Brincar de Amar
Para os que Virão
Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.
Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.
Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular - foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente -
na primeira e profunda pessoa
do plural.
Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.
É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
(Dura no peito, arde a límpida
verdade dos nossos erros.)
Se trata de abrir o rumo.
Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.
Se, ao acordar, posso escolher uma roupa, posso escolher também o sentimento que vai vestir meu dia. Se, no percurso, posso errar o caminho posso também escolher a paisagem que vai vestir meus olhos. A mesma articulação que tenho para reclamar, tenho para agradecer. E, se posso me adornar com a alegria, não é a tristeza que eu vou tecer. Que hoje e sempre, seja mais um belo dia!
Vire a página. Dê um ponto final nas coisas que te fazem mal. A vida é um
círculo, não um quadrado. Tenha pressa de ser feliz, por que nós não sabemos
quanto tempo nos resta.
Tanto de meu estado me acho incerto,
que em vivo ardor tremendo estou de frio;
sem causa, juntamente choro e rio,
o mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
da alma um fogo me sai, da vista um rio;
agora espero, agora desconfio,
agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando,
num'hora acho mil anos, e é de jeito
que em mil anos não posso achar um' hora.
Se me pergunta alguém porque assim ando,
respondo que não sei; porém suspeito
que só porque vos vi, minha Senhora.
O tipo mais desprezível que existe é aquele que esconde a própria sujeira por trás de versículos da Bíblia.
Se você quer vencer um inimigo, primeiro troque o ódio por desprezo sarcástico. Ódio é uma forma de culto.
Quem quer sair de uma história, cala-se e vai embora.
Porque as grandes dores são mudas.
E decisões definitivas não se demoram em explicações.
"Quero alguém que em um dia de chuva queira ficar em casa do meu lado, assitindo filmes e comendo pipocas, bem juntinhos no sofá.
Quero alguém que me ache linda quando eu não estiver a fim de me maquiar, arrumar os cabelos (provavelmente estarei de TPM), que esse alguém também tenha bastante saco para me aturar.
Quero alguém que ande comigo pela praça de mãos dadas, que divida o sorvete, a pipoca o algodão doce...
Quero alguém que conte comigo sempre, para desabafar, enxugar as lágrimas, nos momentos alegres e nos difíceis também, e espero realmente do fundo do meu coração que se eu estiver na pior que ele faça o mesmo por mim.
Quero alguém que seja honesto sempre, que fale que não concorda, que não gostou, que tenha opinião própria, pois nem todos são iguais.
Quero alguém que me leve pra acampar e de noite deite do meu lado para juntos contarmos estrelas.
Quero alguém que torça por mim, não ria dos meus sonhos, por mais absurdos que sejam.
Não quero alguém sem defeitos, sem manias, sei que não existem príncipes nem princesas, somente quero alguém que esteja do meu lado me fazendo feliz, que juntos possamos descobrir o que é o amor..."
Quando digo o que sou, de alguma forma eu o faço para também dizer o que não sou. O ‘não ser está no avesso do ser’, assim como o tecido só é tecido porque há um avesso que o nega, não sendo outro, mas complementando-o. O que não sou também é uma forma de ser. Eu sou eu e meus avessos.
