Brincar de Amar
Sexta-feira, 11 de Abril de 2025 São Paulo, SP
Você foi embora num dia qualquer. Eu não pude fazer nada.
Finjo que também não estou aqui.
É mentira (mentiras são amargas como remédio para enxaqueca).
Saudade é isso: um vício idiota como cassinos online.
Ainda olho o celular esperando uma mensagem sua.
O tempo não muda nada.
Hoje me senti um estranho neste mundo,
alguém que se perde nos becos da alma.
Não pertenço a nada, nem a ninguém,
sou uma marca na areia
que a maré apaga sem pressa.
Ontem, me perdi entre o que sou e o que sonho ser,
sem saber quem sou,
nem para onde vou.
Meu coração é um aterro,
um amontoado de sentimentos despedaçados,
palavras que ficaram presas na garganta,
presas na rotina que me apaga,
me mata devagar,
sem trégua,
mas com a certeza silenciosa
de que o tempo me consome.
Hoje, menti a mim mesmo,
e menti a você também,
disse palavras que não calavam,
disse que amava,
disse que me importava,
mas eram palavras vazias,
como promessas que o vento levou.
E, perdido nas memórias,
senti a saudade como um desconforto na alma,
algo que não se explica,
mas se sente,
como a dor do que nunca se teve.
Ontem, lembrei de você...
Hoje, olhei o celular e encontrei sua foto,
como quem encontra um pedaço de infância
escondido no fundo de uma gaveta.
Hoje, senti saudades…
E a dor, que já era minha amiga, voltou,
mais forte, mais intensa,
como um amor que nunca se vai.
Que estranho é existir. Ou, antes, que grotescamente familiar é ser arrastado por esta existência, como um fardo que não se pode abandonar, mas que igualmente não se consegue suportar. Levanto-me todas as manhãs com a mesma dúvida insuportável: Por que continuo aqui? O que é esperado de mim? Para onde vou, se é que vou para algum lugar? As perguntas — essas eternas acompanhantes — não encontram respostas. Há dias em que me pergunto se sou eu quem vive, ou se sou apenas um intruso em minha própria pele, um espectador de algo que se desenrola sem meu consentimento.
Os outros parecem tão certos de sua existência. Eles caminham como se estivessem indo para algum lugar. Para onde? Não sei. Mas eles sabem. Ou fingem saber. Seguem uma linha invisível, uma espécie de mapa que os guia, enquanto eu fico perdido, como se o mundo tivesse virado de cabeça para baixo e só eu notasse. Como se o simples fato de estarem em movimento fosse suficiente para justificar sua razão de ser.
Há algo profundamente errado em mim, algo que não consigo nomear, mas que se manifesta em cada respiração, em cada batida do coração. Uma estranheza desconcertante que me corrói. Minha prisão é feita da minha própria carne, desta carne que me reveste e me nega, que me trai a cada gesto, a cada movimento, a cada palavra.
Cada parte de mim parece se rebelar contra o restante, como se eu fosse um amontoado de estranhos compartilhando o mesmo corpo. Meu corpo, minha mente, minha alma… todas essas instâncias que deveriam formar uma unidade estão agora em conflito constante, como peças de uma máquina que nunca foi montada corretamente e, ainda assim, insiste em funcionar.
Cada gesto, por mais banal que seja, perde todo o significado. Comer não alimenta, dormir não descansa, sorrir não alegra. Tudo o que faço é insípido, como se o próprio ato de existir fosse uma farsa. O que me resta, então, senão esta estranha sensação de vazio, que persiste em mim, mas que jamais me deixa preencher? A solidão não é apenas o estado de estar só, mas a sensação de ser um refugiado sem pátria — nem mesmo a do meu corpo.
A morte não me assusta.
Não mais.
Ela chega de mansinho,
puxa uma cadeira, cruza as pernas
e me observa em silêncio,
como quem espera o fim de um café frio.
Eu respiro fundo e finjo que não a vejo.
Acendo um cigarro, mexo na xícara,
brinco de ignorar o inevitável.
Mas sei que ela está ali — talvez sempre estivesse.
E isso me arranca um riso sincero.
Não que eu não ame a vida.
