"A troca da Roda" Bertolt Brecht
Não lhe impressiona o homem trocar a moralidade pela sensualidade, o luxo pelo lixo e a ética pela aberração?
Não lhe impressiona o homem trocar a moralidade pela libertinagem, o luxo pelo lixo e a ética pela depravação?
A troca de mercadorias ou a negociação de compra e venda dentro da casa de Deus, é de fato, merecer de novo o azorrague de Jesus.
Não adianta ficar repetindo aos quatro ventos te Amo,
te adoro, você é minha vida, blá, blá, blá...
Troca toda essa representação por ATITUDE de ser...
Sendo criança, sentimos ânsia pra ser adulto.
Somos adultos e sentimos desilusão de não termos sido a melhor fase que foi a infância.
Se alguém desiste de lutar pelo papel que exerce na vida do outro, ele pode deixar de existir para esse outro.
Favor você faz quando é possível, viável. Seja para quem for, favor não é obrigação, é circunstancialidade. Observe que quando você diz não, você desagrega. Se você pode comprar um serviço, não peça, compre-o. Favores são como cartas para serem usadas no futuro por quem os faz. Raras são as pessoas que não usam favores como moeda de troca. Seja raro.
Não pense que não a vi me observando na festa, e que a vontade de se aproximar era imensa, pois como dois amantes nossas almas se entrelaçaram eternamente...
Mas bem sabes tu que não há nada que possamos fazer, pois além do desejo ardente em nossas mentes bem sabes que nossos olhos estavam se despedindo um do outro.
BOOOM DIIIA!!
"Reciprocidade"
Substantivo comum que tem seu sentido voltado a uma ação, mesmo não sendo ele um verbo.
Toda ida aguarda um retorno!
A verdadeira pedagogia para o autista, se baseia na sensibilidade da troca, entre tradicionais conceitos pedagógicos e novos conceitos de focos autistas.
Se a lei da física diz que duas coisas não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, a única coisa que podemos fazer para tirar o foco de certos pensamentos é substituí-lo por outro: troque um pensamento que te faz mal por um outro que te faz bem.
A felicidade do próximo deverá ser a nossa felicidade também. É uma troca, um reflexo, um vai e vem; como um espelho quando reflete na nossa alma.
Muitos humanos são uma droga. Quando querem usar outros fingem não perceber pra depois começar a inverter... O ego fala mais alto e a culpa é sempre direcionada; oculta hipocrisia que nunca existiu. Era tudo tão perfeito sem ofertar nada e sempre cada vez mais só oferecer troca em palavras, varias falsificadas.
Rodrigo
Ana, minha querida,
Dizem que o amor acaba, que o amor termina. Mas não é verdade. Nada acaba, tudo dura, continua e se transforma.
Enquanto eu aguardava aquela cirurgia, mil anos se passaram. As duas estavam lá dentro e eu pensava: “se acontecer alguma coisa com elas, eu morro!” Dizem que passa um filme da nossa vida na nossa cabeça. E por isso eu vi: vi vocês duas, meninas, chegando na nossa casa. Vi nós três juntos, ainda pequenos e tantos e tantos momentos. Vi você erguendo taças, troféus. Tua imagem na revista, inacessível, distante da criança que eu era. E que você era também.
Depois a nossa fuga de casa, veio o nosso medo, veio a nossa coragem, veio o salto sem rede que tantas vezes se chama amor. Vi você indo embora, sendo levada de diferentes formas, tantas e tantas vezes. E depois vi você voltando e no fundo de seus olhos, como num rio, tudo que a gente não tinha vivido. A partir daí eu me vi dividido entre dois amores, entre duas vidas: uma que eu estava vivendo e outra que eu jamais tinha podido viver.
Durante os meus piores momentos enquanto eu aguardava naquela sala, foi como se a doença da nossa filha tivesse me curado. Eu entendi que não tinha mais divisão nenhuma. O que tinha sido vivido, o que tinha ficado pra trás, tudo, era parte de uma mesma história, de uma mesma vida e de um mesmo sentimento: amor. E foi então que eu vi nós dois juntos cruzando a fronteira.
Ana
Como se eu tivesse alcançado a outra margem de um rio. O rio onde a gente se amou pela primeira vez, o rio do meu acidente, mas sempre um rio. E porque naquele momento eu precisava ser forte, finalmente, sem escapes, eu consegui atravessar aquele rio eterno. Como se num instante, eu tivesse vivido todos os anos que ainda estavam parados em mim, me esperando.
Do outro lado da fronteira, que sem perceber nós já tínhamos cruzado, uma infância compartilhada, uma adolescência truncada, uma juventude não vivida. Do lado de cá, dois adultos maduros finalmente libertos daquele fardo pesado feito de lembranças, de sonhos antigos. Porque há novos sonhos do lado de cá da fronteira. E agora podemos viver!
Lícia Manzo