Bordando sonhos e felicidade
Nada sobrevive sem quimera
Nem tão pouco o amado ou amada
São flores sem validade na primavera
Oh! Tempo. Na desilusão, página virada...

(Não se pode ao sentimento esconder,
o meu amor não existe sem você)

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03/01/2015, 22’18” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A SÚPLICA

Inspiração, há um tempo, um certo dia
Ideei amor, que eu ainda não houvera
Ideado, uma paixão que fosse sincera
Na poética, tal a uma emotiva poesia

E eu aqui na tocaia do que não viria
Poetando de primavera a primavera
Crédulo, insistia na furiosa fantasia
Onde meu sonho vive à sua espera

Ó má sorte, porque toda essa sofrência
Na alma que só deseja ter a inocência
Dum amor? E não mandas dos perversos

Sentimentos. Que cava a meta da vida
Numa dor da prosa atroz e desmedida.
Então, suplico por graça, fazendo versos!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/01/2021, 12”01” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠RELÍQUIAS

Num velho sentimento de um passado
que no matiz do tempo já tem outra cor
retalhos do versar, assim, relembrado
poetizam em prosa, a saudade, o amor
São sussurros, juras, hino apaixonado
que se transformaram em vazio e dor
restos de olhares do estar enamorado
e a recordação daquela concedida flor

Ah! breve a ação do fado que aparta
deixando no espirito lembrança farta
de sensação aflitiva que doridas são
Relíquias... de valedouiro tão presente
guardadas em uma poética tão latente
dos versos reminiscentes no coração!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 março/2022, 12’47” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

Os homens da sua geração ignoram a saúde mental por muito tempo.

Inserida por pensador

⁠A VELHA POESIA

Modificou o tempo meu, está distante
Mas a velha poesia teima na saudade
Guardou cada rima dante e o instante
Daquele tempo, de poética felicidade
E agora, a velha poesia, claudicante
Passada... poetisa tudo sem vaidade
O sentimento, nos versos, arquejante
De tanto que penou e tanta soledade

Acho a velha poesia, então, tão igual
Mesmo envelhecida todos estes anos
Não perde aquele suspiro n’alma, real
De sensação cheia, cheia de fantasia
Ela peleja, ela nubla, tem desenganos
Mas, glorifica o amor, a velha poesia!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 fevereiro, 2023, 18’46” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠NOS BRAÇOS DA SAUDADE

Olhando pelas gretas do passado
Que já se foram pelo tempo afora
E tão recente me é aquela aurora
Que chora o sentimento. Povoado
De recordação. Ó gosto salgado
Que escorre do suspiro e implora
Os momentos idos, já sem hora
Cheios de memória e significado

Ah! dias meus que se foram, traste
Deixaste doce emoção, guardaste
A sensação do que foi a jovialidade
E resta-me agora, apenas recordar
As várias estórias e nostálgico pesar
Cá a reviver, nos braços da saudade.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 novembro, 2023, 15"43" – Araguari, MG
*paráfrase Sá de Freitas

Inserida por LucianoSpagnol

Porque eu penso nela o tempo todo. Porque ela me surpreende, porque me faz rir e porque isso, o que quer que eu tenha com ela, é a única coisa na vida que eu faço com facilidade.

Inserida por pensador

⁠Erros

Vou pelo tempo e que no tempo aflito
A prosa sentimental, tropega, suada
Poesias que tagarelam com o espírito
Das faltas, vou indo pela madrugada
Poética, sofrente, fincada no infinito
Escrito no rigor de uma rima pesada
E nos meus enganos o olhar contrito
Colocando a minha alma pendurada

De tudo que finda, a vida que passa
A passo largo a ilusão que escassa
Assim, gerando nas causas, aterros
Então, equívoco e acerto o destino
Ferino autor... num quase desatino
Saturando o fado com infindos erros

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2023, 19, agosto, 20’14” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Ele era meu amigo, mas foi há muito tempo. As coisas mudaram. Nós dois mudamos.

Star Wars: Histórias do Submundo
1ª temporada, episódio 6.
Inserida por pensador

⁠Vivência aos 90 anos

Gasta-se o tempo em verso
a vida tentando o descrever
na alma o seu imerso
o pensamento tentando ler:

- Inquieto, vivo... os 90 anos!
Ele tão dentro, a vida tão fora
Inquieta vive
Uma vida corrida, de planos
De prosa, momento,
Custa o que se sente
Não importando o declive
Se vai inteiramente
Da sua maneira
Tendo uma vida inteira!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/09/2022 – 08’41”, Araguari, MG
*para os 90 anos de Daisy Lemos Dorazio

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A VELHA RUA

Passou o tempo, ligeiro, distante
e a lembrança ainda uma guria
guardou aonde brinquei bastante
aquela velha rua... terna poesia!
Então, encanecido e inquietante
saudoso quis revê-la. Tão vazia
suas calçadas. Estreito instante
velhos momentos, velha alegria

Achei, por ali, tudo tão desigual
outrora garrida, agora com danos
avelhada, cansada, quase casual
Casas idosas, calçamento mordaz
iguais a mim, se foram os anos
e a velha rua, por fim, contumaz!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 de maio, 2022, 16’34” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ALGUÉM

