Camelos e Beija Flores Rubem Alves

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Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era a vez
primeira.

Li não sei onde que, numa separação, aquele que não ama é o que diz as coisas carinhosas.

Um dia ele me disse que era uma pena que os homens tivessem que ser julgados como cavalos de corrida, pelo seu retrospecto.

O Boi Velho

Uma das coisas mais ingênuas e comoventes da vida do Barão do Rio Branco era o seu sonho de fazendeiro. Homem nascido e vivido em cidade, traça de bibliotecas, urbano até a medula, cada vez que uma coisa o aborrecia em meio às batalhas diplomáticas, seu desabafo era o mesmo, em carta a algum amigo: “Penso em largar tudo, ir para São Paulo, comprar uma fazenda de café, me meter lá para o resto da vida…”

Nunca foi, naturalmente; mas viveu muito à custa desse sonho infantil, que era um consolo permanente.

Por que não confessar que agora mesmo, neste último carnaval, visitando a fazenda de um amigo, eu, pela décima vez, também não me deixei sonhar o mesmo sonho? Com fazenda não, isso não sonhei; os pobres têm o sonho curto; sonhei com o mesmo que sonham todos os oficiais administrativos, todos os pilotos de aviação comercial, todos os desenhistas de publicidade, todos os bichos urbanos mais ou menos pobres, mais ou menos remediados: pegar um dinheirinho, comprar um sítio jeitoso, ir melhorando a casa e a lavoura, vai ver que no primeiro ano dava para se pagar, depois quem sabe daria uma renda modesta, mas suficiente para uma pessoa viver sossegada; com o tempo comprar, talvez mais uns alqueires…

Meu pai foi durante algum tempo sitiante, minha mãe era filha de fazendeiro, meus tios eram todos da lavoura… Mas que brasileiro não é mais ou menos assim, não guarda alguma coisa da roça e não tem a melancólica fantasia, de vez em quando, de voltar?

Aqui estou eu, falso fazendeiro, montado no meu cavalo, a olhar minhas terras. Chego até o curral, um camarada está ordenhando as vacas. Suas mãos hábeis fazem cruzar-se dois jatos finos de leite que se perdem na espuma alva do balde. Parece tão fácil, sei que não é. Deixo-me ficar entre os mugidos e o cheiro de estrume, assisto à primeira aula de um boizinho que estão experimentando para ver se é bom para carro. Seu professor não é o carreiro que vai tocando as juntas nem o pretinho candeeiro que vai na frente com a vara: é um outro boi, da guia, que suporta com paciência suas más-criações, obrigando-o a levantar-se quando se deita de pirraça, arrasta-o quando é preciso, não deixa que ele desgarre, ensina-lhe ordem e paciência.

No coice há um boi amarelo que me parece mais bonito que os outros. O carreiro explica que aquele é seu melhor boi de carro, mas tem inimizade àquele zebu branco vindo de Montes Claros, seu companheiro de canga; implica aliás com todos esses bois brancos vindos de Montes Claros. O caboclo sabe o nome, o sestro, as simpatias e os problemas de cada boi, sabe agradar a cada um com uma palavra especial de carinho, sabe ameaçar um teimoso – “Mando te vender para o corte, desgraçado!” – com seriedade e segurança.

Ah, não dou para fazendeiro; sinto-me um boi velho, qualquer dia um novo diretor de revista acha que já vou arrastando devagar demais o carro de boi de minha crônica, imagina se minhas arrobas já não valem mais que meu serviço, manda-me vender para o corte…

Eu ia mudar de casa naquele dia. Depois do que acontecera, não queria viver ali nem mais um dia. Ouvi a campainha. Deviam ser os homens da mudança.Se o surto não passasse eu não poderia sair da cama.Os homens iriam embora sem fazer a mudança.

Já foi dito que a conquista da glória é um processo que se inicia com um impulso destrutivo e se encerra com a obtenção de um triunfo vingador.

