"A troca da Roda" Bertolt Brecht
Aquele que envelheceu,
não sonha mais impossíveis.
Conformado e conformista,
o mundo é o seu cansaço.
Ele é o que já foi
e o futuro será igual.
O passado que não existe
habita o presente morto.
Envelhecemos quando o que fomos
é maior do que o que somos.
Ordem e desordem, portanto, são conceitos funcionais. Caos, para o homem, é tudo aquilo que não se ajusta aos seus padrões de ordem, a esquemas perceptuais inatos ou ad-quiridos.
O caos não existe em si, mas referenciado a um dado sistema. Pensamos que a natu-reza é paradoxal, porque acreditamos na repetibilidade absoluta das coisas. Pensamos que só é verdadeiro aquilo que se repete.
Se o homem permanecer durante algum tempo naquilo que ele denomina de caos, em breve descobrirá uma ordem no caos. A ordem é hábito.
O mundo é o que tecemos
juntos todos os dias.
Tecelões e tessitura,
somos mãos e somos linhas.
O mundo é carne e tecido,
seres, fatos e coisas
vestindo o nu existir.
Volta!
Sangrado,ferido e cheio de dor
Não sei mais se continuo nesse temor
Só sei que um dia isso vai acabar,
Eu mesmo vou dar um jeito nisso
Meu coração entá doente
Está iludido e carente,
Parece que lá no fundo por mais que eu tenha tentado evitar
(Eu juro que tentei)
Ainda ão consegui esquecer você.
É bem verdade que os corações abandonados se julgam incapazes,
Mas você vai voltar pra mim,
Mesmo que eu nunca tenha tido você de fato
Sei que se eu não consigo viver sem você
Você também não vai me esquecer.
Queria que tudo no mundo fosse
De mentira
Mas acho que já é
De mentira
Os sentimentos que dizem ser de verdade
Na realidade é de mentira
Amor...
Chama-se paixão
Paixão...
é amizade
No mundo certamente existe a mentira
E a verdade
Dois caminhos que confundem
Eu te amo
Será que estou dizendo a verdade?
Meu País Desgraçado
Meu país desgraçado!...
E no entanto há Sol a cada canto
e não há Mar tão lindo noutro lado.
Nem há Céu mais alegre do que o nosso,
nem pássaros, nem águas ...
Meu país desgraçado!...
Por que fatal engano?
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram?
Meu Povo
de cabeça pendida, mãos caídas,
de olhos sem fé
— busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da miséria se te esconde.
E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem dó
com o lume do teu antigo olhar.
Alevanta-te, Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclama filhos mais robustos!
Meu Povo anémico e triste,
meu Pedro Sem sem forças, sem haveres!
— olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que só por Amor te não desprezam!
O sábio, quanto mais sabe, mais se isola. A sua convivência com as outras pessoas é sempre superficial. Porém isso não o torna um misantropo. Pelo contrário: ele é afável com as pessoas, mas só se relaciona com elas em assuntos triviais. Embora acostumado às profundezas, ele sabe, nos momentos necessários, subir à superfície e até mesmo divertir-se com as pessoas comuns.
não quero mais ser a mesma...
mudei sera que ninguem percebeo..
não quero mais aturar desaforos...
quero me divertir caiar na lama, cantar, sorrir
dizerr NÃÃOO
largar as bonecas pra poder viver uma aventura, uma aventura sem fim..
Presença
Entra-me em casa o murmúrio do mar
e ao fim da tarde assoma na janela
uma gaivota que me vem deixar
a mensagem mais simples, mais singela,
que podia na vida desejar:
esta certeza de que estás comigo
mesmo quando te ausentas e eu invento
mil e uma formas de escutar no vento
o eco das palavras que te digo.
Paixão
A vida ou é paixão ou não interessa,
tudo o mais é somente imitação
e, por mais que dês voltas à cabeça,
não acharás outra razão
que dê sentido a esta caminhada
de aparente rumo ao nada.
Apenas a paixão sabe explicar
o que não tem qualquer explicação:
esta urgência de se dar
sem supor compensação.