Por muito tempo procurei pela tal poesia
falando de amor, mas, sempre esquivou
cheguei a achar que a inspiração acabou
sequer iria ter a textura, a incomum magia
E, de tanto procurá-la, na poética aportou
os encontros, os desencontros, uma folia
que nem bem surge e foge da companhia
deixando o vazio, tentando um novo voo

O tempo passa, passou, e vai passando
que leva o verso sempre a ficar buscando
quem nunca, por um amor não escreveu?
Pois, na tentativa da prosa sussurrante
cruzei com o olhar em distinto instante
e o alguém, hoje, contém no verso meu!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de maio, 2022, 19’19” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SOFRENTE CANÇÃO

O tempo amarelou meu verso apaixonado
Porém, não afastou aquela ilusão sonante
Deixou o instante imaculado e no passado
De modo nostálgica a saudade sussurrante
E, cá, eu, pelas bandas desde meu cerrado
Com sensação no peito e emoção gigante
Tão distante, me vejo, num suspiro calado
Com uma faiscante aflição, tão devorante!

Que pena! Tudo parecia não ser engano
Teu olhar tinha o sonido dum suave piano
Trazendo aquele sossego para o coração...
Mas a poesia que aparentava mais sentido
Na privação o meu desejo tornou-se diluído
Em dor, em solidão e uma sofrente canção!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 de agosto, 2022, 16’58” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠NOVAMENTE (cerrado)

Inverno, secura no cerrado, tempo ateu
Galhos desfolhados, chuviscos cobiçosos
Numa imensidão dos diversos frondosos
O ipê, na aspereza, com beleza floresceu
Melancólica brisa, surgiu, e se escondeu
Aquele horizonte em devaneios saudosos
Aguerridos gramíneos em vigores teimosos
Cá em agosto no planalto, singular apogeu

Tudo empoeirado, rara aquela boa aragem
O vendaval se atirando no infinito do nada
Desnudado os tortos galhos, díspar imagem
Mas, o cerrado convertedor, intensamente
Passa tão audacioso pela árdua temporada
Para em outubro, viçoso, brotar novamente

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 agosto, 2022, 16’16” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠POÉTICO SONETO

Pode passar o tempo, seguidamente
Pode haver estória sem ter fomento
Mas quando o poeta fica sem alento
A prosa se torna morna inteiramente
Anos a fio, tendi ir em frente, tente!
Ou viver somente carente e sedento
O fado, por certo, deixará fragmento
E o versejar não terá parte da gente

O poema chora, fica contente, é amor
Desta vertente a sensação é um teor
Tem prazer, dor, mas nunca obsoleto
Tudo, o acaso, ao trovador é paralelo
Traçando um sentido delineado e belo
Contado, então, num poético soneto!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 agosto, 2022, 19’36” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

Deus está te dando uma benção que vc a muito tempo tem pedido, ele ouviu o teu pranto e lamento, ele sabe da tua necessidade. E ele te diz, seja fiel a mim, e tudo te darei, permaneça na minha graça e te farei próspero sobre essa terra, e viverá em alegria. Mas não retroceda do caminho que já percorreu, afaste se do ímpio, que é como a moinha que o vento vem e espalha.
Vc pediu e eu te dei, seja fiel e eu te darei muito mais...
-
A paz de Deus seja convosco.

Inserida por lukas_rodrigues_1

⁠O RELÓGIO...

Na solidão do aposento, moribundo
Na penumbra que, no vai e no vem
Range o tempo segundo a segundo
Neste silêncio, só penso em alguém

Instante que tilinta tão profundo
Fundo, que reverencia ninguém
Tem ou não tem, querer fecundo
Do meu amor, no qual quero bem!

E de ti, “Tic Tac” pulsa o coração
Tudo parece urdir contra mim
Na lira do velho relógio carrilhão

Indago: - infeliz é minha emoção?
O ponteiro circulando diz sim
E o pêndulo balançando diz não...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/03/2021, 14’18” – Araguari, MG
paráfrase Salomão Jorge

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SOMAS NO VIVER...

A gente sonha um pouco cada dia
O tempo vai subsistindo acelerado
As ilusões, uma por uma, na poesia
Da sorte, este devaneio imaculado

A vida é como uma prosa, romaria
De sentimentos, todo encapsulado
Nos prazeres, na tragédia e alegria
E, não se assomar se for enganado

Tudo é do fado, da árdua jornada
Num sobe e desce. A caminhada
E que sempre sufoca o anoitecer

São os suspiros ao léu, mais nada
Trovando cada canto da jornada
E nos forjando as somas no viver...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15/03/2021, 18’18” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O CERRADO É GRANDE

O cerrado é grande, de uma tal imensidão
O teu tempo, e uma lentidão e melancolia
Que a tua calma no silêncio acordar-me-ia
Da preguiça não, mas da sua orquestração

Atração mudável, todo selado. Ó sertão!
É tal vibração que em vós se tem melodia
Tingindo a vida, de um dia pós outro dia
Incertos todos, mas repletos de atração...

Eu vi por aqui, ipês e outras mais flores
Pequi, jatobás, a ventura e desventura
Os tucanos vi desenhar os fiéis amores

Sequidão, e verdura, tudo é mistura
Pintando o chão com variadas cores
Em um tudo mais, o renovo, fartura!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/11/2020, 09’02” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

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