Fico na frente da televisão para aumentar o meu ódio. Quando minha cólera está diminuindo e eu perco a vontade de cobrar o que me devem, eu sento na frente da televisão e, em pouco tempo, meu ódio volta.

É triste habitar em vários corações, mas ter o próprio vazio. É angustiante ver aquela placa de "doa-se um coração" enferrujada pelo tempo. Ninguém gosta de morar em áreas inseguras. Um dia o beija-flor se cansa e, por ironia do destino, apesar de ter conhecido tantas flores, morre solitário entre espinhos.

Quem pede a mão de uma mulher, o que realmente deseja é o resto do corpo.

O teatro é um meio muito eficaz de educar o público; mas quem faz teatro educativo encontra-se sempre sem público para poder educar.

O problema dos especialistas é que eles tendem a pensar sempre nas mesmas coisas.

Poetas e poesias
Quero ouvir Vinicius,
Sentir Castro Alves,
Pensar, Augusto dos Anjos e Tomé Varela,
Quero ver Camões, Márcio Catunda,
Ver pensamento ouvir sentimentos.
Poetas anônimos, poetas sem pseudônimos,
Quero ver o coração e a razão.
Eloquente indecente.
Quero ouvir, quero sentir.
Poetas consagrados, poetas desolados.
Quero ouvir seu coração.
Onde está a literatura?
Fernando Pessoa, Francisco Carvalho.
Onde esta o cordel?
Poetas desolados por falta de poetas.
Anônimos e sem pseudônimos.
Falta poesia para a falta de poeta.

Rubens Alves dizia que nao haveria borboletas se a vida
nao passasse por grandes metaformoses. Assim somos nos,
euqaunto nao passarmos por grandes mudanças e nao estivermos abertos para essas mudanças, a nossa vida sera sempre a mesma coisa - monotona e sem sentido. Temos que abandonar
o medo, o velho e romper com o mundo da escuridao, ousando e nos proporcionando essa longa metaformose. (Priscilla Rodighiero)

Amar em segredo é como ter asas e não poder voar. (Manoel Alves Branco - Segundo Visconde de Caravelas)

Amar: Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer... E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei, e da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras que te dediquei... O amor é quando a gente mora um no outro. (Mário Miranda Quintana )

Amar nada mais é do que despertar aquele a quem amamos para toda a grandeza de que são capazes. (Anônimo)

Amar não é aceitar tudo. Onde tudo é aceito, presumo que há falta de amor. (Vladimir Maiakovsky)

Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas dar-se ao outro para completá-lo. (Anônimo)

mar o outro é muito mais que olhar para ele... é viver para fazê-lo feliz! (Anônimo)

Amar o outro é sempre ter tempo para ele. (Anônimo)

Amar, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido. (Marcus Vinícius da Cruz Mello Moraes)

Ame como a chuva fina que cai silenciosa, mas que faz transbordar rios. (Anônimo)

Ame seu namorado cada minuto como se fosse o último momento de sua vida ao lado dele, pois assim você terá certeza de que realmente o amou. (Anônimo)

Amem-se um ao outro, mas não façam do amor uma prisão. (Anônimo)

Amo você e a vida. Amo a vida e você. Amo você mais que a vida, pois a minha vida é você. (Anônimo)

Amo-o não muito pelo que você é, mas pelo que sou quando estou com você... (Anônimo)

Amor... Como definir? Não defina, apenas sinta. (Anônimo)

Amor de verdade nunca acaba, quando termina é porque nunca existiu. (Anônimo)

Amor é a aceitação de que entre eu e meu semelhante existem muitas e preciosas diferenças a serem respeitadas. (Anna Verônica Manter)

Amor é aceitar um ao outro pelo que são realmente. (Anônimo)

Amor é aquilo que faz a gente sorrir de felicidade. (Anônimo)

Amor é bem mais do que o luar e as rosas... É o dia a dia, é dividir, é acolher e participar... Amor é a vida que vivemos juntos. (Anônimo)