Amo. Mas, às vezes, a vida pesa,
vira conta vencida na gaveta,
pedra no sapato.
Às vezes, ela pede trégua,
e eu, sem jeito, sigo a marcha dos desesperados.
Então, a morte chega sem anunciar.
Não bate na porta, não tosse no batente.
Apenas entra, senta,
ajeita o capuz do manto
e me olha, como quem diz:
"Você sabia que eu vinha."
E eu sabia.
Desde sempre.
Ela não é susto, nem castigo, nem fim.
É como uma palavra mal dita
que o poeta decide engolir.
Um fardo que escorrega dos ombros,
um corpo que desaperta e, enfim, flutua.
E, no fim, talvez seja isso.
Não um adeus, mas um aceno comedido.
Só morre quem viveu, quem gastou os sapatos,
quem aprendeu a tropeçar sem medo.
E eu?
Eu aceito.
Porque talvez só quem morre entenda, por fim,
que viver sempre foi um jeito
— sutil, distraído, inescapável —
de ir embora.
Todo tipo de interação social que tem aparência de jogo, e quase todas têm, na hora que você se pergunta sobre o valor do troféu, você não joga mais. Existe um pressuposto do jogo que é a obviedade do valor do troféu. Por exemplo: (...) você entrou na faculdade de direito, 19 anos entrou lá e tals, então o que vai acontecer depois de um certo tempo? Ser ministro do Supremo é um troféu de valor, óbvio, não tem como você parar pra pensar: "Por quê eu vou querer ser ministro do Supremo?" Uma pergunta dessa f**e o jogo.
Já parou pra pensar no significado da expressão: "happy hour"? Toda vez que metem coisa em inglês tão querendo te enganar. Sobretudo quando é desnecessário, não tem por que "happy hour". É "hora feliz"! Que horas é a hora feliz? (...) A hora feliz é a hora que o trabalho acabou, a hora que a semana acabou, é a hora que o mundo acabou. Em suma, a hora feliz não coincide com a vida no trabalho (...). Mas nem disfarçam, felicidade é fora, felicidade é em outro lugar, em outro tempo, em outro momento; isso daqui é instrumentalização da vida. Você me dá o seu ofício, eu te dou o seu salário, a gente troca, mas a felicidade não entra na equação. Por isso, o "happy hour" é depois. Você percebeu que não faz sentido?
Isso daqui é instrumentalização da vida: "Você me dá o seu ofício, eu te dou o seu salário, a gente troca, mas a felicidade não entra na equação. Por isso, o "happy hour" é depois. Você percebeu que não faz sentido?
Tire a venda das crianças
A verdade é implacável até a onde a gente alcança
Bem que eu desconfiava das tragédias na TV
Quem é você pra me dizer as sensações que eu quero ter?
Vem essa voz, nora da ira interromper
Mas dessa vez eu vim pro bem
Eu não posso me corromper
Você que quer aparecer
O artista quer fugir
O que eu quero dizer é como eu posso te ferir
Meu espaço sideral, ou ideal, ou pelo esgoto
Eu tô sabendo de um portal num matagal no Mato Grosso
Ninguém pra falar: o que queres ouvir?
Alguém que queira ouvir o que eu quero dizer
Também vou me libertar eu decidi
Porém eu tô acorrentado em quê?
A gente se encanta com vitrines…
mas esquece que o que mais preenche
não tem preço.
O riso solto,
o cheiro de café,
um colo que acolhe,
o céu da tarde.
O melhor da vida
não se compra —
se sente.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
Já me vi perdida,
sem direção, sem saída.
Mas, no escuro, Deus acendeu luz em mim —
e mostrou que sou mais forte
do que imaginava ser.
Ele conhece minhas dores,
meus caminhos e silêncios.
E, por me amar tanto,
nunca me pede mais
do que eu posso suportar.
— Edna de Andrade
Um olhar e um questionamento,
Um ouvir e um sentimento,
Uma voz e um grito de socorro!
É o que tenho observado nas ruas.
Sábado chuvoso, mas cheio de encanto, o céu desce em pranto o seu delirar, a chuva é poesia com diferente magia, depende do olhar.
A vida precisa ser olhada com emoção, com detalhes, pois, só assim descobrimos a beleza dela e o significado de ser feliz!
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