Cada um tem de Mim Exatamente o que Cativou e

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A literatura é uma profissão em que se torna indispensável dar provas constantes de que se tem talento para convencer pessoas que não têm nenhum.

A consciência é a faculdade que o homem tem de contemplar quanto se passa no seu íntimo, assistir à própria existência, ser, por assim dizer, espectador de si próprio.

Epitáfio é uma inscrição num túmulo que mostra que as virtudes adquiridas pela morte têm efeito retroativo.

O homem que sabe compreender tem tudo.

Os ausentes nunca têm razão.

Quem não sente qualquer amor, tem de aprender a lisonjear, senão não se arranja.

O sucesso tem feito o fracasso de muitos homens.

Se você quer ter o tipo de relação que seu coração anseia, você tem que criá-lo. Você não pode depender de outra pessoa para criá-lo para você.

Quem não tem necessidades próprias dificilmente se lembra das alheias.

A felicidade é como o sol, e a sombra tem de ser, para que o ser humano se sinta bem.

A ciência não tem pátria.

O amor tem momentos realmente exaltantes: são as rupturas.

O mais odioso da guerra é a paixão que por ela se tem.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

O que o mundo chama de mérito e valor / são ídolos que têm apenas nome, mas nenhuma essência. / A fama que vos encanta, vós altivos mortais, / com um doce som, e que parece tão bela / é um eco, um sonho, melhor que um sonho, uma sombra, / que a cada sopro de vento se dispersa e desaparece.

O coração não tem rugas.

Todo o marido tem a infidelidade que merece.

A multidão nunca tem razão.

A virtude também é uma arte. Eis porque ela tem duas espécies de discípulos: os que a praticam e os que a admiram.

Os fatos são como os sacos; quando vazios não se têm de pé.

Junto à água

Os homens temem as longas viagens,
os ladrões da estrada, as hospedarias,
e temem morrer em frios leitos
e ter sepultura em terra estranha.
Por isso os seus passos os levam
de regresso a casa, às veredas da infância,
ao velho portão em ruínas, à poeira
das primeiras, das únicas lágrimas.

Quantas vezes em
desolados quartos de hotel
esperei em vão que me batesses à porta,
voz de infância, que o teu silêncio me chamasse!

E perdi-vos para sempre entre prédios altos,
sonhos de beleza, e em ruas intermináveis,
e no meio das multidões dos aeroportos.
Agora só quero dormir um sono sem olhos

e sem escuridão, sob um telhado por fim.
À minha volta estilhaça-se
o meu rosto em infinitos espelhos
e desmoronam-se os meus retratos nas molduras.

Só quero um sítio onde pousar a cabeça.
Anoitece em todas as cidades do mundo,
acenderam-se as luzes de corredores sonâmbulos
onde o meu coração, falando, vagueia.