Brincar de Amar
O
suicida
não possui
riqueza alguma
pois o Dom maior
das riquezas
O Amor
ele não sente por
si próprio
No silêncio da alma
Lá fora o som da vida me convida a acordar,
A abrir os olhos para admirar a beleza que me cerca,
Ao pensar na beleza da vida, me vem você ao pensamento,
Simples como um piscar de olhos,
E complexo como universo,
Assim tento explicar para mim mesmo o que sinto,
Um mesclado de todas as coisas boas da vida,
Como se fosse à receita da felicidade eterna,
Felicidade essa que só poderei encontrar ao seu lado,
Companhia que aguardo ansioso a todo o momento,
Chega ser até involuntário, esse ato de pensar...
Que me leva mais além... Leva-me a sonhar,
Esses sonhos que são a rotinas para um apaixonado,
Destemido do medo do sofrer,
Encorajado pela verdadeira busca do amor,
Amor esse que vai além das traduções escritas...
Que só pode ser relatado pelas traduções sentidas,
Lá no fundo da alma,
Onde palavras não são bem-vindas,
Onde a maior declaração se diz calada,
No silêncio do coração,
Na profundidade dos olhares,
Na breve eternidade de um abraço,
Lá te espero todos os dias, momentos...
Tendo a certeza que um dia te encontrarei.
Para um poeta escrever é como viver, temos o díficil dever de escolher sabiamente as palavras que regem a vida.
CRIME
Ela me assaltou, roubou minhas noites
No relógio as horas não passam, os minutos e segundos se arrastam
O tempo insiste não passar
A madrugada está fria e esfria
A esperança de te encontrar
Nem sei mais quem sou, você aguçou minha existência
O que mais queria era te abraçar
E derramado nos teus braços esquecer...
Esquecer o tempo, as madrugadas frias que passei sem sua companhia
Beijar seus olhos
Olhar seus lábios.
Talvez o maior crime que você cometeu não foi roubar-me de mim,
Mas seqüestrar meu sorriso, meu sono, minha tranqüilidade...
Seqüestrar meu coração,
Sem ao menos deixar uma possibilidade de resgate.
O querer que quero e que não quero
Não quero ser a melhor companhia, quero apenas ser uma presença aprazível.
Não quero ser rico, quero apenas ter o suficiente para viver dignamente.
Não quero ser o melhor amigo de alguém, quero apenas ser alguém melhor para meus amigos.
Não desejo ser admirado pelos outros, quero apenas o direito de admirar aquilo que acho certo.
Não quero ser tachado de religioso, quero apenas o direito de expressar minha fé.
Não quero conquistar mulheres diferentes todos os dias, quero apenas uma para ter a oportunidade de conquistá-la de uma maneira diferente todos os dias.
Não quero ter muitas mulheres aos meus pés, quero apenas uma e em pé ao meu lado.
Não quero apenas casar, quero escrever uma linda história de amor digna de um romance.
Não quero que você leia isso e me admire ou sinta pena de mim, quero apenas que você acredite que pode ser melhor do que é sem precisar pisar nos pequeninos e que existe dentro de você uma força sobrenatural de superação.
Não quero que você acredite em mim, quero apenas que você acredite em si mesmo, pois só você pode mudar a situação pela qual está passando, com uma boa dose de fé e perseverança.
E por fim não quero ser reconhecido como alguém importante, quero apenas o direito de viver anonimamente na minha loucura.
Sem você
Sem você a vida é como um dia de verão sem sol, tudo é nublado.
É como um céu sem estrelas,
Sem você a vida perde o colorido, tudo é preto e branco.
Uma volta sem ida.
Sem você a vida é uma religião sem fé.
É um olhar sem ver, um tocar sem sentir.
Sem você a vida é um caminhar sem rumo, uma viagem sem destino algum.
Um espelho sem reflexo.
É um livro sem palavras.
Sem você a vida é um carnaval sem samba
É um jardim sem flores
Sem você a vida é uma melodia que não pode ser ouvida
É como esperar por aquilo que nunca chegará
É um sorriso incompleto
Sem você a vida é uma vitória como amargo sabor da derrota
Sem você a vida não é vida, é apenas um vazio que me corrói.
Sem você a vida é como um submarino sem radar, perdido num oceano de saudade.
Uma troca.
Hoje quero fazer uma troca;
Com você minha amiga;
Eu lhe dou algumas risadas;
E em troca tu me demonstras alegria;
Porque não quero te ver triste;
Nem em solidão constante;
Estas coisas são pesadas para ombro tão suaves;
São apenas maldades destes que não lhe dão valor;
Quero vela em harmonia;
Contigo e com o mundo;
Quero ver teu rosto tímido corado;
Suas mãos suando frio;
Curtir o silencia em sua companhia;
Trocar olhares;
E talvez te roubar um beijo;
Mas se isto não for possível.
Quero apenas que saia desta tristeza;
E venha para o calor do meu corpo.
Óculos.
A alma esconde os sentimentos do coração;
Aqueles que você esconde com um sorriso falso;
E quando você olha nos olhos de uma pessoa;
Ao invés de paz total;
Você vê a melodia das chamas;
A cura esta na honestidade;
Não comigo e nem com o mundo;
Quero saber que tuas atitudes não são uma fuga.
Mas teus óculos me atrapalham
Eles refletem meus batimentos precoces;
Minha alma manchada de algo nem tão bom;
E isto por si só é uma cretinice;
Então tire teus óculos;
Esquece tua fuga;
Chore abertamente e grite constantemente;
E me diga...
Como se sente?
Não quero mais encontrar-me, como sempre desejei desde o início do meu oceano de súbitas e incansáveis crises. Aquele ódio que queria escapar por todos os buracos, hoje não me incomoda mais, acostumei-me a isolá-lo apenas em pensamento.
Ele a fazia perder suas inspirações, a fazia procurar as palavras certas, com um pensamento que ia além. Perdia tempo imaginando qual seria sua reação ao lê-la.
O que ele exatamente iria demonstrar quando as mãos, nos naqueles cabelos desalinhados, passassem só para bagunçá-los num ato de carinho.
Ele sabia, que pra ficar ao lado dela teria muitos problemas a enfrentar, mas ele insistia em repetir que não ligava. E prometia parar de elogiá-la, se ela prometesse ao menos tentar gostar.
Se ela quisesse, ele falaria. Se preferisse que calasse, ele calaria. Seguiriam juntos, os dois calados, lado a lado. Talvez, ele olhasse para o lado todas as vezes que respirasse, e agradeceria em pensamento à ela, por ter tido coragem de tentar.
Mesmo tão cansada, não conseguia fechar os olhos, pensou que poderia ser a luz. Levantou-se, então, desligou a luz, e voltou a se deitar. Ainda assim, seus olhos não se fechavam, talvez fosse a dor de cabeça. Levantou-se mais uma vez, mas em direção a cozinha onde engoliu à seco um ácido, e voltou a deitar-se.
Esperou algumas horas até que o ácido fizesse algum efeito. Uma, duas, três, quatro horas se passaram e os seus olhos insistiam em permanecer abertos.