Cada um
Nenhuma forma de expressar os sentimentos pode ser considerada ridícula, cada um sente da sua maneira.
.Se um amor foi grande e se foi, outro não vai conseguir minimiza-lo, cada um tem sua intensidade particular.
Em cada um dói uma dor,se nos ocupamos em cuidar da dor do outro,esquecemos que algo dói em nós e,simplesmente para de doer.
Cada um é o próprio roteirista da sua história, onde cada um pode atuar como protagonista ou coadjuvante.
Cada um tem seu caminho, alguns abrem trilhas para que os caminhos de ambos se cruzem, ou sejam os mesmos.
Em tempos onde cada um só se preocupa com a própria dor,quem pergunta pela do outro,pode ser chamado de anjo.
Cada um tem seu jardim secreto,e vez ou outra faz visitações,na tentativa de sentir aromas,de lembranças e segredos guardados.
Eu entendo que cada um tem seus segredos,
Em meu armário também tem alguns cadáveres,
Não identificados.
Cada um de nós carrega um Salomão dentro de si: uma mente que aspira à grandeza, mas um coração que tropeça nos próprios desejos.
Cada um de nós carrega um Salomão adormecido dentro de si: uma mente que almeja a grandeza da sabedoria, mas um coração que, entre desejos e dilemas, muitas vezes se perde nos próprios labirintos.
No fundo, ninguém sabe o que se passa dentro de cada um. Ninguém tem o direito de condenar ou julgar; talvez tenhamos apenas o pequeno direito de tentar ajudar.
Ninguém sabe o que se passa dentro de mim: as noites mal dormidas, as despedidas, os reencontros.
Ninguém sabe o quanto dói quando a luz se apaga.
Ninguém sabe o que me faz sorrir quando o sol se põe.
Ninguém conhece a minha alegria, nem a minha dor.
Nildinha Freitas
ORAÇÃO E REZA (Victor de Oliveira Antunes Neto)
Indubitavelmente, cada um de nós aprendeu a orar quando criança. E desde então nos dirigimos ao nosso Deus vendo-O como um ente poderoso que está alto e distante: oramos para a intangibilidade... Nossa reza é carregada de duvidas; esperamos após nossas suplicas, que tudo seja na mesma medida de nosso suposto merecimento. Talvez tenhamos estado francamente equivocados, pois desde criança... Acho que aprendemos a orar errado; contrario senso ao que Jesus pregou... É que nos dirigimos a Deus no nosso singular, apresentamos-Lhe nossas queixas e incontáveis pedidos de soluções a tudo o que nos solapa os sentidos, diuturnamente... mas nossa oração é solitária, de um ente que pede, e que o faz, só.
Oh!... oração pessoal e indivisível, almejamos as respostas de um mundo nosso, assaz, indivisível; assim quimeras acontecem até; e vaem por força do acaso e do tempo; as paixões doidivanas que entabulamos, pontuais nessas orações constroem nossas certezas, e nossas duvidas: afinal que Deus é esse que não escuta nossos apelos?
Intuitiva segue a oração, no auge de cada necessidade premente, e cada desespero pontual ou premonição...
Em um momento fugaz então, percebemos o equívoco, dessa oração comiserada de nós... e percebemos que não é oração, mas reclamo...
Ah!...que venha a reza verdadeira...onde me uno a todos os entes do Universo, e não discrimino nenhum... não pedirei mais por mim, mas rezarei por outros... todos os entes do Universo, e entrarei em rede, em corrente...
E ... vou rezar por todos... e com todos, para que um novo mundo apareça, incólume; fruto da união de todas as almas, construído pelas consciências dos que se importam com tudo...
Ah! Reza verdadeira...onde encontro o som do silencio de todas as rezas... onde sei que Deus não se tratará alto e longe... onde me dou o espanto de sentir e saber...
Reza... Ele não está Alto e longe, nem sequer intangível..., senão em nós, todos nós, em rede em corrente, em reza... eternamente em nossa consciência; em nós, no âmago, e na plenitude de sua revelação. Meu pai querido, sua bênção!...
- Feliz Natal! (Victor de Oliveira Antunes Neto).