Amor é como uma apólice de seguro: sempre precisa ser renovada. (Anônimo)

Amor é dar um pouco de nós aos outros. (Anônimo)

Amor é o sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem ou de alguma coisa. (Enciclopédia Orgânica de Apoio ao Ensino Básico)

Amor é um fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer. É um andar solitário entre a gente. É nunca contentar-se de contente. É um cuidar que ganha em se perder. (Luís Vaz de Camões )

Amor é uma palavra tão pequena para expressar esse sentimento que tenho por você! (Anônimo)

Amor é ver amor nos olhos de alguém. Amor é ver um rosto iluminar-se com calor e admiração. (Violet Winspear)

Amor não é uma palavra, mas um grande sentimento. (Anônimo)

Amor... não sei se é esse o nome do sentimento que há dentro de mim e que revela-se tão sublime e incapaz de morrer. (Anônimo)

Amor: não têm definição, apenas sensação. (Anônimo)

Amor? Receios, desejos, promessas de paraíso. Depois sonhos, depois risos, depois beijos! Depois... E depois amada? Depois dores sem remédio, depois pranto, depois tédio, depois... nada! (Paulo Menotti del Picchia )

Antes de magoar um coração, vejas se não estás dentro dele. (Anônimo)

Aquele que não sabe repartir não sabe amar. (Anônimo)

Aquele que nunca amou, nunca viveu. (Anônimo)

As mais lindas palavras de amor, são ditas no silêncio de um olhar. (Juliana Silva)

As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. (Lílian Tonet)

As pessoas se desacostumaram a dar amor. Esquecem que amar é uma troca. E ficam carentes pela falta da troca. (Léa Waider)

Às vezes um vento sopra, e os mistérios do Amor se revelam...(David Lynch)

Assim como as plantas, o amor precisa ser regado diariamente. (Anônimo)

Beijar é um exercício maravilhoso. Saudável, mantém a forma, fortalece a musculatura, rejuvenesce a alma e faz bem ao coração. Só tem um efeito colateral: causa dependência! (Anônimo)

Busquei no horizonte uma forma nova de ser feliz.... Nada achei! Busquei na meia-noite uma maneira suave de sonhar... Não adormeci! Busquei então, onde a razão não pode alcançar, fui dentro de mim, bem profundo e quase sem querer te descobri por entre letras mágicas e risos escondidos... te achei! (Anônimo)

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar. (Joaquim Maria Machado de Assis)

Gosto de gente com cheiro de flor quando rir, de coração que flora, de me sentir florida quando olho e de florir quando amo. Eu gosto de florear meus passos e de florescer o jardim que há dentro de mim. Sou flor que cultiva o semear.

A missão foi comprometida. Nós precisamos de ajuda.

Com mulher a gente não discute.
Mulher a gente beija na boca e lhe dá razão.

ele não é meu
porque não dorme comigo
mas também não é amigo
porque me beija e me vê despida
não é meu marido
mas telefona e reparte um passado
que eu queria também ter vivido
não é meu porque não tem roupas
penduradas ao lado das minhas
não tenho dele um retrato
não passa comigo um domingo
jamais ganhei um presente
que não fosse de seda rendada
eu sou a preferida
de um homem comprometido
queria não ser um perigo
uma bomba que pode explodir
e deixar outra mulher arruinada
ele é o terrorista
eu o alvo escolhido
preferia aceitar um pedido
fazer nada escondido
mas ele não é meu marido
não é namorado, não é bom partido
não pode andar ao meu lado
não sabe a que horas acordo
não racha as contas comigo
não fica para ouvir um disco
não é exigido, não é meu parente
e anda sumido
nada é mais deprimente
quando chamo seu número ela atende
e eu desligo

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Eu protegi o teu nome por amor.
Em um codinome, Beija-flor...

Deitar do lado dele. Sem roupa. Abraçá-lo com força. Beijá-lo. Na boca.